Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você que tem nos acompanhado sabe que temos seguido adiante com o nosso projeto de estudar toda a Palavra de Deus publicando os comentários que fazemos a partir dos nossos estudos. Fazemos isso porque Deus tem nos chamado para proclamar com integridade a Sua genuína Palavra e porque vocês têm escrito compartilhando sobre o privilégio de termos um programa com interpretações seguras e relevantes. As correspondências que vocês enviam demonstram carinho e amizade cristã. Quero incentivá-lo a nos escrever sobre suas boas experiências no estudo da Palavra. Foi sobre essas experiências que recebemos uma carta do AVPNeto da cidade de Francisco Sá em MG que nos disse: “Amado irmão em Cristo Itamir Neves. O Através da Bíblia tem me ensinado muito e principalmente tirado muitas dúvidas. Estou recém convertido e agradeço a Deus por ele. Deus tem me abençoado através da RTM. Sou um presidiário e me encontro na Penitenciária de Segurança Máxima, e com fé em Deus serei liberto ainda este ano. Parabenizo a todos da RTM por esse ministério”. Querido irmão, louvamos a Deus por sua vida e por compartilhar conosco o seu testemunho. Oramos para que Deus te encaminhe com segurança nos seus próximos passos e que você permaneça firme na nova vida que ele te concedeu. Certamente você perceberá como é bom ter Jesus na direção da sua vida! Também agradecemos a sua disposição em orar por nós e é para isso que temos convocado a todos vocês, a se unirem em oração em nosso favor. É exatamente para orarmos que te convido agora. Vamos orar: “Pai querido, obrigado pela tua direção e pela misericórdia que tu nos dás. Pedimos a iluminação do Teu Espírito para o programa de hoje. Que ele sirva para edificação de cada um dos nossos ouvintes. Senhor dirija os passos do teu filho AVPNeto e fortaleça-o nesse início de vida cristã. Pai pedimos isso baseados na Tua misericórdia, em nome de Jesus. Amém”.
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos Efésios 5.3-14. Esse é um texto que vai nos mostrar mais uma vez a diferença que deve existir em nossas vidas a partir do encontro que tivermos com Cristo.
Mas, vamos ler o texto bíblico que servirá como base para os nossos comentários. Se você tiver oportunidade abra a sua Bíblia em Efésios 5 e vamos ler os versos 3 a 14. Diz assim a Palavra de Deus:
[3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. 5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 7 Portanto, não sejais participantes com eles. 8 Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz 9 (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), 10 provando sempre o que é agradável ao Senhor. 11 E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. 12 Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. 13 Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. 14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.]
Muito bem, depois de lermos esse texto tão prático, podemos perceber que ele é desafiador. E, quando lemos todo o texto há uma frase que se destaca e aparece no verso 10: [Provando sempre o que é agradável ao Senhor.] Para imitar a Deus, temos que ser absolutamente puros, pois ele é puro (veja 1Pd 1.14-16). Filhos de Deus que não aprendem a deixar a impureza para praticar a justiça são desobedientes e não terão nenhuma herança no reino dele (5.3-6).
Os verdadeiros filhos de Deus não participam mais das obras da desobediência e das trevas, porque andam como filhos da luz, andam no Senhor (5:7-8). Andar como filhos da luz significa que estamos "provando sempre o que é agradável ao Senhor" (5:10). Se seguirmos os nossos próprios desejos e fizermos o que achamos agradável ao Senhor, não andamos como filhos da luz. Se quisermos agradar ao Senhor, temos que ler, entender e fazer o que ele revelou na Palavra. Nossa única maneira de sabermos o que agrada ao Senhor é conhecermos e praticarmos o que ele diz ser agradável a ele (veja 3:4). Quando praticamos o que foi revelado, andamos na luz de Cristo e deixamos a sua luz brilhar em nós, despertando outros da escuridão do pecado (5:11-14). Quando analisamos este texto com profundidade, podemos sintetizá-lo e colocar como seu título a seguinte frase:
UMA VIDA AGRADÁVEL AO SENHOR
EF. 5.3-14
Introdução
Querido amigo, como vimos nos programas anteriores uma das exigências da nova vida é demonstrarmos amor para com Deus, para com os irmão e para com as pessoas ainda não são cristãs. Mas, para andar em amor, temos de abandonar as obras da carne, que não mostram amor para com o nosso santo Deus e nem para com o nosso próximo, seja ele cristão ou não. Paulo é muito veemente a recomendar que rejeitemos essas obras más, pois ele diz que esse proceder antigo, que essas obras da carne (Gl 5.19-21) [...nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos (3)]. No passado, andávamos no pecado praticando coisas inconvenientes que não pertencem a nova vida. Não devemos sentir orgulho, nem achar engraçadas as coisas do passado. Rejeitemos o velho homem por completo. Podemos ser lavados de tais pecados (1Co 6.9-11), mas sem a justificação que vem de Jesus, não teríamos nenhuma esperança de entrar e participar no reino de Deus.
