quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Números 6

Números 6
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" e para nós é sempre motivo de alegria sabermos da sua companhia conosco. Obrigado por sua sintonia e sua fidelida em nos acompanhar no estudo sistemático que fazemos da Palavra de Deus. Certamente teremos lições importantes para aprender e aplicar em nossas vidas. Por isso sugiro a você abrir a sua Bíblia e acompanhar atentamente o estudo da Palavra eterna. Depois você pode escrever compartilhando como Deus falou ao seu coração. E é exatamente isso que a nossa irmã MSS da cidade de Ibiporã, no Pr, escreveu com essas palavras: "Estou feliz por escrever essas linhas. Ouço o Através da Bíblia todos os dias, na hora do almoço.Espero que minha cartinha seja lida, quero ouvi-la no ar.Tenho entendido bem a palavra. Que a graça e a paz de Deus esteja com vocês". Querida irmã o nosso objetivo é exatamente fazer com que a Bíblia seja entendida por todos nossos ouvintes. Desejamos que através desse programa muitos sejam abençoados e desafiados a viverem de modo cada vez mais agradável a Deus. Muito obrigado por suas palavras de incentivo. Agora, quero convidá-la para aquele momento importantíssimo do nosso programa, quando buscamos a presença do Senhor. Vamos orar pedindo as bênçãos divinas para esse projeto de estudo da Palavra de Deus: "Pai amado, somos gratos por tua companhia conosco e por tua misericórdia . Pai, buscamos a iluminação do teu Espírito. Que o Senhor fale a cada coração. Pedimos Senhor, que tu nos dê forças para desenvolvermos esse projeto na tua dependência. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje temos diante de nós a tarefa de estudarmos mais dois capítulos de Nm. Queremos estudar os cap. 6 e 7. Mesmo sendo um texto muito longo eles tratam de apenas 3 assuntos e, portanto podemos com tranqüilidade estudá-los de modo a perceber as lições que Deus tem para nós.
Quando lemos o capítulo 6, percebemos que o 1º tema do texto é a lei do nazireado ou o voto do nazireu. Esta palavra é uma transliteração da palavra hebraica nazir que significa: separado, dedicado ou consagrado a Deus. Vamos considerar então esses 21 versos que tratam desse assunto dividindo-o em 7 seções:
Em 1º lugar, nos vs.1-4 temos as orientações sobre o voto e a proibição de beber vinho ou bebidas fortes. Algumas observações devem ser feitas sobre esses versos: 1)Esse voto de separação, de consagração ao Senhor não era um voto obrigatório, era um voto voluntário feito de modo especial em total devoção a Deus. 2)Era um voto que poderia ser feito tanto pelo homem como pela mulher. 3)Cf. a Mishna, uma compilação da Lei, esse voto normalmente durava 30 dias, embora, também alguns o faziam por períodos mais longos. 4)Esse era um voto que poderia, inclusive, ser feito para a vida toda, como os exemplos desses de Samuel e João Batista. 5)Os que tomavam esse voto poderiam participar de todos os aspectos da vida social e familiar respeitando, entretanto as restrições próprias do voto. 6)As restrições relativas a esse voto eram 3: não beber bebida forte e de vinho, não cortar o cabelo e não ter contato com cadáveres. E, 7)Cf esses versos não apenas o vinho, mas todos os produtos da videira, inclusive as uvas e as passas, não deviam ser ingeridos durante o período de consagração.
Em 2º lugar, no vs.5 temos as orientações sobre deixar o cabelo crescer. Façamos mais algumas considerações. 1)A segunda restrição em relação a esse voto era não cortar o cabelo durante o período de dedicação. 2)Deixar os cabelos longos era uma marca externa daquele que se consagrava identificando-se como propriedade exclusiva do Senhor. 3)Cf. esse verso, ao invés de se olhar para o nazireu como aquele que tinha que obedecer as restrições, deveriam encará-lo de modo positivo, entendendo que quem fazia esse voto era “santo ao Senhor”, isto é, separado para o Senhor. 4)Esse voto tocava numa área sensível de todos; essa proibição de cortar o cabelo, e até a barba, demonstrava o controle sobre a área da aparência. 5)Sendo que normalmente os homens usavam cabelos curtos, deixar os cabelos longos era uma atitude de humilhação para o adorador. 6)Cabe aqui o exemplo de Sansão, cf. Jz 13 e 14 que tinha por causa desse consagração a sua força descomunal. E uma 7ª consideração é a relativa ao modismo: muitos homens, durante diversos períodos da história têm deixado seus cabelos mais longos não em razão de um significado espiritual, mas por puro modismo.
