Capítulo 5
Dá Para Acreditar na Criação?
Como dissemos, o Livro de Gênesis, e conseqüentemente, a Bíblia, começa com a história da criação. Apesar de ser um tema muito importante, o relato da criação foi feito em apenas um capítulo e meio. Por que será? No capítulo anterior dissemos que esse livro foi escrito para mostrar como as coisas eram, mas também para que possamos entender como elas são hoje. Deus não nos deve explicações e nem precisa nos convencer de nada. Ele não fez esse relato por achar que nos devesse alguma explicação a respeito da criação de todas as coisas. Mesmo assim não dá para passar por esse livro sem discutir um assunto que, provavelmente é um dos mais controversos. Existem duas posições extremamente antagônicas em relação à criação.
A primeira afirma que esse relato de Gênesis não é cientificamente confiável e que, portanto, a Bíblia não pode ser a Palavra inspirada de Deus. O outro extremo argumenta que a questão não é saber se a Bíblia é ou não cientificamente confiável, mas saber se a ciência é biblicamente confiável. Para essas pessoas não é a Bíblia que está em questão, mas sim a ciência. Na verdade, a questão é saber se a Bíblia e a ciência são compatíveis no que se refere à formação do mundo. Há certos pontos a serem considerados.
O primeiro ponto é a ciência natural que não dá espaço para se crer em Deus. Isso não quer dizer que um cientista não possa ser uma pessoa temente a Deus. O que acontece é que a ciência, por si só é o estudo de dados ou fenômenos que podem ser observados, experimentados, objetivamente calculados, quantificados e provados. A ciência natural baseia-se em experimentos, conclusões e aplicações. Mas a natureza de Deus não se encaixa nesse tipo de observação ou estudo. É impossível fazer uma abordagem científica de Deus. De acordo com Hebreus 11:6, a única maneira de nos aproximarmos de Deus é através da fé: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam”. Lemos em Gênesis 1:1-2: “No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. A Bíblia afirma que o Espírito de Deus começou a pairar sobre essa criação e a desenvolvê-la e manipulá-la e transformá-la. Um pouco mais adiante, nesse capítulo primeiro, lê-se: “Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez” (1:9). Deus não disse: “A terra seca passe a existir”. Não foi nesse momento que a terra seca foi criada. Entende-se que ela já tinha sido criada na fase da criação, mas estava submersa. O que se entende nesse versículo é que a terra foi descoberta. É interessante notar que a comunidade científica afirma que num dado momento toda a terra esteve submersa. A palavra “bara” ou “criar” significa fazer algo do nada. Essa palavra foi usada apenas três vezes no relato da criação. Deus criou no princípio; primeiro versículo. Esse primeiro ato de “bara” referese ao universo, à terra e a toda vida vegetal. Outras palavras, entre os versículos dois e 20, quando se referem ao começo de todas as coisas são diferentes. São palavras que indicam mudança ou alteração de algo que já existe. O ato seguinte de criação, “bara”, aconteceu na água. O versículo 21 diz: “Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom”. Encontramos aqui um ponto com o qual o relato bíblico e a ciência concordam. Os cientistas parecem concordar que a vida animal começou na água e é isso o que o relato de Gênesis diz. A citação seguinte da palavra “bara” acontece no versículo 27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. O relato da criação do Livro de Gênesis dá conta do começo de tudo o que existe no universo. Depois desses atos de criação o Espírito de Deus muda sua atuação e passa a desenvolver o que já tinha sido criado, a criação original. Isso coincide com o que os cientistas têm observado a respeito da evolução das formas de vida. Nesse ponto existe um paralelo com o pensamento evolucionista. O único ponto em que criacionistas e evolucionistas não concordam é o que diz respeito aos chamados elos perdidos. Os três elos perdidos são enfocados nestas três perguntas: Como tudo começou? Como a vida vegetal passou a ser vida animal? Como a vida animal tornou-se vida humana? A ciência não tem resposta para esses elos perdidos, mas o Livro de Gênesis tem. A resposta do Livro de Gênesis é simplesmente “bara”: Deus criou.
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