sábado, 16 de agosto de 2014

Através da Bíblia - Deuteronômio 29.1-29

Deuteronômio 29.1-29
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Queremos saudá-lo em nome de Jesus. É com grande prazer que mais uma vez estamos juntos com o objetivo de estudarmos a Palavra de Deus. Nosso desejo é que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida. Você que nos acompanha sabe nossa tarefa logo ao iniciarmos o nosso programa é mencionar e registrar as cartas que recebemos de cada um de vocês. E, é isso que faremos agora, destacando uma carta que vem do ACD de Campinha Grande na Paraíba. Ele nos diz o seguinte: "Gosto muito do Através da Bíblia. Estava no Amazonas, divisa com a Colômbia e Peru e lá é mais difícil sintonizar a rádio. Mas agora já estou conseguindo com um transglobe. Uma abraço a todos". Querido irmão somos gratos por suas palavras. Agradecemos o seu esforço em nos sintonizar e louvamos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e amigos nos mais diversos contextos. Agora, quero convidá-lo e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado pela tua preciosa graça e misericórdia que nos dá ousadia para entrarmos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo e buscar graça nesta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo, hoje temos como alvo estudarmos o capítulo 29 de Deuteronômio, que inicia o quarto discurso de Moisés, que também alcança o capítulo 30 que estudaremos no próximo programa.
Como temos mencionado, essas últimas palavras de Moisés, são palavras de estímulo e encorajamento do próprio Deus que desejava que Israel desfrutasse de uma vida abençoada em Canaã, a terra da promessa. Neste último discurso, Deus convidou Israel a renovar a aliança e, através de Moisés Ele apelou pessoalmente para esta segunda geração ser leal e fiel ao pacto que estava sendo renovado. Nesse inclui-se uma predição da apostasia de Israel e o conseqüente castigo que Deus enviaria. Havia também a predição das bênçãos e maldições que dependeriam da atitude de Israel perante a aliança renovada com o Senhor. Mas, sobretudo, finalmente havia uma antevisão da graça divina que proporcionaria o arrependimento e o perdão. Deus estava propondo a Israel que circuncidasse o seu coração com o objetivo de amá-Lo e obedecê-Lo. Moisés estava incluindo nessa renovação da aliança uma transformação do coração e da vontade israelita, para que servissem ao Senhor com total sinceridade. Todavia, para que isso acontecesse, cada um do povo deveria saber todo o conteúdo da aliança, tudo o que nela estava incluído.
Por isso, como título deste capítulo é possível termos a seguinte frase: As inclusões da aliança renovada. Assim, ao estudarmos o conteúdo desta primeira parte do discurso de Moisés, podemos resumi-lo numa afirmação: Todo povo de Deus deve ter consciência do que se incluiu na renovação da aliança. E, então fazendo o caminho inverso, ao detalharmos o texto encontramos as sete inclusões que foram feitas no conteúdo da aliança renovada que deveriam ser conhecidas por todo povo de Deus:
Em 1º lugar a aliança incluía um aspecto renovado a ser aceito, vs. 1
É esse o conteúdo deste verso: [São estas as palavras da aliança que o SENHOR ordenou a Moisés fizesse com os filhos de Israel na terra de Moabe, além da aliança que fizera com eles em Horebe.]. Alguém poderia perguntar: Por que havia necessidade de uma renovação da aliança estabelecida no Sinai (Êx 19.5)? Uma vez que já tinham firmado esse compromisso haveria necessidade de uma renovação? E a resposta clara é: Sim! Havia necessidade de renovação porque Israel tinha sido infiel em seu compromisso, como por exemplo se viu em Êx 32 e Nm 25. A liderança do povo estava sendo passada para Josué, e, agora, ao entrarem na nova terra, ao entrarem como a segunda geração, depois do êxodo, Deus estava querendo um compromisso renovado de Israel para dedicar-se a Ele, para servi-Lo, para ser enfim a sua voz diante das outras nações. As condições de Israel dentro em breve mudariam completamente. De nômades passariam a ser uma nação estabelecida numa terra que produzia leite e mel, numa terra a ser abençoada por Deus. Querido amigo, Deus quer sempre que nós como seu povo renovemos nosso compromisso com Ele; estejamos sempre revigorados para cumprir as tarefas que Ele tem destinado a cada um de nós! Que tenhamos consciência do privilégio de servirmos a Deus com um compromisso fiel e um coração sincero.
