sábado, 29 de fevereiro de 2020

Os primeiros discípulos

Os primeiros discípulos 

(JO)  No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para Jesus, que passava, disse: – Eis o Cordeiro de Deus! Aqueles dois discípulos ouviram- no dizer isto e seguiram a Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: – Que buscais? Disseram-lhe eles:– Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas? Respondeu-lhes: – Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde pousava. E passaram o dia com Ele. Era cerca da hora décima. 

👉 Notas JO 1:35-39📝

 (1)JOÃO ESTAVA OUTRA VEZ ALI, COM DOIS DOS SEUS DISCÍPULOS. Estes dois discípulos eram André, irmão de Pedro, e João, irmão de Tiago. É significativo que João Batista tenha sido a primeira pessoa na face da Terra a anunciar que Jesus é o Filho de Deus, o Batizador com Espírito Santo, o Cordeiro, e também o primeiro a dar seguidores para Jesus. E que seguidores! João se tornará um dos doze apóstolos e será também o autor da parte do Evangelho que leva o seu nome, bem como o único a seguir Jesus desde o primeiro até o último dia, permanecendo com Ele até a Sua morte na Cruz (Jo 19:34-35). André não aparecerá muito na história do Evangelho, mas fará algo da maior importância para o Reino de Deus: será ele quem levará Pedro a ter um encontro com Jesus. 

(2)ERA CERCA DA HORA DÉCIMA. O sistema de marcação de horas, naquela época, funcionava assim: das seis às sete horas da manhã era a hora primeira. Das sete às oito horas, a hora segunda. Das oito às nove, a hora terceira e assim por diante. Portanto, a “hora décima” seria, aproximadamente, quatro horas da tarde.

(2) ANDRÉ LEVA PEDRO ATÉ JESUS. (JO)  André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: – Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo). E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: – Tu és Simão, filho de Jonas, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). 

👉 Notas JO 1:40-42📝

(3) CEFAS. O nome de nascimento de Pedro era Simão Barjonas (Mt 16:17), em que bar quer dizer “filho” e Jonas quer dizer “João”. Jesus lhe mudou o nome para Cefas, uma palavra aramaica que quer dizer “Pedra”. Em grego e latim, é transliterado como Petra. 

(4)JESUS ENCONTRA FILIPE (JO)  No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galileia. E achando a Felipe disse-lhe: – Segue-me. Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 

(5)BETSAIDA. Uma das aldeias mais pobres do norte da Galileia. Betsaida quer dizer “Casa de pesca”. Ficava às margens do Mar da Galileia. 

(6)FELIPE ENCONTRA NATANAEL (JO)  Felipe achou a Natanael e disse-lhe: – Acabamos de achar Aquele de quem escreveram Moisés na Lei e os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Perguntou-lhe Natanael:– Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Felipe:– Vem e vê. Jesus, vendo Natanael aproximar- se dele, disse a seu respeito:–Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael:– Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus:– Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Respondeu-lhe Natanael:– Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que lhe disse Jesus:–Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. E disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o Céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. 

👉 Notas JO 1:45-51;JO 1:43-44📝

(7)LEI E OS PROFETAS. Trata-se de uma coleção de rolos escritos durante um período de mil anos, por vários escritores diferentes, começando por Moisés, em 1450 a.C., e terminando com Malaquias, em 430 a.C. Além dos cinco primeiros Livros: 1– Gênesis, 2- Êxodo, 3- Levítico, 4- Números e 5- Deuteronômio, considerados a Lei, inclui ainda os Profetas Anteriores: 6- Josué, 7- Juízes, 8- Samuel, 9- Reis, e os Livros dos Profetas Posteriores: 10- Isaías, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13- Os Doze, também chamados de Profetas Menores, incluindo Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, e ainda aos Escritos: 14- Salmos ou Louvores, 15- Jó, 16- Provérbios, 17- Rute, 18- Cântico dos Cânticos, 19- Eclesiastes, 20- Lamentações, 21- Ester, 22- Daniel, 23- Esdras-Neemias, 24- Crônicas. Assim, para os judeus, a Lei e os Profetas contêm vinte e quatro Livros. Os “Profetas” são chamados de Nebiim (incluindo os Livros históricos) e os demais Livros são chamados de Ketubim (os “Escritos”). É comum, no judaísmo, designar a Lei e os Profetas pela palavra TaNaK, formada pelas primeiras letras de Torah, Nebiim e Ketubim. Jesus Cristo usou a Bíblia hebraica, assim como os demais apóstolos, já que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito. Esta relação de livros hebraicos é conservada até hoje pelos judeus modernos. Para os católicos, a Lei e os Profetas contêm ainda os livros de Tobias, Judite, I e II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico, bem como os acréscimos no Livro de Daniel 3:2;4.9 (o Cântico de Azarias e dos três jovens), Daniel 13 (Susana), Daniel 14 (Bel e o Dragão) e a Carta de Jeremias (Baruque 6). Estes Livros e acréscimos de textos já existiam nos tempos de Jesus, mas eram recusados pelos judeus da Palestina e pela comunidade cristã nos primeiros séculos por serem considerados apócrifos – obras sem autenticidade e sem inspiração divina, e também por não existir originais em hebraico. A Igreja Católica os chama de Deuterocanônicos, porque foram admitidos posteriormente. Para os Ortodoxos, a Lei e os Profetas é a versão grega dos Setenta, ou Septuaginta, também conhecida pelo símbolo LXX. Trata-se de uma versão do hebraico para o grego, feita por ordem do rei macedônio Ptolomeu Philadelpho, que ocupou o trono do Egito entre 285 e 247 a.C. É chamada de Septuaginta porque a tarefa foi dada a setenta escribas judeus, na então próspera e cultural cidade de Alexandria, no Egito. Também contém os apócrifos, e mais alguns, assim distribuídos: III e IV Esdras, III e IV Macabeus, Odes, e Salmos de Salomão, também considerados apócrifos pela Igreja Católica. Foram estes setenta tradutores judeus que substituíram o Tetragrama Sagrado YHVH pela palavra SENHOR, costume que acabou sendo adotado pela maioria das versões da Bíblia. Os Protestantes adotaram a Lei e os Profetas tal e qual ela está no cânon hebraico, apenas separando alguns livros para melhor organizar a leitura, como os Doze, um a um, e ainda dividindo em dois os Livros de Samuel (I e II), Reis (I e II), Crônicas (I e II), Esdras e Neemias. Esta organização feita pelos reformistas aumentou a quantidade de Livros da Lei e os Profetas para 39, mas nada foi acrescentado ao conteúdo hebraico. O Novo Testamento, que não é aceito na Bíblia hebraica, contém os mesmos 27 livros tanto na Bíblia Católica como na Protestante e na Ortodoxa e, apesar das diferentes traduções, o sentido é o mesmo. Foi escrito em grego – a língua universal da época –, com exceção do livro de Mateus, escrito originalmente em hebraico e posteriormente vertido para o grego. A palavra Bíblia não aparece na Lei e os Profetas, nem no Novo Testamento, e foi usada pela primeira vez por Clemente, no ano 150 d.C. Este termo vem do grego byblos, o papiro, em referência ao porto fenício de Biblos, que controlava o comércio mundial desta planta egípcia, da qual se fabricavam folhas para a escrita. Daí derivou a palavra grega Biblia que quer dizer Livros. Posteriormente, a difusão da palavra latina Biblia acabou singularizando o termo como O Livro, tratando todos os livros como se fossem um só.



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