Em 3º lugar, nos vs. 6-12 temos as orientações sobre a proibição de qualquer contato com cadáveres. Vamos detalhar essa ordem: 1)Durante o período de consagração esse adorador não poderia se aproximar, não poderia se associar a algo que o tornasse impuro cerimonialmente, portanto deveria se afastar de qualquer cadáver. 2)Cf. o v.7, mesmo que os seus pais ou irmãos morressem aquele que tinha tomado o voto do nazireado não poderia se contaminar, aproximando-se do cadáver. 3)Em relação a declaração do v.7: “porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça”,essa frase significa: uma vez que os cabelos longos do nazireu eram a marca física exterior e reconhecida por outros membros da comunidade, da sua dedicação à Deus, não era admissível a ele quebrar qualquer das restrições que demonstravam a sua completa consagração a Deus. 4)Tornar-se impuro ou contaminado fazia com que um nazireu não completasse o seu voto. 5)Se houve alguma morte repentina perto do nazireu o seu voto era quebrado e o período de consagração deveria ser reiniciado. 6)Era necessário se fazer as ofertas prescritas nos vs. 9-12 rapando o cabelo para depois reiniciar o período de dedicação. Uma 7ª observação é a relativa ao significado desse procedimento: este estilo de vida pura e incontaminada demonstrava para toda a congregação de Israel o mais alto grau de dedicação a Deus. Era uma demonstração de busca pela santidade na vida.
Em 4º lugar, nos vs. 13-17 temos a orientação sobre as ofertas que deveriam ser realizadas.
Aqui temos os passos que deveriam ser dados: 1)Essas ofertas deveriam ser oferecidas quando se completasse o tempo do voto. 2)Deveriam ser apresentadas diante do Tabernáculo, isto é, diante do Senhor. 3)O cordeiro de um ano e sem defeito deveria ser oferecido em holocausto. 4)A cordeira de um ano e sem defeito deveria ser oferecida como oferta pelo pecado. 5)Um carneiro, sem defeito deveria ser oferecido como oferta pacífica ou oferta de comunhão. 6)Além dessas ofertas de animais deveria ser oferecido, pães asmos, bolos de farinha com azeite, obreias amassadas com azeite, oferta de cereal ou manjares. E, completando esses versos, o 7º passo mostra a que essas ofertas deveriam expressar o espírito de absoluto comprometimento para com Deus, o alvo do voto do nazireu e certamente essas ofertas mostravam a magnitude do juramento.
Em 5º lugar, no vs.18 temos a orientação para se queimar o cabelo como oferta.
Assim diz esse verso: “O nazireu, à porta da tenda da congregação, rapará a cabeleira do seu nazireado e tomá-la-á e a porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício pacífico”. Como demonstração de uma atitude correta, e não orgulhosa, o cabelo era rapado e queimado por aquele que fez o voto. O vestígio exterior de sua consagração, o cabelo, era totalmente queimado, para que não ficasse com nada que o torna-se orgulhoso por aquele tempo que se dedicara a Deus.
Em 6º lugar, nos vs.19-20 temos a orientação sobre como proceder com a oferta de comunhão.
Ao terminar esse tempo de consagração especial o nazireu ao entregar suas ofertas a Deus, através do sacerdote, agora participava também alimentando-se com parte daquilo que ofereceu: um pedaço do carneiro e bolos asmos. Parte ficava com o sacerdote e parte do alimento o próprio adorador podia beber, inclusive podendo tomar novamente vinho.
Em 7º lugar, no v.21 temos a confirmação das normas para o nazireado. Nesse último verso encontramos a confirmação de que esse era o procedimento que deveria ser feito por quem desejasse se consagrar a Deus. Uma dedicação especial a Deus deveria ser cumprida integralmente.
Muito bem, querido amigo, você deve estar pensando: quais são as lições para os nossos dias? Como aplicar esses princípios em nossas vidas? Se já não estamos sob a Lei, como podemos praticar essas orientações? Vamos esclarecer alguns pontos. 1)Não pensemos que aqui temos uma proibição total de se beber vinho. Eu não encorajo ninguém a beber vinho, mas não existe uma proibição categórica na Bíblia a se beber vinho. O vinho na Bíblia é símbolo de alegria. O simbolismo desse voto era uma demonstração de se encontrar alegria apenas em Deus. E tomando vinho ou não, o crente deve procurar sua alegria maior em Deus. 2)Não devemos fazer nada a não ser que seja para a glória de Deus, para alegrar o coração de Deus. 3)Agora o que esta lei do nazirado nos lembra é que hoje muitos estão procurando alegria apenas nas coisas passageiras do mundo. Muitos estão esquecidos de Deus e da sua Palavra. Você se lembra de Ef 5.18?: "Não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito"? E, então, o cristão ainda deve fazer esse voto? O crente não precisa mais fazer o voto de nazireu, porém, todos nós devemos consagrar a nossa vida a Cristo, e servi-lo com integridade de coração. É assim que você tem se dedicado ao Senhor?