Em 2º lugar a aliança incluía a lembrança dos eventos passados, vs.2-8
Moisés recordou aos israelitas a condução divina durante os últimos quarenta anos e as experiências que tiveram de libertação. Deus tinha livrado Israel do Egito quando através das dez pragas demonstrou seu infinito poder sobre o Faraó e as divindades egípcias (v.3-4). Deus tinha conduzido Israel pelo deserto. Deus tinha feito milagres maravilhosos: suas vestes não se envelheceram; suas sandálias não se envelheceram; sua alimentação básica nunca lhes faltou (v.5). Deus tinha dado a vitória sobre o rei de Hesbom e todo o território a leste do Jordão já pertencia às tribos de Rubem, Gade e meia tribo de Manassés (v.7-8). Porém, apesar de todas essas ações graciosas, uma frase do v. 4 merece nossa atenção minuciosa. Diz assim o verso 4, que séculos mais tarde foi citado por Paulo em Rm 11.8: [porém o Senhor não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje]. Então, como entender essa frase? Certamente Israel percebia que era alvo da graça e da bondade divina, mas a sua visão era meramente exterior, era meramente circunstancial. Como muitos cristãos ainda hoje, Israel não conseguia perceber, com olhos espirituais o significado mais profundo dessas ações divinas. Eles, como nós só podemos ter essa percepção através da iluminação divina. Mas, por causa da sua desobediência, da quebra da aliança, Deus não lhes concedeu essa iluminação. Essa cegueira espiritual foi vista em vários momentos da história, como, por exemplo, na época de Jesus, como estudamos nos evangelhos. Mas, é vista ainda hoje, com cristãos buscando apenas as bênçãos materiais e desprezando o que realmente vale em nossa relação com Deus: a comunhão, a intimidade, e a vida cheia do Espírito. Em todas essas ações Deus queria que eles reconhecessem que Ele era o Senhor, o Deus de Israel (v.6). Deus quer que O reconheçamos como Senhor, o nosso único Deus. Que possamos nos comprometer com o Deus Criador, santo e soberano, condutor de nossas vidas!
Em 3º lugar a aliança incluía a geração presente e as gerações futuras, vs.9-15.
Esses versos iniciam-se com palavras de advertência, de forte recomendação. Israel deveria guardar, seguir fielmente os termos dessa aliança, dessa renovação. Se agisse assim Deus os abençoaria. Israel prosperaria em tudo o que fizessem (v.9)!
A renovação da aliança estava sendo feita diante dos líderes das tribos, dos anciãos, dos homens, dos meninos, das mulheres, dos estrangeiros (alguns egípcios e midianitas que saíram com Israel no êxodo, conf. Êx 12.38), de todos que trabalhavam em meio à congregação de Israel (v.10-11). Deus queria que Israel entrasse em aliança, firmasse e renovasse o pacto que Ele tinha feito com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó há muitos séculos passados. Deus queria que Israel O aceitasse como seu Deus, pois queria aceitá-lo como Seu povo (v.12-13). Mas, a grande bênção que Deus propunha, nos versos 14 e 15 era a bênção da extensão, do alcance da renovação da aliança. Essa aliança incluiria a geração presente, isto é, a segunda geração e as futuras gerações dos israelitas. Deus queria e quer nos abençoar e também a nossa descendência. A palavra “hoje” que aparece no final do v.15 é repetida por seis vezes do verso 2 até aqui, demonstrando que Deus queria manter a aliança sempre atual e renovada. Assim como Ele fez com Israel Ele quer que nossos filhos, netos e todos os que Ele mesmo nos conceder se comprometam com Ele, O sirvam e O glorifiquem constantemente. Peçamos a Deus a Sua própria graça para que os nossos descendentes também possam amar e se comprometer com Ele mesmo!
Em 4º lugar a aliança incluía o limite da misericórdia divina, vs.16-21.
