Deuteronômio 34.1-12
Querido amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Você sabe que este programa tem por objetivo estudar a Palavra de Deus, comentando detalhadamente os seus diversos textos, no propósito de proclamar todos os desígnios de Deus para cada um de nós. Querido amigo você sabe que não existe no mundo um livro que possa se comparar à Bíblia. O Deus santo que ainda fala usou homens santos, isto é, separados, para registrar a Sua mensagem a todos nós. Tudo quanto Deus tinha a nos dizer, Ele disse por meio da Bíblia, por isso é importante estudá-la. Sobre os nossos estudos bíblicos recebemos um e-mail do NF de Curitiba PR com as seguintes palavras: “Na região de Foz de Iguaçu tem alguma rádio que transmite o Através da Bíblia? Tenho parentes lá e gostaria de divulgar. Ouço todos os dias os estudos do Pr. Itamir junto com minha mãe. Aprendo com ele. Que o Deus de Abraão os abençoe a todos”. Querido irmão, obrigado por suas palavras. Como já te respondi, queremos que você se sinta em unidade conosco. Esse é o nosso propósito, através desses estudos edificar muitos irmãos e amigos. Agora, convido-o para um momento sempre gratificante do nosso programa. Vamos orar! Junte-se a nós nessa oração. Vamos agradecer a Deus por terminarmos os estudos em Deuteronômio e vamos pedir a sua bênção para este programa: "Pai celestial, abençoa-nos nesta hora de estudo e meditação da Sua Palavra. Dê a tua benção a esse irmão de Curitiba, aos seus parentes que estão em Foz de Iguaçu e a todos os que nos ouvem nesse momento. Pai obrigado por completarmos os estudos em Deuteronômio e abençoa-nos nos estudos em Josué. Senhor, também te pedimos que nos dê a iluminação do teu Santo Espírito. Pai querido, mesmo sem merecermos te pedimos essas bênçãos em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo no próximo programa já estaremos estudando o livro de Josué, portanto convoque o seu grupo e prepare-se para o primeiro programa onde abordaremos todas as questões introdutórias relativas a Josué. Hoje o nosso alvo é estudarmos o capítulo 34 de Deuteronômio, o capítulo final desse livro que nos trouxe tantas lições.
“Como já dissemos, Deuteronômio contém os discursos de despedida de Moisés. Esses discursos foram intencionalmente organizados em um formato de documento que assemelha-se a certos tipos de tratados, comuns no Oriente Médio. Essa disposição faz de Deuteronômio, antes de mais nada um documento da aliança” (Arnold e Beyer, 2001, pg.148). Moisés, então usou suas palavras para renovar e restabelecer essa aliança entre Deus e Israel. Mas, agora tinha chegado do final de sua missão. Deus o chamava para Si. Portanto, neste capítulo estudaremos a narrativa relativa a morte de Moisés.
Este capítulo final de Deuteronômio, certamente escrito por um outro redator, como já mencionamos, descreve de modo carinhoso a morte desse tão estimado líder hebreu.
Deus identificou para Moisés toda a terra que sob juramento tinha prometido a Abraão, a Isaque e a Jacó. Essa terra seria a concretização da promessa da aliança feita há vários séculos atrás. E, mesmo disciplinando-o, por sua atitude incorreta diante do povo (Nm 20), Deus permitiu simbolicamente a Moisés, como representante de Israel, tomar posse da terra ao contemplá-la do Monte Nebo.
Certamente, a disciplina pessoal de Moisés estava sendo usada pelo Senhor para alertar os futuros líderes de Israel de que toda sorte de insubordinação, toda sorte de prática da nossa vontade e não a vontade específica de Deus, trás como conseqüência a firme mão do Senhor contra nós. A promessa de entrar em Canaã, não experimentada por Moisés deve nos alertar de que o nosso papel é somente cumprirmos as tarefas designadas pelo Senhor, segui-lo com intimidade e honrá-lo continuamente diante do Seu povo.
Quando estudamos um assunto como esse, podemos abordá-lo de diversas maneiras. Podemos tratá-lo nos referindo a desobediência de Moisés, podemos estudá-lo observando as lições que a morte nos trás. Em fim, poderíamos fazer inúmeras abordagens a partir desse tema. Mas, nessa ocasião me proponho a tratar sobre esse acontecimento histórico destacando nestes versos a pessoa mais importante de toda essa narrativa de Deuteronômio, a pessoa do nosso Deus!
