terça-feira, 23 de setembro de 2014

Daniel Introdução (Através da Bíblia)

Daniel Introdução
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que chegamos a esse momento especial em que podemos reservar alguns minutos durante o dia para estudarmos a Palavra de Deus. Você que tem nos acompanhado sabe que o objetivo de estudarmos a Bíblia Sagrada com profundidade é aplicá-la em nossas vidas adequando o nosso viver à vontade de Deus. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais a sua vontade, que é boa, agradável e perfeita. Por isso quero incentivá-lo a ter em suas mãos a Bíblia aberta para estudarmos neste programa os aspectos introdutórios relativos ao livro do profeta . Aproveito a oportunidade para agradecer aqueles que têm compartilhado sobre o programa e sobre as suas vidas pessoais e ministeriais. É através das correspondências de vocês que ficamos sabendo do valor do programa. Hoje, registro a carta que o José Lindomar nos enviou da cidade de São Luis, capital do estado do Maranhão. Foram essas as suas palavras: “Ao pastor Itamir Neves, com muito carinho. A todos da rádio trans mundial, graça e paz da parte do nosso senhor Jesus. Tenho uma irmã e um cunhado que moram no Japão , enviei um email para eles e pedi que ouvissem a rádio trans mundial , eles estão adorando, fiquei feliz, peço que mande um alô para eles e que orem por todos lá no Japão, pois aquele país esta passando por uma crise. Um abraço a todos” José Lindomar Barros Duarte - São luis – MA – email. Querido irmão, querido amigo, muito obrigado por suas palavras. Quero cumprimentá-lo pela disciplina de reservar diariamente um tempo para o estudo da Palavra de Deus com sua família. Obrigado também pela indicação que tem feito do programa para os seus parentes aumentando assim a rede daqueles que amam estudar a Palavra de Deus e, obrigado também por suas orações. Envio um forte abraço para os seus familiares lá no Japão, desejando e pedindo a Deus que os abençoe e lhes dê todo o necessário para viverem dignamente. Aliás essa é a oração que devemos fazer por nossos amigos, parentes, e irmãos, diante dessa crise pela qual estamos todos passando. Que o Senhor tenha misericórdia do seu povo. E, exatamente para isso convido a todos que estão me ouvindo agora. Convido-o a orar a Deus tamném colocando este programa nas mãos do Senhor: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para que possam desfrutar dessa comunhão contigo. Oriente-nos no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Abençoa nossas famílias dando-nos o necessário para vivermos dignamente. Abençoa também este casal que mora no Japão, que a tua graça os alcance. Derrame suas bênçãos sobre cada um deles. Capacita-nos a te obedecer. Oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo hoje temos como objetivo estudarmos os aspectos introdutórios relativos ao livro do profeta Daniel. Porém antes de alistarmos e considerar esses aspectos introdutórios permita-me esclarecer um pouco mais a questão das profecias do Antigo Testamento que serão alvo dos nossos próximos estudos
Querido amigo, como estamos nos dias da Nova Aliança é necessário entendermos que tendo Jesus Cristo como o ápice da revelação divina e divisor da história humana:
As profecias do AT devem ser interpretadas à luz do NT e de Jesus Cristo:
Temos que considerar como os autores do NT encaravam as escrituras do AT e, temos que considerar que os conceitos do AT foram mudados quando relacionados com Jesus Cristo. Daniel se destaca exatamente por isso: ele vê a história sobre o ponto de vista divino e, nos faz perceber que Deus, através de Jesus Cristo, o Senhor dos senhores e o Rei dos reis, tem o controle sobre a história humana, individual e das nações.
Quando respeitarmos esse princípio estaremos prontos para estudar as profecias do Antigo Testamento. Portanto, consideremos e os aspectos introdutórios da profecia de Daniel.
Aspectos introdutórios de Daniel

1. Em relação a Introdução
Estamos penetrando na fascinante aventura de caminhar nas páginas do livro do profeta Daniel, considerado por muitas pessoas um livro de difícil entendimento. É um livro fascinante pelo colorido, pelo grafismo, tendo o Espírito de Deus colocado na pena do profeta Daniel a revelação de Jesus Cristo de tal modo que cores, figuras, números, tudo fala de um modo muito particular, porém preciso, por meio do simbolismo envolvido. Quase que sentimos no meio das batalhas, do fogo da fornalha, na cova dos leões, no meio dos embates que se sucedem. Para algumas pessoas o livro do Daniel tem sido tão misterioso quanto o livro de Apocalipse, de difícil compreensão. Mas, com tranqüilidade, profundo estudo e contanto com a iluminação do Espírito Santo, certamente vamos entendê-lo e assim também dele aprenderemos lições úteis para aplicá-las às nossas vidas.