Muito bem, depois de termos visto esse assunto tão importante, ainda no cap.6 temos os versos finais, vs. 22-27 os quais nos retratam a bênção que Moisés deveria dar à Arão, que como sumo sacerdote, abençoaria o povo. Neste versos encontramos o próprio Deus, o Deus da aliança, o Deus comprometido e fiel instruindo sobre qual a bênção que deveriam pedir Dele mesmo para abençoar o povo. O texto diz assim: “Disse o Senhor a Moisés: Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhe-eis: O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”.
Querido amigo diante desse texto, aplicando-o para nossas vidas podemos afirmar que: Em tempos de relativismo e superficialidade nos compromissos só subsistirá o cristão que basear a sua vida na bênção que Deus tem para os seus filhos. Encontramos nesses versos três aspectos da bênção de Deus sobre os quais devemos fundamentar a nossa vida cristã:
O 1º aspecto da bênção em que devemos fundamentar a vida é a proteção de Deus: O Senhor te abençoe e te guarde.
O Sl 67.1 diz assim: Seja Deus gracioso para conosco e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o seu rosto. A bênção maior não são as dádivas de Deus, mas, a Sua própria pessoa. Se você já tem a Deus, então você já está abençoado!
Deus nos guarda, pois essa é a atividade de Deus em favor dos seus filhos. Como diz o Sl 121.7-8 o Senhor te guardará de todo mal; guardará a sua alma; guardará a sua entrada e saída desde agora e para sempre. Os que estão sob o cuidado de Deus serão protegidos nas circunstâncias que enfrentarem.
O 2º aspecto da bênção em que devemos fundamentar a vida é a presença de Deus: O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti.
Resplandecer o Seu rosto sobre ti: esse é o movimento de Deus em direção a você que está me ouvindo agora. No Sl 31.16 temos a mesma oração. Deus deve ser a nossa luz. Resplandecer destaca o aspecto benevolente da face de Deus. Que o Senhor olhe para você com agrado, que a Sua face brilhe sobre você. Quando Deus sorri sobre os seus filhos podemos estar certos que ele terá misericórdia.
Cf.o Sl 46.1 Deus é socorro presente, o Senhor dos Exércitos está conosco (v.7,11). Ter misericórdia, é a atividade de Deus em favor dos seus filhos. Misericórdia é não sermos condenados por causa das nossas falhas. E, a bênção é saber que Deus é misericordioso. É assim que ele trata Seus filhos.
O 3º aspecto da bênção em que vocês devemos fundamentar a vida é a provisão de Deus: O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.
Levantar o Seu rosto sobre você: esse é o movimento de Deus em direção a você. Se resplandecer é benevolência, levantar o rosto é dar atenção; é estar atento. Podemos ter a garantia que o Senhor olhará, atentará para nós com amor. Os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor (Sl 34.15). Ore, peça a Deus as suas bênçãos. Ele estará ouvindo. Mas, sobretudo peça Ele para a sua vida. Deus quer concedendo a Sua paz a você. Essa é a atividade de Deus em favor dos seus filhos. Mas, por que pedir a paz de Deus? Porque a paz com Deus você já desfruta. Já fomos justificados pela fé no sacrifício de Cristo. Somente o cristão tem paz com Deus, mas cada um de nós necessita da paz de Deus para enfrentar e superar as dificuldades e superar os conflitos da vida. Paz é muito mais do que ausência de conflitos. É saúde, bem estar, alegria por Deus estar em nossa vida, mas sobretudo é salvação e intimidade. Essas, então são as boas dádivas que só Deus, o pai da luzes, pode conceder, cf. Tg 1.17. Você tem experimentado isso em sua vida? Você tem desejado essa bênção para os seus irmãos, seus amigos, seus parentes? É... aproprie-se dessa bênção e seja um canal dessa bênção divina em favor dos outros.