Então, como título para este capítulo, sugiro a seguinte frase: Os atributos distintivos de Deus. Essa sugestão é feita diante da seguinte constatação: Quando consideramos a narrativa da morte de Moisés, além do fato da morte em si é possível destacarmos a pessoa de Deus em meio a esse relato e, assim, a frase que sintetiza estes 12 versos pode ser apresentada através da seguinte afirmação: Devemos reconhecer nos atributos divinos que Deus sendo justo não faz acepção de pessoas. Pergunta-se, pois: Que atributos comprovam a justiça de Deus. Ao detalharmos esse conteúdo encontramos sete atributos divinos que comprovam a justiça de Deus:
1. A bondade divina comprova a sua justiça, vs.1-3.
Vamos considerar cada detalhe deste texto: [1 Então, subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cimo de Pisga, que está defronte de Jericó; e o Senhor lhe mostrou toda a terra de Gileade até Dã; 2 e todo o Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés; e toda a terra de Judá até ao mar ocidental; 3 e o Neguebe e a campina do vale de Jericó, a cidade das Palmeiras, até Zoar]. 1)As campinas de Moabe, como já mencionamos, ficavam do lado leste do Jordão, na direção do Jericó. 2)A definição dos nomes Nebo e Pisga devem ser entendidas: provavelmente Nebo era o nome do maciço, sendo que Pisga era o seu o pico mais elevado. 3)Dali podia-se contemplar grande parte da terra. 4)Quando se observa no mapa a localização das tribos se percebe que o olhar de Moisés foi num sentido anti-horário, começando no norte, em Gileade, passando por Dã, Naftali, Efraim, Manassés, Judá. Até o Mar Mediterrâneo, o Neguebe e finalmente o vale de Jericó, também chamada de cidade das palmeiras. 5) Ao contemplar toda a terra Moisés comprovava a bondade de Deus, para consigo, pela possibilidade de ver a terra prometida e, a misericórdia divina, em favor de Israel, cumprindo sua antiga promessa. Querido amigo, o nosso Deus é misericordioso em sua essência. Mesmo quando nos disciplina, Ele nos trata com bondade. Não podemos nos esquecer da exortação do salmista: [Rendam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens! (Sl 107.21, 31)].
2. A fidelidade divina comprova a sua justiça, v.4.
Essas são as palavras deste verso: [Disse-lhe o Senhor: Esta é a terra que, sob juramento, prometi a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: à tua descendência a darei; eu te faço vê-la com os próprios olhos; porém não irás para lá]. Vamos fazer algumas considerações: 1)Essas palavras repetiam o que Deus falara em Êx 33.1, confirmando o cumprimento da promessa feita aos patriarcas. 2)Toda a terra estava diante de Moisés e em certo sentido estava também diante de Israel, pois dali a algumas semanas entraria em Canaã. 3)A descendência dos patriarcas herdaria a promessa feita antigamente, assim como as gerações posteriores alcançam as promessas que muitas vezes são feitas à nós. 4)O convite para que Moisés contemplasse a terra era, de certo modo, uma maneira legal de se comprovar a concretização do acordo, da aliança firmada. Era direito daquele que tinha recebido a promessa atestar a realidade do que estava para receber. Ao contemplar a terra Moisés agia como representante legal e oficial de Israel. 5)Por outro lado Deus deixou mais uma vez claro que o próprio Moisés não entraria em Canaã. Querido amigo, a fidelidade do Senhor é a garantia que temos do seu auxílio, pois Ele: [mantém para sempre a sua fidelidade (Salmo 146.6)]. O Senhor é fiel como diz o Salmo 145.13: [O Senhor é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras]. Ora diante desse fato podemos estar certos que Ele sempre cumpre a sua promessa.
