A soberana restauração divina
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia, quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. É um prazer estar mais uma vez junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor e especificamente as profecias de Zacarias que foram transmitidas para encorajar o povo de Deus numa época muito difícil para eles. Por Deus requer de nós uma vida santa e coerente com a salvação que recebemos pela morte e ressurreição de Cristo temos que estudar cada dia mais a sua Palavra, pois é ela que nos conduz ao conhecimento da vontade de Deus e é a Palavra de Deus que nos encoraja nas horas mais difíceis que enfrentamos. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que você está dedicando esse tempo específico para o estudo e reflexão na Palavra de Deus, dando-nos a satisfação de sua audiência. Você sabe que o estudo contínuo da Bíblia é um privilégio, mas é também um dever, pois ela é nosso alimento espiritual. Por isso devemos estudá-la com afinco. No início desse programa quero registrar as palavras do Geraldo Neves que embora não nos informou sua cidade e estado, nos passou um email, com o seguinte conteúdo: 1196 “Paz do Senhor. Gostaria de saber qual a diferença entre presbítero e diácono, pois hoje há diáconos ministrando santa ceia nas igrejas e também ungindo quando a Palavra orienta a fazer isto os presbíteros. Nos dias de hoje, porque os dois fazem praticamente a mesma coisa se a própria Bíblia mostra que há estas duas funções na igreja? Se o diácono pode fazer o que um presbítero faz na igreja, porque na Bíblia não colocou só o presbítero ou só o diácono? Grato pela atenção.” Geraldo Neves- email Prezado irmão, como lhe respondi, de fato seria importante saber sua cidade, estado e até a sua igreja para que pudesse responder com maior segurança a sua dúvida. Presbítero é uma transliteração do grego presbuteros, que significa ancião, mais experiente. É um dos líderes da igreja, alguém responsável pelo ministério da igreja. Diácono, ou servo é um ajudador, um auxiliador do ministério da igreja. O texto de Atos 6 refere-se aos diáconos, e o texto de 1Tm 3 refere-se aos presbíteros e ao diáconos separando esses dois grupos. Cada qual tem suas responsabilidades, mas não vejo na Bíblia que um não pode servir na área do outro. Os dois trabalham para o corpo de Cristo visando a sua edificação. Quando há necessidade do ministério qualquer cristão pode servir a igreja. Devemos nos lembrar que na nova aliança não existe mais clero e leigos. Todos somos sacerdotes reais. Nossa disposição e oração é que estejamos sempre dispostos a servir o Senhor, servindo a sua igreja em todas as oportunidades que se nos oferecerem. E por falar em oração, quero convidar cada um de vocês que estão em sintonia comigo agora, para falarmos com Deus em oração. Vamos pedir suas bênçãos para o programa de hoje: "Querido Deus e Pai, chegamos à tua presença reconhecendo tua soberania, teu poder, tua onisciência. Reconhecemos que tudo conheces e sabe que necessitamos da iluminação do teu Espírito para o nosso estudo de hoje. Pai misericordioso, te pedimos então que tenhamos nossas mentes abertas para ouvirmos Tua Palavra e capacitação para obedecê-la. Agradecidos te pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Amém"! Querido amigo hoje temos a responsabilidade de concluirmos o estudo do capítulo dois da profecia de Zacarias. Vamos refletir sobre Zc 2.6-13. Nesses versos não temos mais uma visão, mas temos a sequência da mensagem da terceira visão. Este é um texto que nos chama a atenção para o contexto em que o povo judeu vivia depois de ser liberto do exílio da Babilônia. Os ex exilados estavam enfrentando a contrariedade de inimigos mais recentes, de inimigos que surgiram a partir da chegada deles de volta à terra prometida. Depois de setenta anos ausentes, voltavam os judeus para sua terra, para