Nesses versos temos claramente três divisões: 1)Nos vs.16-17 temos a constatação do contato de Israel com os deuses dos gentios, que eram abominações diante de Deus. Tal recordação deveria fazer Israel lembrar da santidade divina diante da perversidade dos cultos pagãos e, assim deveria rejeitá-la. 2)No v.18 temos a declaração do princípio em que a idolatria é descrita como uma planta que cria raízes e produz uma colheita de erva venenosa e amarga (Thompson, 2006, pg.270). Essa mesma figura aparece posteriormente em Os 10.4 e Hb 12.15. 3)No v.19-21 temos a ameaça da maldição que viria sobre aqueles que desobedecessem a lei do Senhor. Alguém poderia soberbamente pensar: [Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice] (19). Mas, para esse que assim procedesse a misericórdia do Senhor não era ilimitada. A misericórdia divina teria limites: não haveria perdão; a ira do Senhor fumegaria sobre ele; toda a maldição cairia sobre ele; e o Senhor lhe apagaria o nome dele debaixo do céu, o que para um israelita era algo terrível, pois o seu grande desejo era ter seu nome lembrado pelas futuras gerações. O desobediente seria castigado por Deus através da sua separação da congregação de Israel, recebendo sobre si toda a calamidade das maldições constantes no livro Lei do Senhor. Ora, querido amigo, isso nos faz lembrar da afirmação de que Deus é zeloso (v.20) e é fogo consumidor (cap. 4.24 e Hb 12.29). Querido amigo todos nós somos desafiados a não tolerar a idolatria sabendo que Deus ama aquele que adora somente a Ele!
Em 5º lugar a aliança incluía uma advertência sobre a devastação futura, vs.22-24
Essas declarações são duríssimas. 1)Deus estava antevendo a Israel que as futuras gerações, e até os estrangeiros de terras longínquas se surpreenderiam ao verem a devastação, a desgraça e as doenças que cairiam sobre Israel e sua possessão caso quebrassem a aliança. 2)A descrição está relacionada com os termos comumente usados para representar a ira de Deus: sequidão através da terra abrasada; fogo, através do enxofre; e, ardência através do sal. A terra se tornaria improdutiva e totalmente devastada como Sodoma e Gomorra, e outras cidades próximas, Admá e Zeboim situadas na extremidade sul do Mar Morto. 3)Conforme o verso 24 diante de tal quadro as perguntas inevitáveis seriam: Por que fez o Senhor assim com esta terra? Qual foi a causa do furor de tamanha ira? Querido amigo temos que lembrar das conseqüências previamente acertadas na renovação da aliança. As bênçãos viriam mediante a obediência aos princípios que gerassem o contentamento no coração divino. Mas por outro lado, as maldições apanhariam de tal maneira todo aquele que desobedecesse ao Senhor que, as perguntas e os questionamentos seriam feitos. Querido amigo, estas palavras de Deus cumpriram-se literalmente na história de Israel e da Palestina. O povo, de fato, se afastou da aliança do Senhor, e a terra foi amaldiçoada. Sim, o concerto que Deus fez com o povo incluía a terra. Durante muitos séculos, durante quase dois milênios, a terra de Israel ficou deserta e quem passasse por ela, fazia exatamente estas perguntas. Porém, diante desse quadro, perguntamos: não é isso que também acontece em nossos dias? Graças a Deus por seu amor e por sermos seus filhos! As disciplinas do Senhor não são para nossa destruição eterna, mas visam a nossa maturidade e o retorno à sensatez, livrando-nos dos laços do inimigo!
Em 6º lugar a aliança incluía a explicação da causa da disciplina, vs. 25-28
Nesses versos encontramos a resposta para essas questões levantadas. Seria uma resposta clara e objetiva, conforme lemos no texto:
[Então, se dirá: Porque desprezaram a aliança que o Senhor, Deus de seus pais, fez com eles, quando os tirou do Egito; e se foram, e serviram a outros deuses, e os adoraram; deuses que não conheceram e que ele não lhes havia designado. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra esta terra, trazendo sobre ela toda a maldição que está escrita neste livro. O Senhor os arrancou, com ira, de sua terra, mas também com indignação e grande furor, e os lançou para outra terra, como hoje se vê]. Ora, o que percebe nesse texto são 3 razões pelas quais a devastação poderia ocorrer: 1)Desprezo a aliança estabelecida com Deus; 2)Adoração a outros deuses estranhos a um povo que era exclusivo de Yahweh; 3)Serviço prestados a esses deuses estranhos, ímpios e que não tinham sido autorizados por Yahweh. Mas, além das causas serem apontadas, foram detalhadas também as ações corretivas que Deus faria contra Israel: 1)A terra seria amaldiçoada pelo pecado de Israel; 2)Deus arrancaria Israel com ira, indignação e grande furor da terra, a terra da promessa; e, 3)Deus os lançaria para outra terra. E isso foi verificado quando Israel, o reino do norte foi levado cativo para a Assíria em 711 aC. e quando Judá, o reino do sul foi levado cativo para a Babilônia em 586 aC. Mas, essas punições foram vistas também quando em 70 dC., sob o comando do Marechal Tito Jerusalém foi invadida, destruída e o templo totalmente queimado, exatamente quarenta anos após a crucificação de Jesus Cristo. Querido amigo, embora o nosso Deus seja um Deus de amor, de graça e de misericórdia; Ele é um Deus justo, imparcial e que não faz acepção de pessoas. Portanto, cabe a nós que somos seus filhos andarmos corretamente para recebermos suas bênçãos e não suas punições.