2. Em relação ao homem Daniel
Daniel, que significa “Deus é meu juiz” era membro da família real de Judá (cf. 1.3), nasceu em Jerusalém, provavelmente em 623 a.C., durante a reforma de Josias, no princípio do ministério de Jeremias e, foi educado na corte real (cf. 1.4-7). Era da mesma idade de Ezequiel, sendo que este tinha sido deportado em 597 a.C. e Daniel, em 605 a.C. Daniel viveu na Babilônia durante o séc. VI a.C. e serviu aos governantes babilônios e persas. Enquanto o ministério de Jeremias, em Jerusalém ocorreu entre 626-586 aC., e o de Ezequiel ocorreu entre 593-571 aC., Daniel profetizou entre 605 até 536 aC., (todos os 70 anos que duraram o exílio) quando ocorreu o primeiro retorno dos judeus, sob a liderança de Josué e Zorobabel (cf. Ed 1.1-2.2). Daniel era um homem de propósitos firmes e decidido (cf. 1.8-16); tinha discernimento de sonhos e visões (1.17); decifrou o escrito divino na parede, no qual, Belsazar, foi julgado e encontrado em falta (5.1.-31); tornou-se o principal entre os presidentes da Pérsia (6.1); foi protegido por Deus de ser morto por leões (6.10-24); e, também era muito piedoso em sua vida devocional e de oração (9.1-19). Serviu fielmente a quatro imperadores mundiais: Nabucodonosor (2.11-4.37) e Belsazar (5.1-31), babilônicos e Dario (6.1-28) e Ciro (10.1-11.1), persas. Daniel, desde jovem serviu como um exemplo de amor e compromisso com Deus. Daniel era tido em alta estima por Deus e pelos homens.

3. Em relação à autoria do livro
Daniel tem estado sob ataque talvez mais do que qualquer outro livro de profecia. Teólogos liberais negam sua integridade e declaram que o livro pode ser uma falsificação. Por outro lado, muitos teólogos “fundamentalistas” têm torcido a mensagem do contexto e têm permitido que suas imaginações os conduzam de modo a interpretar as partes apocalípticas de acordo com as suas posições escatológicas.
Em vista destas controvérsias sobre Daniel, precisamos ser cautelosos para que não insiramos idéias preconcebidas em sua mensagem. Primeiro, aprendamos sua ambientação histórica, e então certifiquemo-nos de que a interpretação aceita para as passagens difíceis siga as regras básicas da hermenêutica bíblica: A Bíblia interpreta a própria Bíblia; a interpretação deve concordar com o contexto do próprio livro; e a interpretação deve estar em harmonia com todas as outras afirmações a Bíblia apresenta sobre aquele assunto.

O livro de Daniel tem sido tradicionalmente atribuído a Daniel (Deus é meu juiz):

1) com base nas declarações explícitas feitas em suas páginas (cf. 9.2; 10.2);
2) com base nas citações de Ezequiel (cf. 14.14, 20; e, 28.3); e,
3) com base no testemunho de Cristo (cf. Mt 24.15), além de ter sido mencionado indiretamente pelo autor de Hebreus (Hb 11.33).

4. Em relação à data e a autenticidade do livro
Nesse aspecto temos duas posições antagônicas: Alguns estudiosos sustentam que o conteúdo do livro, em grande parte, é fictício, pois tomam por base o conceito filosófico de que a profecia preditiva de longo alcance não existe, é algo impossível. Por não crerem na sobrenaturalidade da Palavra de Deus, e nem na possibilidade de Deus revelar o futuro aos homens, entendem esses estudiosos que as profecias que aparecem no livro, na verdade são fatos que ocorreram e foram registrados posteriormente, como se fossem profecias, e assim colocam a data do livro por volta de 200 anos antes de Cristo.
Por outro lado, temos muitos estudiosos que crêem na sobrenaturalidade do livro e na capacidade de Deus revelar o futuro aos seres humanos através de seus profetas, para encorajar, para mostrar os seus planos benéficos em relação ao seu povo. Nesse grupo, nós que acreditamos que Deus pode e revela-se de modo sobrenatural e revela também sobrenaturalmente alguns eventos futuros, entendemos que a data da composição do livro é aproximadamente 536 a 530, pouco depois de Ciro ter conquistado a Babilônia, em 539 aC.
Em relação a autenticidade do livro, mesmo que ele seja criticado com relação às palavras persas e gregas que poderiam indicar uma data posterior, tem sido demonstrado recentemente, através de evidências lingüísticas nos rolos do Mar Morto, que essas palavras, já eram conhecidas e usadas por volta do séculos seis aC.

