Mateus, apelidado Levi, antes de sua conversão era um publicano ou cobrador de impostos submetidos aos romanos de Cafarnaum. Como regra geral, se reconhece que ele escreveu seu evangelho antes que qualquer dos outros evangelistas. O conteúdo deste evangelho e a prova dos escritores antigos, mostram que foi escrito primordialmente para o uso da nação judaica. O cumprimento da profecia era considerado pelos judeus como uma prova firme, portanto Mateus usa este fato em forma especial. Aqui há partes da história e dos sermões de nosso Salvador, particularmente selecionados por adaptar-se melhor para despertar a nação a ter consciência de seus pecados; para eliminar suas expectativas errôneas de um reino terreno; para derrubar seu orgulho e engano para consigo mesmos; para ensinar-lhes a natureza e magnitude espiritual do evangelho; e para prepará-los para admitirem os gentios na Igreja.
■CAPÍTULO 1
• Versículos 1-17 A genealogia de Jesus
• Versículos 18-25 Um anjo aparece a José
Versículos 1-17 Acerca desta genealogia de nosso Salvador, observe-se a intenção principal. Não é uma genealogia desnecessária. Não é por vanglória, como costumam ser as dos grandes homens. Demonstra que nosso Senhor Jesus é da nação e família da qual ia surgir o Messias. A promessa da bênção foi feita a Abraão e a sua descendência; a do domínio, a Davi e a sua descendência. Foi prometido a Abraão que Cristo desceria dele (Gn 12.3; 22.18); e a Davi que desceria dele (2 Samuel 7.12; Salmo 89.3 e seguintes; 132.11); portanto, a menos que Jesus seja filho de Davi, e filho de Abraão, não é o Messias. Isto se prova aqui com registros bem conhecidos. Quando aprouve ao Filho de Deus tomar nossa natureza, Ele se aproximou de nós em nossa condição caída, miserável; mas estava perfeitamente livre de pecado: e enquanto lemos os nomes de sua genealogia, não esqueçamos quão baixo se inclinou o Senhor da glória para salvar a raça humana.
Versículos 18-25 Olhemos as circunstâncias em que entrou o Filho de Deus a este mundo inferior, até que aprendamos a desprezar as vãs honras deste mundo, quando comparadas com a piedade e a santidade. O mistério de Cristo feito homem deve ser adorado; não é para perguntar acerca disto por curiosidade. Foi assim ordenado que Cristo participasse de nossa natureza, porém puro da contaminação do pecado original, que tinha sido comunicado a toda a raça de Adão. Atente que é ao que reflexiona a quem Deus guiará, não ao que não pensa. O tempo de Deus para chegar com instrução a seu povo se dá quando estão perdidos. Os consolos divinos confortam mais a alma quando está pressionada por pensamentos que confundem. É dito a José que Maria devia trazer o Salvador ao mundo. Devia dar-lhe o nome de Jesus, Salvador. Jesus é o mesmo nome de Josué. A razão deste nome é clara, porque aqueles aos que Cristo salva, são salvos de seus pecados; da culpa do pecado pelo mérito de sua morte e do poder do pecado pelo Espírito de Sua graça. Ao salvá-los do pecado, os salva da ira e da maldição, e de toda desgraça, aqui e depois. Cristo veio salvar seu povo não em seus pecados, senão de seus pecados; e, assim, a redimi-los dentre os homens para si, que é separado dos pecadores. José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, rapidamente e sem demora, jubilosamente, sem discutir. Aplicando as regras gerais da palavra escrita, devemos seguir a direção de Deus em todos os passos de nossa vida, particularmente em suas grandes mudanças, que são dirigidas por Deus, e acharemos que isto é seguro e consolador.
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