Daniel 1.1-21
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. É com renovada satisfação que iniciamos mais esse tempo em que dedicamos a nossa atenção para estudarmos com mais profundidade a Palavra de Deus. Em tempos de relativização da verdade e valorização dos sentimentos precisamos urgentemente de estudos que nos ajudem a fundamentar os objetivos de nossas vidas na Palavra de Deus. Quando reunimos um grupo de pessoas para ouvir um discurso religioso por vinte a trinta minutos é algo desafiador e, por isso, precisamos sempre fundamentar aquilo que dizemos nos princípios básicos da hermenêutica, a matéria que nos ajuda a interpretar adequadamente a Palavra de Deus. Necessitamos comunicá-la de forma clara a fim de que o texto se torne uma mensagem relevante, pois, é necessário que padronizemos o nosso viver conforme a vontade do Senhor. Embora, em muitos círculos modernos a pregação, o estudo bíblico e a exposição temática sejam vistas como uma metodologia em extinção é necessário renovarmos o compromisso de fidelidade com a exposição correta da Palavra de Deus. Nós que expomos a Palavra de Deus, necessitamos recordar que nossos alvos são: o povo, a palavra, o princípio, a persuasão e a prática. E, assim, quando usamos essa metodologia você que nos ouve encontrará as ferramentas necessárias para desenvolver adequadamente a sua vida cristã. O nosso compromisso é esse. Com Deus que nos tem chamado para essa tarefa. Mas, certamente, o nosso compromisso é com você que tem nos dado o privilégio da sua audiência. O retorno que vocês nos têm dado através das correspondências que chegam tem-nos feito continuar com alegria e firmeza na realização desse projeto. E, como temos feito em todos os programas, hoje eu registro a carta que a Ivone nos enviou de Paranaguá, no estado do Paraná. Essas foram as suas palavras: "Pr Itamir, estou escrevendo para lhe agradecer por estes estudos que o senhor faz na rádio Aliança. Eu queria saber sobre o CD, como posso adquirir . Minha filha quer saber, mande a resposta, nós vamos aguardar. Ponha meu nome na oração. Tenho um filho pastor de igreja, é o Eduardo Geovane, estou muito feliz por ele." Ivone dos Santos - Paranaguá PR – carta. Prezada Ivone, querida irmã. Obrigado por suas palavras e obrigado por você compartilhar conosco o seu testemunho e o seu desejo de mudar e se aprofundar no estudo da Palavra de Deus. Louvamos a Deus, pois só ele nos conduz a esse desejo por conhecê-lo ainda mais. Certamente é o Espírito Santo que trabalha em sua vida e em todos nós dando-nos amor por sua Palavra e capacidade para obedecê-la. Como te respondi, para todos que se interessam pelos nossos matérias é só escreverem para vendas@transmundial.com.br que vocês serão bem atendidos e se informarão de todos os detalhes para receberem os livros e os CDs já produzidos pelo programa. Ivone, pode estar segura que já colocamos o seu nome em nossas orações. Agora quero convidá-la exatamente para orarmos. Vamos orar, vamos orar por você e sua família, pelo programa de hoje, pedindo que Deus fale com cada um de nós e, vamos orar também por esse projeto pedindo que Deus nos dê forças para concluí-lo com êxito. “Pai querido, chegamos à tua presença no nome de Jesus Cristo. Por teu amor, graça e misericórdia te agradecemos. E, baseados na tua bondade colocamos os nossos pedidos diante do Senhor. Tu conheces a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Pedimos a tua bênção para as nossas famílias. Pedimos que o senhor supra todas as necessidades a ti apresentadas, conforme a tua vontade. E, quanto a nós, pedimos que o senhor nos dê cada vez mais oportunidade de testemunharmos da tua Palavra. Fale conosco hoje através desse primeiro capítulo de Daniel e conceda-nos o privilégio de levar esse projeto adiante, na tua força e dependência. Oramos, gratos, em nome de Jesus, Amém! Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos o texto bíblico de Dn 1.1-21. Daniel foi o profeta usado por Deus para proclamar a sua verdade sobre o mundo e sobre as circunstâncias que só Deus conhece. Mas, porque Deus é Deus de amor ele se revela e mostra os seus planos aos seus filhos. O objetivo do Senhor através dos seus profetas sempre foi chamar a atenção do seu povo e dos homens em geral para andarem, para viverem conforme a sua vontade. Quando comparamos os profetas que já estudamos entre si percebemos entre eles quatro enfoques distintos: Isaias foi chamado e profetizou num reino que ainda estava sólido, estabelecido, porém o profeta anunciou a sua queda como conseqüência dos seus pecados. Jeremias foi chamado e profetizou num reino que já experimentava a decadência espiritual e política, e o profeta não só anunciou, como viveu nos dias da queda sendo atingido por ela. Ezequiel foi chamado e profetizou num reino que já não existia de forma independente, ele já estava no exílio quando proclamou as visões e as palavras que Deus lhe transmitia. Daniel foi chamado e profetizou em meio a um reino estrangeiro, um reino que detinha o poder mundial e, por isso a sua mensagem foi direcionada aos impérios mundiais e as suas relações com o povo de Deus. Devemos nos lembrar que o ministério de Daniel foi totalmente exercido na Babilônia porque bem antes da derrota e da queda de Jerusalém e a destruição do templo o cativeiro babilônico já tinha começado. Tendo por base o texto de 2Reis capítulo 24 somos informados de que os três últimos reis de Judá foram Jeoaquim, que reinou onze anos; depois reinou Joaquim, que reinou apenas três meses; e, finalmente reinou Zedequias, que reinou também onze anos. Conforme o verso um do primeiro capítulo de Daniel lemos que no terceiro ano de Jeoaquim, Jerusalém foi sitiada pela Babilônia e nesse primeiro embate muitos judeus foram levados para o exílio. Parte da nobreza e muitos jovens foram para a Babilônia nessa ocasião, em 605/604, logo depois da Babilônia ter derrotado, em Carquemis, o Egito, que era comandado pelo faraó Neco que tinha colocado Jeoaquim no poder, depois de ter derrotado Josias (conf 2Rs 23.28-35). Os babilônicos tinham esse costume quando conquistavam outros povos. Escolhiam entre os conquistados de determinada nação os jovens, os mais influentes e todos aqueles que entendiam ser os “formadores de opinião”. Tinham dois motivos para esse procedimento. Em primeiro lugar tiravam de entre os derrotados as pessoas que poderiam provocar e fomentar alguma rebelião contra o domínio babilônico. Mas, em segundo lugar, os babilônicos queriam ter sob o seu domínio e com estreita supervisão as pessoas mais inteligentes e cultas dos povos derrotados, pois eles poderiam contribuir com a sabedoria e a expansão do império babilônico. Exatamente por isso Daniel, seus amigos e provavelmente outros jovens judeus tiveram esse acompanhamento e esse tratamento específico por parte do governo babilônico. Estariam os judeus, totalmente à mercê dos babilônicos? Teria Deus deixado o seu povo totalmente nas mãos dos gentios conquistadores? O futuro dos judeus estava nas mãos dos seus inimigos? Certamente não! E, no texto do capítulo um encontramos o início do tema desse livro, quando Daniel registra que o grande controlador da vida humana é Deus. Ele controla a vida do seu povo, mas controla também a vida de todos os homens e nações. Por isso esse é o título para o nosso estudo de hoje: O completo controle divino sobre a vida humana Dn 1.1-21 Introdução Da mesma forma que Deus estava no controle dos acontecimentos que afetavam o seu povo, assim também Deus está no controle das circunstâncias e dos acontecimentos que ocorrem em nosso dia-a-dia. Nada escapa do controle soberano de Deus. Como diz Lopes (2005, p.15) este livro, e esse primeiro episódio têm uma mensagem profundamente consoladora. Daniel abre a janela do tempo e nos mostra uma linda paisagem com Deus assentado no seu alto e sublime trono, governando o mundo, conduzindo o seu povo e cuidando especificamente de cada um dos seus filhos a um final abençoado que ele mesmo providenciou. Por isso o princípio que nos estimula e nos conforta, se vê nessa sentença extraída deste texto, objeto do nosso estudo: Todo ser humano deve reconhecer o completo controle divino sobre a sua vida. Neste texto encontramos cinco evidências do completo controle divino sobre a vida de todos os homens: A 1ª evidência do controle divino sobre a vida humana se vê na disciplina aplicada ao povo de Deus, vs. 1-2 1. A disciplina aplicada mostra a soberania divina em usar a quem ele quiser, vs. 1 (Jr.25.9) 