sua pátria. Vinham com a tarefa clara de reconstruírem o templo de Jerusalém, o templo de Deus. Vinham com a missão de reconstruírem a cidade, o templo e colocar de novo o culto em ordem para que o nome de Deus fosse adorado de modo correto. Esses novos inimigos, como mencionamos no programa passado, eram os samaritanos. Os samaritanos eram um povo resultante da mistura entre os israelitas, do reino do norte e os gentios. Quando Samaria caiu em 722 a.C. ficou um remanescente do povo israelita do reino do norte. Estes que ficaram eram os mais pobres que foram desprezados pelos assírios. O erro deles, além de outros foi se unirem aos gentios que os assírios trouxeram para povoar as terras do reino do norte. Dessa união surgiram os samaritanos, essa raça mista. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus por serem descendentes de israelitas que tinham se contaminado unindo-se aos gentios. Quando os samaritanos quiseram ajudar os ex exilados judeus a reconstruir o templo (conf. Ed 4.1-3) os líderes judeus recusaram prontamente essa ajuda “impura”. Os samaritanos por sua vez revoltados com essa atitude de repudio dos judeus, criaram obstáculos, diante de Dario, o imperador da época e assim conseguiram atrasar a reconstrução do templo por aproximadamente dezesseis anos. Embora essa fosse a situação triste do povo recém libertado. Através dos profetas Ageu e Zacarias Deus estava encorajando o povo, estava animando o povo para que não ficasse abatido pelas circunstâncias. Porém, como vimos no estudo de Ageu, além dessa situação de oposição, havia também um equivoco em termos de priorizar do que deveria ser priorizado. Diante da oposição samaritana os judeus recém chegados ao invés de se dedicarem a reconstruírem o templo, obra prioritária para o restabelecimento do culto a Deus, embora tenham reconstruído o altar (conf. Ed 3. 1-3), priorizaram a reconstrução de suas casas (conf. Ag 1.4). Mas, mesmo com esse quadro de falta de dedicação, de falta de compromisso com Deus, o próprio Senhor não abandonou a sua aliança firmada com o seu povo. Deus é fiel e cumpre suas promessas. Como Deus é soberano ele mesmo controla as circunstâncias e assim ele sabia que a restauração estava por vir. Ao estudarmos, ao refletirmos vamos dar o seguinte título a esse texto: A soberana restauração divina Zc 2.6-13 Introdução É interessante percebemos que alguns aspectos desta profecia apontavam para além das circunstâncias do povo da época de Zacarias. Esses aspectos mostram as bênçãos do reino messiânico. Precisamos fazer algumas constatações: 1. O que vemos nessas palavras é Deus chamando o seu povo de volta da terra do Norte, da Babilônia. Os verbos aqui mencionados: fugir, salvar-se, habitar, podem sugerir que alguns dos judeus tinham se adaptado aos costumes e aos caminhos da Babilônia e precisavam sair deste meio urgentemente para ter a comunhão com Deus. 2. Deus seria glorificado na vitória contra as nações e na proteção de Sião, a ... menina do seu olho ... (conf. 2:8-9) 3. Deus traria para seu povo a alegria da sua presença (2:10) 4. Muitas nações se ajuntariam a Deus para fazer parte do seu povo (2:11). Este é um de vários textos no Antigo Testamento que falam da inclusão dos gentios. 5. Os gentios sempre estiveram nos planos de Deus. Eles sempre estiveram nos planos do reino do Senhor no Novo Testamento. A igreja e sua tarefa missionária são reflexo disso (conf. Sl 96.1-3, 7-10). 6. Judá seria a herança do Senhor, frisando a sua proteção (2:12; conf. Sl 94:14; Ef 1:11) 7. Deus se levantou para agir! (2:13; conf. Sf 3.8) O povo de Judá sofreu muito por causa do pecado constante das gerações anteriores. Mas, agora, Deus chamava a geração de Zacarias a se arrepender e estabelecer a comunhão com ele. Nas primeiras visões do livro, ele apontou para além das circunstâncias do povo nestas primeiras décadas depois do cativeiro para falar das bênçãos que Deus preparava para o reino do Messias. Vou ler todo o texto sobre o qual iremos refletir e peço sua atenção para a Palavra de Deus. Zc 2.6-13. Diz assim a Palavra de Deus: 2.6 Eh! Eh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o SENHOR, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o SENHOR. 