3. A soberania comprova a sua justiça, v.5-6. O texto nos diz assim: [5 Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, segundo a palavra do Senhor. 6 Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura]. São cinco as observações que devemos fazer: 1)Moisés completou a sua tarefa e morreu. Diante da soberania divina esse é o final de todo ser humano, seja ele o mais valoroso servo. 2)Moisés foi descrito exatamente como servo do Senhor. 3)Embora fosse o líder de Israel, embora tivesse se dedicado totalmente a Israel, diante do Senhor soberano, o seu papel era de servo, isto é, fora convocado para realizar uma tarefa, a completara e, fim. 4)Muito provavelmente o Senhor mesmo o sepultou, embora alguns estudiosos entendam que pelo hebraico é possível se admitir que Deus agiu através de agentes (humanos ou celestes) que sepultaram o corpo de Moisés. 5)Mas é interessante que ninguém conheceu o lugar do seu sepulcro, certamente para que não houvesse por parte dos israelitas mais tendenciosos, uma veneração ao líder condutor de Israel, uma vez que em algumas religiões cananéias havia culto aos mortos. Querido amigo temos que nos lembrar que todos nós somos somente servos, instrumentos de Deus. Necessitamos assumir a posição que Paulo nos indicou em 1Co 3.5-7: [Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisas, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento]. Deus é soberano!
4. O fortalecimento divino a nós concedido comprova a sua justiça, v.7. Vamos nos deter nessas palavras. [7 Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor]. Vamos às nossas considerações: 1)O texto nos diz que Moisés morreu com cento e vinte anos. Arão, seu irmão tinha morrido com cento e vinte e três anos. 2)Moisés viveu, então, no limite do tempo que Deus tinha determinado à raça humana no período anterior ao dilúvio (Gn 6.3). 3)A longevidade é dádiva do Senhor. Ver os filhos dos filhos é bênção da parte de Deus, conforme o Salmo 128.6. 4)Sem problemas nos olhos, e sem faltar-lhe vigor ou energia para a realização da sua tarefa Moisés foi fortalecido pelo Senhor. 5) É através da força do Senhor que temos condições de realizar as tarefas para as quais Ele nos chama.
Querido amigo, a justiça divina é comprovada através do fortalecimento que Ele nos concede, pois sendo Deus justo Ele sabe que sem Ele não temos condições de realizar nada, por isso devemos nos lembrar das palavras de Jesus: [Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15.5)]. Devemos nos lembrar também da recomendação de Paulo a Timóteo de buscar suas forças no Senhor: [Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus (2Tm 2.2)].
5. A eternidade divina comprova ser esse um atributo singular ao Deus trino, v.8.
Este é um verso que aparentemente não reflete os atributos divinos, mas quando comparamos Deus e o ser humano; fica nítida a diferença do Criador com a criatura. Vamos ler este verso: [8 Os filhos de Israel pratearam Moisés por trinta dias, nas campinas de Moabe; então se cumpriram os dias do pranto no luto por Moisés]. Quando comparado com a finitude do homem Deus é eterno e infinito. 1)Mesmo uma vida longa e produtiva como a de Moisés, um dia chega ao fim. 2)A honra, o carinho e o respeito são expressos através da homenagem que prestamos aos que já partiram. 3)As culturas antigas manifestavam a tristeza de várias maneiras: rasgavam as roupas, jogavam cinzas ou poeira sobre a cabeça, vestiam-se de saco, cantavam músicas fúnebres, e gritavam intensamente. 4)Em Israel era costume antigo esse luto ou esse pranto durante um período variável de dias como vimos na morte de Jacó (Gn 50.10) ou na morte de Arão (Nm 20.29). 5)Depois dos trinta dias de luto e pranto a vida continuou. Israel tinha uma terra para conquistar, uma promessa a receber. Moisés tinha passado o bastão. Agora era Josué e Israel. Com Deus não é assim. Ele está sempre ao nosso lado para nos ajudar, para nos orientar. Deus é eterno. Deus está sempre presente!
Querido amigo, temos que reconhecer a nossa finitude diante da eternidade de Deus: [Antes que os montes nascessem e se transformassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus (Sl 90.3).] E, diante da eternidade divina só podemos nos curvar e louvá-lo como nos recomenda o salmista no Salmo 41.13: [Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, da eternidade para a eternidade!]