2. A disciplina aplicada atinge a todos e a tudo que supostamente era inatingível, vs. 2a 3. A disciplina aplicada objetiva tirar a confiança daquilo que não dá segurança, vs. 2b 1:1, O começo do cativeiro de Daniel é dado como “o terceiro ano” do reinado de Jeoaquim. Os críticos gostam de se referir a esta passagem como prova de contradição, porque Jeremias 25:1 diz “o quarto ano de Jeoaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor”. Porém não ocorre contradição aqui. Jeremias estava falando do ponto de vista hebreu enquanto Daniel estava falando do ponto de vista babilônio. Os babilônios não contavam o ano no qual um homem se tornava rei enquanto um ano inteiro de reinado não era completado, enquanto os hebreus consideravam qualquer parte do ano da ascensão como o primeiro ano. Portanto, o quarto ano hebreu era equivalente ao terceiro ano babilônio. 1:2, Antes da invasão de Jerusalém, Nabucodonosor tinha derrotado o Egito em Carquêmis, o que provou claramente que a Babilônia era o poder dominante (Jeremias 46:2). Nabucodonosor perseguiu os egípcios até o sul de Jerusalém onde ele soube da morte de seu pai. Então retornou à Babilônia para assumir o trono, mas levou consigo alguns cativos judeus e tesouros do templo para a terra de Sinar, que é a área da Babilônia também conhecida como Caldéia. “O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim”. Nabucodonosor não teria sucesso se não fosse permitido por Deus (cf. Jeremias 27:5-8). Isto dá o tom do tema da profecia de Daniel: “Deus tem domínio sobre o reino dos homens”. Não nos é dito quantos cativos foram levados desta vez; somente que Daniel, Hananias, Misael e Azarias estavam entre eles. Lembramos esta data (605 a.C.) como o começo do cativeiro de Judá. Nabucodonosor veio contra Jerusalém mais duas vezes (em 597 a.C. e 586 a.C.). A 2ª evidência do controle divino sobre a vida humana se vê na designação dos seus fiéis para um ministério específico, vs. 3-7 1. Os fiéis são sempre usados por Deus mesmo em meio as contrariedades, vs.3-4 2. Os fiéis são convocados para ministérios da mais alta importância, vs. 5 3. Os fiéis são sempre identificados e distinguidos dos demais, vs. 6-7 1:3-4, Nabucodonosor comissionou Aspenaz, chefe de seus servos, para selecionar alguns dos jovens judeus nobres para serem preparados na sabedoria e cultura dos caldeus. Sabemos que eram jovens, mas qual exatamente era a idade deles é incerto. Muitos estudiosos pensam que Daniel tinha entre quatorze e vinte anos. Ele era um jovem de estatura elegante e inteligente, e estava sendo selecionado para um papel honroso no reino de Nabucodonosor. Estas vantagens tentariam a maioria dos jovens a serem orgulhosos e arrogantes, mas Daniel nunca esqueceu que seu primeiro dever era ser um servo de Deus! 1:5, O rei favoreceu estes jovens com alimento de sua própria mesa. Durante três anos eles deveriam receber provisões reais e educação. 1:6-7, Não somente foram eles iniciados nos costumes babilônios, mas também lhes foram dados nomes babilônios. Tudo isto provavelmente era destinado a ajudá-los a esquecer suas raízes judaicas; de fato, os novos nomes parecem referir-se a deuses babilônios. Daniel (“Deus é meu juiz”): Beltessazar (“um servo de Bel”). Hananias (“o Senhor é bondoso”): Sadraque (“inspirado pelo deus sol”). Misael (“quem é o que Deus é”): Mesaque (“quem é o que o deus lua é”). Azarias (“o Senhor ajuda”): Abednego (“servo de Nebo”). O objetivo desse tratamento, dessa dieta especial era prepará-los para servir no governo de Nabucodonosor. A 3ª evidência do controle divino sobre a vida humana se vê na decisão de purificação do seu servo, vs. 8-10 1. A purificação brota de um coração disposto a não se contaminar, vs. 8 2. A purificação é aprovada por Deus ao retirar os empecilhos à sua pratica, vs. 9 3. A purificação é um desafio para todos os que se envolvem com ela, vs. 10 1:8, Os babilônicos puderam mudar o nome de Daniel, mas sua lealdade, não. Eles puderam ensinar-lhe o “conhecimento” babilônio, mas a sua religião, não. O assunto de comer da mesa do rei envolvia sua relação com Deus. Não nos é dito por que isto “contaminaria” Daniel. Talvez fosse carne que tivesse sido sacrificada aos ídolos e comê-la teria sido visto como adoração ao ídolo (veja 1Coríntios 10:28). Ou talvez fosse comida proibida aos hebreus como imunda (Levítico 11), ou carne que tivesse sido sangrada inadequadamente (Levítico 17:14). Qualquer que fosse a razão que tornava esses alimentos inadequados, “resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se”. 