7 Eh! Salva-te, ó Sião, tu que habitas com a filha da Babilônia. 8 Pois assim diz o SENHOR dos Exércitos: Para obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. 9 Porque eis aí agitarei a mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o SENHOR dos Exércitos é quem me enviou. 10 Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o SENHOR. 11 Naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao SENHOR e serão o meu povo; habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos Exércitos é quem me enviou a ti. 12 Então, o SENHOR herdará a Judá como sua porção na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. 13 Cale-se toda carne diante do SENHOR, porque ele se levantou da sua santa morada. Muito bem, depois dessa leitura, com base nessas palavras inspiradas vamos iniciar nossas reflexões sobre esse que nos traz como princípio, em resumo, essa afirmação: Somente um Deus soberano tem o poder de restaurar completamente o seu povo Neste texto encontramos sete ações que devemos ter diante da soberania divina em restaurar o seu povo A primeira ação é atendermos o chamado de Deus, v. 6-7 Nesses versos há um convite para aqueles membros do povo que ainda estavam fora da sua pátria. Não estavam reunidos num só lugar. Tinham judeus por todas as partes. O profeta recorda ao povo que está disperso que o exílio foi um ato permitido por Deus para castigar o seu povo, porém o tem de voltar tinha chegado. O apelo para que eles fugissem e escapassem eram eloquentes. A urgência de sair dessa terra maldita era notória. A terra do norte, isto é, a Babilônia seria julgada. A consumação do juízo era iminente. O império persa derrotou os babilônios. As visões anteriores tinham mostrado que Deus castigaria a terra do norte. Na primeira visão dos exploradores, eles saíram sob o comando do cavaleiro do cavalo vermelho, símbolo da vingança, sangue e destruição. Na segunda visão os quatro chifres foram derrotados, foram derrubados pelos quatro ferreiros. Deus estava chamando o seu povo que ainda estava envolvido com os pagãos. A segunda ação é reconhecermos que somos os amados de Deus, v. 8 Este verso descreve uma das verdades centrais do Antigo Testamento: o amor eletivo de Deus. Pela eleição que fora objeto, o povo hebreu é chamado menina do seu olho, isto é, aquilo de mais precioso que Deus poderia ter (conf. Ex 19.5). As nações que tem tocado no povo de Deus terão o seu merecido castigo porque tem estado lutando contra o próprio Deus, e nem sequer imaginam que Deus lutará contra elas. Tocar naquilo que Deus tem considerado precioso, o seu povo, provocaria uma reação irreparável da parte de Deus, tal é o zelo do Senhor A terceira ação é confiarmos no juízo de Deus, v. 9 A expressão desse verso é uma palavra de alento e de atenção para os que ainda tinham ficado na Babilônia. O apelo era para que deixassem a Babilônia e seus atrativos. O fato de não regressarem à sua terrá era uma demonstração de que muitos judeus tinham se acomodado à vida no exílio. Alguns talvez tinham negócios prósperos e outros, possivelmente ocupavam postos governamentais. Viviam em aparente segurança e não desejavam trocar as suas posições para viverem numa terra insegura e sem muros. Aqui está a importância da visão. Conforme vimos anteriormente, Jerusalém seria habitada sem muros (v. 4) porque o próprio Deus seria um muro de fogo ao seu redor. Essa mensagem transcendia as fronteiras de Judá. A mensagem que Zacarias estava transmitindo tinha três dimensões: 1) havia uma promessa de segurança, pois Deus seria o seu muro protetor. 