Alguém pode tentar nos enganar, minimizando o significado destas práticas. E, de fato, o mundo está cheio de pessoas que sugerem que alguns pecados são comuns, normais, até bons. Deus não considera essas práticas aceitáveis. Não! Tais pratica, tais pecados, trazem a ira dele sobre as pessoas que os cometem.
A única solução para o problema é apresentada por Paulo: [Portanto, não sejais participantes com eles. (7)]. Não podemos fazer acordos com o pecado ou servir Cristo ao mesmo tempo. Temos de deixar o pecado e nos dedicar somente ao Senhor. Como o próprio Senhor Jesus disse: não adianta chamarmos ele de Senhor, Senhor e não fazermos o que ele nos manda.
Por isso, em resumo podemos dizer que esse texto nos apresenta a seguinte proposição:
Somente quando substituímos o passado indigno pelo presente digno conseguimos viver de modo agradável ao Senhor.
Neste texto encontramos sete características da vida que agrada a Deus.
1. Esta vida se caracteriza por não viver no padrão dos que não herdarão o reino de Deus, vs. 3-5
O que Paulo está pedindo é para que rejeitemos a participação na vida de trevas. Pelo contrário, devemos viver em santidade. Paulo é tão incisivo que diz que não devemos sequer mencionar algo sem pudor, impuro, e cobiçoso (3). A palavra “impudícia” quer dizer aquilo que é impuro, imoral, lascivo. É o que há de mais degradante na vida secular. São desejos impuros e sujos. Paulo nos exorta a vida de pureza, para uma vida limpa em nossos pensamentos. Você sabe quanta impureza pode entrar na vida de uma pessoa. Se pudéssemos ver o que existe dentro da mente humana ficaríamos horrorizados. Muitas mentes são alimentadas diariamente de muitas formas, através de revistas, programas de rádio, de televisão, além da própria busca pelas coisas imundas que podem ser encontradas em muitos lugares. É verdade que muitos dessas cenas impuras estão por aí reproduzidos em livros, em revistas, em peças teatrais, em filmes e novelas. E mesmo sabendo que são coisas horríveis, desagradáveis a Deus, muitos crentes ainda enchem suas mentes com esses pensamentos impuros. O apóstolo Paulo descreveu muito bem esse quadro horripilante. Ele diz que os homens que não tem o temor de Deus estão mortos nos seus delitos e pecados. Uma pessoa morta é um cadáver, não é verdade? São cadáveres, corpos sem vida moral e espiritual. A palavra “chocarrice” pode significar aquelas piadas grosseiras, que tem o sexo como tema. Ao invés de chocar com gracejos imorais, o cristão deve ter palavras de gratidão, pavras que tragam edificação. A boca que usávamos no passado para falar coisas vãs e profanas serve agora para agradecer ao Senhor, deve servir para edificar os irmãos. E, ainda neste verso 4, Paulo passa da imoralidade para a vulgaridade, e esse não deve ser o proceder do cristão. No verso 5 Paulo alista aqueles que não herdarão o reino de Deus. Ouça o significado das palavras usadas aqui: 1) incontinente: a palavra grega (pornos) traz o sentido de fornicador ou pessoa imoral. 2) Impuro: literalmente, uma coisa não lavada ou não purificada. Precisamos ser lavados em o nome de Jesus (1Co 6.11). 3) Avarento: aquele que deseja adquirir mais e mais coisas, especialmente desejando aquilo que pertence aos outros. Os bens materiais se tornam seu ídolo dessas pessoas (veja Cl 3.5). Mas, sobretudo, como cristãos, temos que saber, temos que lembrar e temos que avisar que as pessoas que continuam praticando essas obras da carne não terão herança no reino de Deus e de Cristo.
2. Esta vida se caracteriza por não ser enganado por palavras lisonjeiras, vs. 6-7
O verdadeiro cristão deve saber da certeza do julgamento. Os impuros, os pecadores, não herdarão o reino de Deus. Sabe por que? Porque estão provocando Deus à ira. O cristão sábio e maduro não participa com os desobedientes. O cristão maduro não se deixa enganar pelas palavras vãs. Essa advertência de Paulo tem razão de ser, por que o mal se aproxima de cada um de nós com roupagem bonita. O mal nunca se apresenta agressivamente. Podemos ser enganados se não estivermos atentos à Palavra de Deus. Um exemplo disso ocorre em nossos dias. A Bíblia chama de adultério a relação sexual ilícita entre pessoas casadas, mas as pessoas que não seguem o padrão divino, insistem em chamar esse comportamento de “caso”. Tentam suavizar, mas, para Deus, é adultério mesmo. A Bíblia diz também que é proibida a relação sexual antes do casamento, mas até entre crentes encontramos pais que permitem seus filhos terem vida sexual ativa, apenas para poderem ter uma experiência, para saberem como agir quando casado. Esses são enganos para os quais devemos estar muito atentos.
3. Esta vida se caracteriza por não ser mais trevas, mas ser luz no Senhor, vs. 8
Ser luz no Senhor significa manifestar os frutos da luz. O andar é novo: andamos como filhos da luz. Passamos das trevas para a luz. Éramos trevas, mas agora somos luz. O nosso andar, o nosso caminhar é na luz . Caminhamos na luz porque não deve haver nada para escondermos de quem quer que seja. Os que ainda não tem Cristo, como Senhor de suas vidas preferem a escuridão, preferem as trevas, porque elas encobrem as suas obras más, as suas imoralidades, assim como Jesus disse em Jo 3.19-21.