6. A capacitação divina a nós concedida comprova a sua justiça, v.9.
Vamos ler este versículo: [9 Josué, filho de Num, estava cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés impôs sobre ele as mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés.] Sobre este texto também é necessário fazermos algumas observações: 1)Josué tendo a responsabilidade de conduzir os israelitas à terra prometida deveria possuir da parte de Deus o espírito de sabedoria (Êx 28.3) para a realização da sua tarefa. 2)Certamente Moisés não transmitiria sabedoria a Josué somente através da imposição das mãos. 3)A imposição das mãos era um ato muito significativo nas culturas antigas, pois através dele representava-se a transferência de autoridade e o direito de liderança. 4)Esse ato de imposição das mãos simbolizava a aprovação de Deus sobre o novo líder, tornando-o aceito também diante do povo. 5)A sabedoria de Josué não veio das mãos de Moisés, mas veio do Senhor, que o reconhecia como o seu representante perante os filhos de Israel, conf. Nm 27.18-23. Querido amigo, a capacitação para as tarefas que Deus nos dá só serão executadas corretamente na dependência e com a capacitação do Senhor. Devemos lembrar e buscar as palavras de Isaías 11.2: [Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor].
7. A comunhão divina a nós concedida comprova a sua justiça, v.10-12.
O texto desses versos nos mostra resumidamente o valor de Moisés para Israel, como instrumento de Deus. Vamos lê-los: [10 Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face, 11 no tocante a todos os sinais e maravilhas que, por mando do Senhor, fez na terra do Egito, a Faraó, a todos os seus oficiais e a toda a sua terra; 12 e no tocante a todas as obras de sua poderosa mão e aos grandes e terríveis feitos que operou Moisés à vista de todo o Israel.]
Façamos as nossas observações: 1)Moisés foi um profeta inigualável como nunca houve em Israel, exceto Jesus Cristo (Dt 18.15-19), o verdadeiro profeta de Deus a quem deveríamos ouvir (Mt 17.5). 2)Moisés gozava de profunda intimidade com Deus, pois face a face Deus lhe falava e o instruía, transmitindo suas leis e mandamentos. 3)Moisés sempre agiu sob o comando de Deus, sempre agiu sob as ordens divinas, embora ao desobedecer a ordem divina de falar à rocha foi disciplinado e por isso não entrou em Canaã. 4)Moisés foi usado como um instrumento vivo nas mãos do Senhor para demonstrar o poder e a grandiosidade divina contra os falsos deuses dos egípcios. 5)Moisés como representante divino sempre agiu diante de Israel buscando a glória de Deus. Mesmo nos momentos em que ele enfrentou a rebelião do povo, ele reagiu dependendo de Deus, buscando a justiça de Deus, conforme vimos em Números 16.1-35.
Querido amigo, assim como Moisés pode usufruir da presença e da comunhão com Deus que lhe falava face a face nós também podemos ter essa experiência. Hoje, também nós através do Senhor Jesus Cristo e mediante a atuação do Espírito Santo podemos entrar na presença divina, pelo novo e vivo caminho (Hb 10.19-22) e assim desfrutarmos da intimidade com Deus, desfrutarmos da comunhão com Deus chamando-O de “pai nosso”, de “papai”, “de aba pai”, como nos afirmou Paulo em Gl 4.6: [E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!]. Que possamos usufruir desse atributo tão especial, a possibilidade de termos e desenvolvermos a comunhão com Deus!
Querido amigo, certamente Deus não se alegra com a disciplina sobre o seu povo, e especificamente contra um filho seu. O que alegra o coração de Deus é que a justiça seja feita! Ao desobedecer a ordem divina Moisés não santificou a Deus diante de Israel e trouxe sobre si a justiça divina. Como conseqüência Moisés apenas contemplou de longe, mas não entrou na terra prometida. Que Deus mesmo nos ajude a não enfrentar a Sua justiça, mas andarmos somente sob a sua graça e misericórdia.
Bom, querido amigo, chegamos ao final de mais um tempo de estudos e espero que você tenha sido edificado pela Palavra de Deus.
Agradeço a Deus pela oportunidade de transmitir Sua Palavra e especificamente hoje, agradeço a Deus por terminarmos o estudo do Pentateuco, esta parte tão importante da Bíblia Sagrada que nos deu toda a dimensão dos planos divinos em nosso favor. A partir de agora vamos dar continuidade aos estudos sobre a vida da nação israelita, estudando os livros históricos. Agradeço também por sua companhia, a sua sintonia e o seu interesse. Vamos nos encontrar na seqüência nos estudos do livro de Josué.
Deus te abençoe.
Um abraço.
© 2014 Através da Biblia
sábado, 16 de agosto de 2014
Através bíblia - Deuteronômio 34.1-12
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