5. Em relação ao ambiente histórico
A política mundial, ascensão e queda dos grandes impérios e a relação dessas potências com Israel são o assunto principal das profecias de Daniel.
O império babilônico (626 aC. Até 539 aC.) tinha conquistado a Assíria, tornando-se a superpotência mundial. Na sua expansão e conquista do mundo de então a Babilônia tinha conquistado Judá.
E, Daniel, ainda jovem, com seus amigos e, mais um grande grupo de nobres judeus foi levado para o exílio babilônico, em 605 a.C. com a primeira leva de deportados, enquanto um grande grupo de judeus tinha fugido para o Egito, levando consigo o profeta Jeremias. Durante aqueles anos, nos quais viveu Daniel, o mundo experimentou essas mudanças: a Assíria deixou de ser o império mundial. A Babilônia tomou o seu lugar e depois a Pérsia tomou o lugar os babilônicos. Na batalha de Carquemis, em 605 a.C. Daniel e muitos outros judeus foram levados para a Babilônia. Em 597, um segundo grupo de Judeus foi exilado para a Babilônia, entre os quais estava o profeta Ezequiel e o rei Zedequias. Aproximadamente vinte anos depois, em 586 aC., Judá foi destruída e o templo foi arrasado pelos babilônios; e, posteriormente, os egípcios foram invadidos pela Babilônia em 568 aC..
Depois disso, enquanto a Babilônia se enfraquecia, a Pérsia surgia como poder mundial. O governo dos medos caiu sob as tropas de Ciro, o persa, em 550 e, por último, em 539 aC., a Babilônia foi derrotada por Ciro. E, assim a Pérsia tornava-se o império mundial.

6. Em relação ao valor histórico do livro
É possível fazer apenas algumas observações a respeito do valor histórico do livro que foi escrito provavelmente entre 536-530 a.C., logo depois da última visão (cap.10-12):

1. Daniel mostra-nos Deus como o soberano do universo, que quando quer, intervém na história humana de maneira sobrenatural, sendo exemplo máximo disso a ascensão e a queda desses impérios e imperadores mundiais, pois não há autoridade que não proceda e seja instituída por Deus (cf. Paulo declara de modo veemente em Rm 13.1)

2. Daniel também nos mostra que os cumprimentos das várias profecias registradas por ele não podiam ter acontecido até o século dois aC. Confirmando uma data mais antiga para a composição do livro (536/530 aC.), o simbolismo ligado ao quarto reino revela que, sem possibilidade de engano, tratava-se de uma profecia a respeito do império romano (cf. 2.33; 7.7, 19), que só veio a ocupar o “governo mundial”, a partir do ano 63 aC.

3. E, como mais um testemunho do valor histórico do livro podemos citar a profecia a respeito do “Ungido”, aquele que seria o “Príncipe”. Essa profecia diz assim: Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas ... Depois da sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará ... (Dn 9.25-26). Quando fazemos esse cálculo achamos 483 anos depois desse decreto de reconstrução e isso nos mostra, nos leva exatamente à época do ministério de Jesus. Considerando-se o ano de 444 aC., como o do decreto persa para reconstrução de Jerusalém ao somar-se mais 483 anos, chegamos ao ano 33 dC., provavelmente o ano em que Cristo foi crucificado, dando-se por nós.