2) haveria purificação do povo que ainda estava na Babilônia, símbolo do pecado e da condenação. Eles deveriam reunir-se com os seus irmãos na cidade santa. 3) haveria a retribuição ou o castigo que Deus traria sobre os inimigos de Judá. A luz dessas três dimensões o povo devia elevar sua voz em louvor para cantar as maravilhas e as grandezas do Deus salvador. A quarta ação é nos alegrarmos pela presença de Deus, v. 10 A partir deste verso temos uma mensagem muito pessoal de Deus, que com sua majestosa presença colocará grande gozo neste povo débil, extasiado por essa obra tão grande e maravilhosa. Esta era uma típica mensagem de consolo, de ânimo para uma nação desanimada. A presença de Deus teria suas implicações na vida da nação, pois Deus transformaria as circunstâncias em bênçãos. O povo deveria alegrar-se porque confirmariam essas bênçãos. A primeira benção era para o povo. Deus estaria presente entre o seu povo. Em qualquer sociedade esse fato sempre representava bem estar para a totalidade do povo. Nada lhes faltaria por que o Senhor presente com eles era o seu pastor. A quinta ação é nos curvarmos diante dos planos inclusivos de Deus, v.11 Nesse verso temos a segunda benção. Era a universalidade da salvação. Se uniriam a Deus muitas nações. Essa foi uma promessa que teve seu cumprimento em Jesus Cristo, em quem a barreira judaico-gentia foi quebrada para construir um só povo (conf. Ef 2.11-19). O evangelho pregado tem irmanado pessoas de todas as etnias, pela fé em Cristo. A sexta ação é nos alegrarmos pela fidelidade de Deus, v.12 A terceira bênção é que Jerusalém seria novamente chamada de cidade santa, ela seria a cidade do Grande Rei. O templo deveria ser reconstruído porque Yahweh tem escolhido de novo Jerusalém. A dúvida é como um espinho: faz muito estrago. Apesar de Deus ter demonstrado de diferentes maneiras que é fiel, que é o Criador, o sustentador e muito mais, o homem duvida e busca ajuda em lugar equivocados. Se esquece das bondosas palavras: Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55.6). Por ser fiel e por ser soberano, essa era a sua escolha! Será que há lugar para dúvidas? A sétima ação é esperarmos pelas poderosas ações de Deus, v. 13 Este capítulo termina com um chamado a toda a humanidade para que se curve ao nome de Yahweh. Uma reverência universal digna do grande e único soberano. O fato de que ele tem se levantado significa que dentro em breve ele entraria em juízo contras as nações inimigas e ímpias que não aceitaram seu convite. Deus sabia de tudo do que tinham ocorrido contra o seu povo. Agora estava em pé para fazer justiça, como juíz Todo mortal deve se calar diante da sua presença! Conclusão Podemos encerrar nossas reflexões sobre esse texto destacando a mensagem do Senhor em convocar o seu povo para um novo tempo: 1. O Senhor chamou os judeus da dispersão para regressar para Jerusalém. Hoje o Senhor chama a todas as nações para unirem-se pela fé à igreja de Cristo. Você já se uniu a igreja? É um membro da família da fé? 2. Os inimigos do povo de Deus experimentariam e experimentaram a recompensa pelas suas maldades. Os grandes do mundo, os que fizeram os cristãos sofrerem também sofrerão o juízo divino. Você é um cristão que sofre ou você tem feito sofrer os cristãos que convivem com você? 3. O Senhor chamou muitas nações para se unirem ao povo de Deus. Esta é uma bonita profecia que se cumpriu e ainda está se cumprindo na conversão de muitos povos, povos que moram nos “confins da terra”. Você tem participado da obra missionária de levar o evangelho até os mais distantes pontos da terra? Querido amigo, peço a Deus que te faça um participante ativo do seu povo. Atenda o chamado de Deus, alegre-se com o chamado de Deus, participe do chamado de Deus. Deus te abençoe. Um abraço. Até o próximo programa. © 2015 Através da Biblia
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