Bem, amigo, agora estamos passando para o capítulo 7. Aqui encontramos o maior capítulo da Bíblia, depois do Salmo 119. Neste capítulo 7 de Números temos 89 versos. Este é um capítulo importante, principalmente porque vem depois dessa bonita bênção que acabamos de estudar e, como um tipo de reconhecimento, de gratidão pelos aspectos tão práticos da bênção de Arão sobre o povo, o assunto que se trata aqui é um assunto só: as ofertas dos príncipes na dedicação do Tabernáculo ao Senhor.
Aqueles 12 homens que foram designados como líderes ou príncipes em suas tribos ofereceram suas dádivas ao Senhor. E é muito interessante percebermos que nesse capítulo, que relaciona cada uma dessas dádivas demonstra como Deus presta atenção especial às ofertas que fazemos para Ele. Mas, você sabe por quê? Porque as ofertas são demonstrações do caráter pessoal de cada um de nós. E Deus está olhando para o seu e para o meu coração.
Devemos fazer neste capítulo algumas considerações importantes:
1)A valorização pessoal que Deus dá a cada um dos seus filhos é destacada pelo fato de Israel ter ficado 12 dias, um dia para cada tribo, celebrando o Senhor na entrega dessas dádivas em que reconheciam a bondade divina. 2)A ordem pela qual os príncipes das tribos foi mencionada é a mesma ordem que se estabeleceu para a marcha do povo, cf. o cap. 2. 3)As dádivas entregues foram bem praticas, cf. o v.3 os príncipes entregaram 6 carros cobertos e 12 bois, e com isso o trabalho da tribo de Levi seria facilitado, no transportar os bens do Tabernáculo. 4)Como tínhamos estudado anteriormente somente os gersonitas e os meratitas receberam os carros de bois para o transporte das peças do Tabernáculo. Os coatitas que transportariam os utensílios da parte interior do Tabernáculo teriam o privilégio de carregar esses materiais sagrados nos ombros. 5)Todos os príncipes ofertaram, cada um, a Deus para o tabernáculo: 1)um prato de prata de 1kg, 560g; 2)uma bacia de prata de 840g; cheios com farinha bem fina, de 1ª qualidade; e 3)doaram também uma vasilha de 120 gramas de ouro, um recipiente cheio de incenso. Certamente todos esses utensílios os israelitas puderam ofertar, pois Deus os tinha abençoado quando saíram do Egito com muitas riquezas e posses dadas pelos próprios egípcios, cf. estudamos em Êxodo 12.35-36. 6)Esses 12 príncipes também doaram para as cerimônias de celebração diversos animais. Cada um doou: 1 novilho, 1 carneiro, 1 cordeiro de um ano para o holocausto; 1 bode para a oferte pelo pecado; e mais 2, bois, 5 carneiros, 5 bodes e 5 cordeiro como oferta pacífica ou de comunhão. Ao dedicarem todos os utensílios e todos esses animais eles estavam dando tudo o que tinham de melhor para honrar o Senhor. Novamente se repete o nome de cada um dos príncipes: Naasson de Judá (12); Natanael de Issacar (18); Eliabe de Zebulom (24) Elizur de Rúben (30); Selumiel de Simeão(36); Eliasafe de Gade (42); Elisama de Efraim (48); Gamaliel de Manassés (54); Abidã de Benjamim (60); Aiezer de Dã (66); Pagiel de Aser (72); e Aira de Naftali (78). Esse destaque foi feito demonstrando como Deus valoriza individualmente cada um de seus filhos, cada um de nós. 7)O capítulo termina com o v.89 que nos dá conta do cumprimento da promessa feita em Êx 25.22 de como Deus se relacionaria com o povo, agora habitando entre eles. Deus falaria com o seu povo, da tampa da arca, isto é, do propiciatório, dentre os dois querubins, através de Moisés.
Querido amigo, nós sabemos que há muitas maneiras de fazermos as nossas ofertas. Elas podem ser espontâneas, voluntárias, liberais, ofertas de amor, de gratidão, e de sacrifício. Mas, o que é uma oferta de sacrifício? Uma oferta de sacrifício é aquela que é feita quando de coração damos tudo ao Senhor. Você tem se consagrado a Deus? Tem dado toda sua vida a Ele? Faça-o, Ele merece muito mais!
Bom, chegamos assim ao final de mais um tempo de estudos e meditação na Palavra de Deus. Minha oração é que você possa aplicar essas verdades em seu viver.
Querido amigo, muito obrigado por sua companhia. Até o próximo programa e que Deus te abençoe ricamente!
Um abraço,
© 2014 Através da Biblia

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