7. Em relação ao tema
Daniel não comunicou sua mensagem, relatada ao povo exilado. A profecia de Daniel que se estendeu pelo período de 70 anos do cativeiro foi ministrada à corte dos reis. Daniel destacou a história política e profética, com forte ênfase na sabedoria, poder e soberania de Deus e em Seu reino prevalecendo sobre os reis e os reinos dos homens. Daniel foi o grande intérprete de sonhos e visões e nos permitiu um vislumbre bastante perspicaz do futuro, à medida que o plano de Deus para Israel e para a humanidade se descortinava. Daniel retratou Deus como o Rei soberano do uni¬verso, aquele que controla os destinos tanto de impérios pagãos como de seu povo, exilado ou restaurado e, os revela ao seu povo.
Portanto, o tema do Livro de Daniel é: “O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Daniel 2:21; 4:17,25,32,34-35; 5:21).

8. Em relação à forma literária
Aqueles que consideram fictícias as histórias classificam-nas como lendas da corte. Os que aceitam seu valor histórico consideram-nas como relatos biográficos de Daniel e de seus amigos. As visões de Daniel podem ser classificadas como literatura apocalíptica.

9. Em relação ao propósito e teologia
O Deus de Daniel é o Rei soberano do mundo, que levanta e derruba governantes e determina com grande antecedência o futuro das nações. A Daniel, Deus revelou a história futura, demons¬trou o poder de livrar os seus e deu uma lição viva sobre os perigos do orgulho. Nabucodonosor foi forçado a reconhecer a soberania do Deus de Daniel de uma maneira muito humilhante, sendo transformado num animal do campo até que reconhecesse o poder e a soberania de Deus.

10. Em relação a estrutura do texto

》DANIEL E SEUS AMIGOS NA BABILÔNIA1.1—6.28

Daniel e seus amigos permanecem fiéis1.1-21
●Daniel interpreta um sonho2.1-49
●Os amigos de Daniel enfrentam a morte3.1-30
●Nabucodonosor sonha com uma grande árvore4.1-37
●A queda da Babilônia5.1-31
●Daniel é livrado da cova dos leões6.1-28

VISÕES E REVELAÇÕES DE ACONTECIMENTOS FUTUROS7.1—12.13

A visão de quatro animais saindo do mar7.1-28
●A visão de um carneiro e um bode8.1-27
●A visão das setenta semanas9.1-27
●Um anjo revela acontecimentos futuros10.1—12.13

11. Em relação ao valor ético e teológico
Daniel destaca a soberania de Deus sobre a história do mundo. A história desenvolve-se como parte dos planos de Deus e caminha em direção a alvos anteriormente determinados por Deus. Os déspotas terrenos utilizam seu poder cruel só por um breve tempo. Deus está no controle de tudo e estabeleceu um fim para o tempo de sofrimento de seu povo.
Entre os propósitos de Deus para a história humana estão o livramento de seu povo oprimido, a ressurreição, o julgamento e o estabeleci¬mento de seu reino eterno. Daniel, portanto, conclama o povo de Deus de todos os tempos a perseverar e a manter a esperança.

12. Em relação ao que se deve buscar ao estudar esse livro
Ao estudarmos essas sagradas palavras vamos encontra declarações sobre a fidelidade de Deus e o seu poder. Deus cumpriu a sua promessa de castigar a desobediência do povo e, os mandou para o exílio. Mas, Deus também cumpriu a sua promessa de restaurá-lo e protegê-lo diante das grandes mudanças que ocorriam na alternância de poder das nações.

13. Em relação às razões para estudarmos o livro de Daniel
Se desejamos ouvir a Deus, se desejamos perceber as revelações de Deus, e, se desejamos ser estimulados em nossa fé através de exemplos de vida, somos desafiados a estudar este livro; temos razões suficientes para estudarmos essas profecias bíblicas. Esse é o meu convite para você, para os próximos dezoito programas.
Conclusão
À semelhança de Daniel e seus amigos, os cristãos de hoje são tentados a fazer concessões em seus valores e cultuar aquilo que não é Deus. Daniel convoca os cristãos a viverem a sua fé a qualquer custo neste mundo hostil.
Os cristãos devem lembrar que Deus está operando soberanamente todas as coisas de acordo com o Seu plano perfeito e haverá de trazer a história a um final, à Sua maneira e ao Seu tempo. O reino de Deus haverá, de fato, de vir à terra como ele hoje existe no céu. Você já faz parte desse reino?
Que o Senhor te abençoe e que a sua fé se torne ainda mais firme.
Um grande abraço e até o próximo programa.
© 2014 Através da Biblia

Nenhum comentário:

Postar um comentário