1:9-10, Aspenaz, o chefe dos eunucos, gostou de Daniel. Mas sua própria vida correria perigo se fosse descoberto que ele não tinha executado as ordens do rei. Ele argumentou que, se eles não comessem a comida do rei e não bebessem o vinho do rei, sua aparência logo mostraria a diferença, e ele então seria condenado à morte. Em certo sentido, Aspenaz teve que ter fé e confiar nas palavras de Daniel. A 4ª evidência do controle divino sobre a vida humana se vê no desafio de fé honrado e conquistado, vs. 11-16 1. O desafio de fé é assumido por todos que desejam honrar a Deus, vs. 11 2. O desafio de fé é uma prova estabelecida com início, meio e fim, vs. 12-14 3. O desafio de fé por ser vitorioso muda as práticas estabelecidas, vs. 15-16 1:11-13, Daniel pediu ao chefe dos eunucos, especialmente encarregado dele e de seus três companheiros hebreus, que lhes desse um período de experiência de dez dias. Ele persuadiu-o a dar-lhes legumes para comer e água para beber. 1:14-16, No fim deste período experimental, o eunuco encarregado descobriu que eles pareciam melhores e mais cheios de vigor do que todos os outros que tinham comido a comida do rei. Portanto lhes foi concedido seu pedido de legumes e água durante todo o período de treinamento. Deus honra o nosso desafio de fé. A 5ª evidência do controle divino sobre a vida humana se vê na distinção concedida aos que confiam em Deus, vs. 17-21 1. A distinção é concedia e alicerça-se na bênção de Deus, vs. 17 2. A distinção é concedida comprovando a boa mão de Deus sobre os que temem, vs.18-20 3. A distinção é concedida por Deus com o objetivo de honrá-lo por todo sempre, vs. 21 1:17, O sucesso destes quatro jovens hebreus foi o resultado da bênção especial do Senhor. Deus lhes deu destreza em todo o conhecimento e sabedoria. A Daniel foi dada a capacidade de entender o significado dos sonhos e visões. 1:18-19, Eles foram levados diante do rei para serem examinados, depois de completados seus três anos de preparação. Daniel e seus três companheiros hebreus ultrapassaram todos os outros. 1:20-21, Eles eram “dez vezes” melhores (um esplêndido grau) do que todos os outros sábios do rei. Foram indicados para a equipe permanente de conselheiros. Daniel continuou ainda “até ao primeiro ano do rei Ciro”, o que mostra que sobreviveu em um novo império. Realmente, Daniel 10:1 afirma que ele recebeu uma visão no terceiro ano de Ciro; e este detalhe, embora, não pretenda informar-nos quando Daniel morreu ou parou de profetizar, nos informa que seu trabalho se estendeu por todo o período babilônio, chegando até o período persa. Conclusão Querido amigo, depois de estudarmos este texto, podemos fazer pelo menos três aplicações para que ele se torne relevante para nós: 1. Daniel 1.2, mostra que Deus é soberano e usa do seu poder para realizar concretamente os seus planos. Ele permitiu que a Babilônia chegasse ao poder mundial e conquistasse Judá. Ele disciplinou o seu povo enviando-o cativo para a Babilônia e, entre os exilados estava Daniel que Deus mesmo usaria em favor do seu povo. 2. Daniel 1:8, mostra que a obediência fiel deve partir do coração do homem. Nenhum dos servos de Deus ficará sem ser provado. Os que se comprometem com Deus são usados nas realizações divinas. Aqueles que têm atitude displicente, que servem só quando convém, cairão na tentação do inimigo, de usufruir do que o mundo oferece (Ef 6:10-18; Rm 6:16-18). 3. Daniel 1:17, mostra que Deus atua em seu povo para cumprir seu propósito. Mesmo no cativeiro babilônio Deus usou seu povo quando já preparava o mundo para a vinda do Messias. Ele abençoou os fiéis com o sucesso. Hoje ele continua a recompensar aqueles que, com coragem e convicção, defendem Jesus Cristo (Mc 10:29-30; 2Tm 1:12). Minha oração é que você tome decisões firmes e corajosas, confiando em Deus, que te abençoará. Um abraço. Até o próximo programa. © 2015 Através da Biblia
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