4. Esta vida se caracteriza por não ser mais filhos da desobediência e ira, mas ser filhos da luz, vs.8-9 (2.2-3)
No inicio do capítulo dois Paulo mostrou que, por estarmos mortos em delitos e pecados, porque estávamos seguindo o curso desse mundo, do diabo, da nossa antiga natureza e dos nossos pensamentos, que eram fúteis, na verdade andávamos no pecado. Porém, depois que Jesus entrou em nossa vida, o nosso viver é diferente. Agora andamos como filhos da luz. Quando nos lembramos de como era a sociedade daqueles dias, fica claro porque Paulo pediu esse procedimento transparente. Haviam aqueles que interpretaram mal a graça de Deus. Eles afirmavam que, se a graça de Deus é tão abrangente que cobre, multidão de pecados, se a graça de Deus pode eliminar qualquer pecado então poderiam pecar para que a graça fosse ainda mais abundante (veja Rm 6). Mas, esse era um argumento originado no reino das trevas. O cristão que vive no reino da luz, o cristão que é luz, no Senhor não aceita esse argumento. Esse é o viver de quem desobedece a Deus e, portanto está sob a ira de Deus. Por isso, o que é louvável e atrai a alegria é andar na luz porque esse novo andar deve ser um andar frutífero.
5. Esta vida se caracteriza por não andar de modo infrutífero, mas por produzir os frutos da luz, vs. 9-11
Aqui temos o contraste entre as obras infrutíferas (11) e o fruto da luz (9-10). Sendo que as obras infrutíferas das trevas devem ser reprovadas, o fruto da luz se torna agradável ao Senhor. Ser filho da luz é provar aquilo que é agradável ao Senhor. O nosso compromisso é agradar o Senhor e não mais nos associar com as obras infrutuosas das trevas. Mesmo que corramos o risco de perdermos nossas posições, ou até o emprego, não podemos fazer a vontade das trevas. Temos sim é que buscar a vontade de Deus. Uma vida frutífera no Senhor fará com que frutos da luz sejam vistos pelos que convivem conosco. E toda a gloria será dada a Deus. Foi Jesus quem disse que os homens vendo as nossas boas obras, os frutos da luz, iriam e vão glorifica o nosso Deus que está nos céus!
6. Esta vida se caracteriza por não agir ocultamente, mas agir de modo transparente, vs. 12-13 (Jo 3.18-21)
A vida daqueles que estão sem Cristo é padronizada por obras, feitos e realizações que são feitas no oculto. Essas realizações não devem nem ser mencionadas, de tão pecaminosas que são. Até mencioná-las é vergonhoso. Paulo faz o contraste entre as obras ocultas (12) e todas as obras manifestas (13). O crente deve aprender que tudo aquilo que não queremos que se manifeste, que tudo aquilo que não queremos que os outros vejam são obras más, que, certamente não devem ser desejadas por nós, nem sequer devem ser mencionadas. Nenhuma decisão, nenhuma prática deve ser feita quando há algo oculto que não possa ser revelado. Quando temos mistérios, quando temos esquemas que não estão claros a todos, quando temos segredos, nos negócios e nas atitudes é sinal de que essas não são práticas recomendáveis a nós cristãos. O cristão que vive dignamente deve fazer um propósito diante de Deus de nunca aceitar ou concordar com aquilo que não pode ser transparente.
7. Esta vida se caracteriza por não dormir ou morrer, mas viver na luz de Cristo, vs. 14.
Paulo termina esse parágrafo tão prático, como que resumindo tudo o que ele nos disse até agora. Ele faz uma citação muito interessante. De novo eu cito literalmente o verso quatorze para podemos entender bem o que Paulo quis dizer. As suas palavras foram: [Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.] Essa palavras são provavelmente um fragmento de um primitivo hino da igreja cristã que era entoado nos cultos e nas celebrações coletivas.
Como nos diz Barclay (1973, p. 173) é bem provável que esse hino era um cântico entoado na ocasião de um batismo. Normalmente se batizavam adultos. E esses adultos eram pessoas que tinham tido um tipo de vida completamente diferente daquele planejado por Deus para o ser humano. Por isso quando havia batismo significava a passagem do paganismo para o cristianismo. Quando se levantava o novo cristão das águas essas palavras eram cantadas, para simbolizar o ressurgimento do novo cristão, saído de uma vida tenebrosa das trevas, para um vida radiante com Cristo. Era um testemunho de uma mudança de uma transformação radical, operada pelo Senhor Jesus Cristo, na vida daquele convertido.
As trevas, o dormir e a morte foram e são derrotados por Cristo, a verdadeira luz. A dormência e morte foram e são substiuídos por uma vida iluminada por Cristo. Essa vida deve ser demonstrada e percebida por todos que convivem conosco.
Voce está disposto a viver dessa maneira?
Que o Senhor o abençoe!
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