quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

18 anos depois ... 👉🏿A Voz no Deserto

João  começa  a  batizar 

(LC) No décimo quinto ano do reinado de  Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da  Itureia  e  de  Traconites,  e  Lisânias tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a Palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto da Judeia. 
(JO ) Este veio como testemunha, a fim  de  dar  testemunho  da  Luz,  para que todos cressem por meio dele. Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz. LC  E  ele,  percorrendo  toda  a  circunvizinhança do Jordão, pregava o batismo de arrependimento para remissão de pecados,  (MT)  dizendo: – Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus. Porque  este  é  o  anunciado  pelo profeta Isaías, que disse:  Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. 
(LC)  Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; o que é tortuoso se  endireitará,  e  os  caminhos  escabrosos se aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus.
 (MT)  Ora, João usava uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judeia, e de toda a circunvizinhança do Jordão. E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 

👉 Notas LC 3:1-2; JO 1:7-8; LC 3:3; MT  3:2-3; LC 3:5-6; MT  3:4-6 📝

(1)TETRARCA.  Como Israel estava debaixo da  dominação romana, o território foi dividido em quatro e cada  governante  era  denominado “tetrarca”. Os romanos acabaram adotando este título para designar também qualquer governante de outro país sob o seu controle, mesmo quando o território não estivesse dividido em quatro. 

(2)PREGAVA O BATISMO. Aquele ritual de imergir as pessoas nas águas era diferente da simples purificação dos judeus, que envolvia a lavagem apenas das mãos e dos pés. A novidade atraiu multidões de todas as partes. João pregou o Batismo do Arrependimento para perdão dos pecados “a fim de preparar para o Senhor um povo bem disposto” (Lc 1:17b). SEGUNDO O QUE ESTÁ ESCRITO NO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS. Estas profecias datam de cerca de 700 a.C., e estão em Isaías 40:3-5 e 52:10.

(3)FRUTOS DE ARREPENDIMENTO (MT)  Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: – Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. E desde já está posto o machado à raiz das árvores. Toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. 

👉 Notas  MT 3:7-10📝

 (4)FARISEUS. Esta palavra quer dizer “separados”. Formavam um grupo religioso fanático muito numeroso e influente. Os fariseus faziam de tudo para merecer o Paraíso e acreditavam que só seriam salvos aqueles que se submetessem aos seus rígidos costumes religiosos. Eram severos e até desumanos na observação das tradições e costumes extrabíblicos, criados pelos anciãos. Naquela época dizia-se: “Se dois conseguirem entrar no Paraíso, um com certeza será fariseu”. Pecavam pela presunção. Eram avarentos e gostavam de ostentar santidade, a fim de serem vistos pelos homens (Mt 23:5). 

(5)SADUCEUS. Já os saduceus formavam um pequeno grupo, constituído de pessoas ricas e influentes. Admiravam a cultura e a filosofia grega. Eram liberais e, ao contrário dos fariseus, não acreditavam em vida depois da morte, nem em anjos, nem em ressurreição, nem em Juízo Final. A maior parte dos sacerdotes de Israel, inclusive o sumo sacerdote Caifás, que conduziu o processo de condenação de Jesus, pertencia à seita dos saduceus (At 5:17). PRODUZI, POIS, FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. João Batista discerniu que, no fundo, tanto os fariseus como os saduceus serviam a Deus somente na aparência. Daí a sua dura exortação. João não anunciava o ingresso em uma nova religião e, sim, a entrada no Reino dos Céus, que se dá mediante a fé e o arrependimento sinceros, antes do Batismo. E DESDE JÁ ESTÁ POSTO O MACHADO À RAIZ DAS ÁRVORES. Ninguém dá com o machado na raiz da árvore mas, sim, no seu tronco. Porém, do tronco que restou, vêm os brotos que, apesar de serem renovos, trazem a mesma característica da velha raiz.  
João está pregando um Novo Tempo, uma Nova Vida, fora da velha raiz.



(6)QUEM FAREMOS? (LC) Ao que lhe perguntavam as multidões: – Que faremos, pois? Respondia-lhes, então: – Aquele que tem duas túnicas, reparta com o que não tem nenhuma. E aquele que tem alimentos, faça o mesmo. Chegaram também uns pu- blicanos para serem batizados e lhe perguntaram:– Mestre, que havemos nós de fazer? E ele lhes respondeu: – Não cobreis além daquilo que vos foi prescrito. Interrogaram-no também uns soldados:– E nós, que faremos? Disse-lhes: – A ninguém queirais extorquir coisa alguma. Nem deis denúncia falsa. E contentai-vos com o vosso soldo. 

👉 Notas LC 3:10-14 📝

(7)AQUELE QUE TEM..., REPARTA COM O QUE NÃO TEM. João mostra aqui o Princípio do Reino: amor ao semelhante e compartilhamento. 

(8)PUBLICANOS. Quando Roma conquistou a Palestina, nomeou Herodes, o Grande, como rei dos judeus, com a obrigação de pagar imposto sobre a terra e sua produção, chamado “tributum soli”, e também imposto sobre cada cabeça, chamado de “tributum capitis”. No caso de Herodes, era muito conveniente ser um vassalo de César e pagar os tributos porque, não tendo ele sangue davídico, garantia- se no poder e ainda contava com a proteção do exército romano. Para manter estes impostos em dia – e a paz com Roma –, Herodes abriu concessões públicas, vendidas aos judeus mais ricos, que adquiriam a permissão oficial de cobrar impostos em suas regiões. Estes eram chamados de “publicanos” e, por sua vez, contratavam empregados judeus para cobrarem os impostos locais ou sublocavam suas praças em minirregiões. Fossem patrões ou empregados, todos os que cobravam impostos eram chamados de “publicanos”. Do latim publi (raiz da palavra “público”) + cãnus (de cãs, cabelos brancos). Deveriam ser homens respeitáveis, fiéis guardadores da coisa pública

(9)NÃO COBREIS ALÉM DAQUILO QUE VOS FOI PRESCRITO. Por esta palavra, percebe-se que os publicanos tinham o costume de cobrar além do exigido por Roma e enriqueciam com a diferença. Por essa exploração, os publicanos eram desprezados pelos demais judeus e chamados de “publicanis” (onde canis é cão), ladrões, corruptos, traidores, lesas pátrias e cães públicos a serviço do inimigo romano. Os religiosos também odiavam os publicanos e os consideravam “imundos”, porque faziam negócios com os impuros “gentios” romanos.

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