Em 7º lugar a aliança incluía os encobertos planos divinos para o futuro, v. 29
Querido amigo este verso é um dos mais conhecidos e mais citados pelos cristãos quando têm que explicar algo da Palavra de Deus e não conseguem. Mas vamos lê-lo integralmente para o entendermos completamente. Essas são as suas palavras: [As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei]. Dentro do contexto desse último discurso de Moisés; dentro do contexto da preparação de Israel para possuir Canaã; dentro desse contexto de advertência e apelo para que obedecessem a lei do Senhor, em termos gerais, essas palavras têm um significado bem específico: As “coisas encobertas” certamente se referiam ao futuro desconhecido de Israel: será que Israel obedeceria e seria abençoado por Deus ou desobedeceria e seria castigado pelo Senhor? Só Deus conhecia e conhece as “coisas encobertas”. Só Deus conhecia o futuro de Israel e, só Deus conhece o nosso futuro. Porém Israel conhecia as “coisas reveladas”, isto é, a Lei do Senhor. E, nós também. Nós conhecemos a Palavra de Deus e os seus princípios. O que Deus esperava de Israel é que a Lei revelada fosse obedecida fielmente pelos israelitas garantindo a eles mesmos e as suas futuras gerações um futuro próspero e abençoado por Ele mesmo, o Deus de Israel!
Querido amigo, usamos em muitas ocasiões as nossas especulações, os nossos “achometros”, as nossas opiniões, as nossas interpretações e as nossas posições doutrinárias para nos pronunciarmos a respeito do que só Deus conhece. E, nem nos importamos, não levamos a sério obedecermos e cumprirmos a vontade de Deus claramente revelada na Palavra de Deus. Parece-nos que nos atrai mais aquilo que é desconhecido. Se estivéssemos atraídos pelos princípios da Palavra de Deus e desejosos em obedecê-los certamente as nossas vidas seriam bem diferentes do que tem sido até agora.
Mas, querido amigo, esse, é um versículo também notável por uma outra razão. Como não nos foram revelados muitos detalhes divinos, muitos detalhes sobre Israel, sobre os planos e propósitos de Deus para Israel, também não nos foram reveladas outras verdades encobertas. Por que? Porque elas pertencem a Deus. As reveladas pertencem a nós, e aos nossos filhos. E por que o Senhor nos revelou estas coisas? Qual foi o seu propósito? Para satisfazer a nossa curiosidade? Para satisfazer a nossa sede de conhecimento? Não! Certamente, não. Veja o final do versículo: "Para que cumpramos todas as palavras desta lei". Quando Deus nos revelou Suas verdades ou princípios, Ele o fez para que pudéssemos viver de acordo com aquela verdade ou princípio. O que Deus quer é que obedeçamos a Sua Palavra para que Ele possa nos abençoar.
Temos que lembrar as palavras de Paulo em 1Tm 4.1-2: [Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência]. Querido amigo que possamos vigiar para não sermos iludidos por esses que prometem contatos com os mortos e revelações sobre a vida futura. Nossa fé deve alicerçar-se somente na Palavra de Deus!
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos e concluímos a analise da primeira parte do 4º e último discurso de Moisés. Espero que você tenha sido desafiado por essas lições e peço a Deus que te capacite a obedece-Lo.
Obrigado pela companhia e, fico aguardando a sua carta, seu e-mail ou um recado no orkut.
Que o Senhor Deus te abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia

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