segunda-feira, 18 de maio de 2015

Deus justiceiro

Deus justiceiro

Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande alegria que novamente reservamos esses 30 minutos para expormos a Palavra de Deus com o propósito de estudarmos cada um dos livros bíblicos com sinceridade e abertura de mente e coração para adequarmos as nossas vidas à vontade do Pai. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais o seu querer para as nossas vidas, pois a sua vontade é boa, agradável e perfeita. Por isso quero incentivá-lo a essa prática, pois o alvo desse programa é estudar toda a Bíblia aplicando-a em nossas vidas. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a você que nos escreveu compartilhando sobre o sobre a sua vida pessoal e ministerial. Hoje, por exemplo, registramos o e-mail que o e-mail que o Wesley nos enviou da cidade de Anápolis, no estado de Goiás. Foi essa a sua mensagem: 1206 “A paz Pr. Itamir Neves. Espero que esteja tudo bem com o Sr e com sua família. Hoje ouvi seu estudo no livro de Naum cap. 2 versos 8 a 9, onde o Sr falou sobre as riquezas. Fui muito abençoado, porém tenho uma dúvida. Jesus disse para não acumularmos riquezas ou tesouros sobre a terra. Sendo assim, é pecado ter conta bancária ou poupança? É pecado juntar dinheiro para fazer algum investimento ou se preparar para alguma emergência como questões de saúde? Aguardo sua resposta. Abraços. Em Cristo,” Wesley Alves Peronica –Anápolis – GO - email. Querido amigo, muito obrigado por suas palavras. Quero cumprimentá-lo pela disciplina de reservar diariamente um tempo para o estudo da Palavra de Deus. O nosso desejo é ver essa rede de amigos que amam estudar a Palavra de Deus aumentando diariamente. Em relação à sua questão como lhe respondi, o que Deus deseja é que nós seus filhos estejamos prontos e abertos para sermos um canal de suas bênçãos para os que têm necessidade. Se o Senhor tem dado o suficiente para o seu sustento agradeça a ele e se disponha a ser usado por ele. A poupança e a aplicação dos recursos que Deus nos tem dado não são erradas se nos colocarmos em suas mãos para abençoarmos os demais. Quando aquilo que conseguimos amealhar se torna a nossa segurança então estamos errados. Nosso sustento e nossa segurança devem estar em Deus. Lembre-se sempre de Ef 4.28, esse é o desafio para todos os cristãos. E, agora convido-o para nesse momento a elevar a Deus as nossas orações: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para que desfrutem dessa preciosa comunhão que temos contigo. Abençoa as nossas famílias dando-nos amor por tua Palavra. Oriente-nos no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!". Querido amigo, hoje o nosso alvo é estudarmos a primeira parte do capítulo nove de Zacarias. Vamos refletir sobre Zc 9.1-8. E é a partir deste capítulo nove que começamos estudar um conjunto de profecias tremendamente notáveis. A passagem, que inclui todo o restante do livro, pode parecer complicada, mas seus significados são esclarecidos por outros textos preditivos do Antigo Testamento que já estudamos e ainda mais por termos nas páginas do Novo Testamento muitas citações esclarecedoras, que mostram que muitas delas se cumpriram durante o primeiro advento do Senhor Jesus, o Messias de Israel. Nesses capítulos, oito e nove, um dos temas das profecias de Ageu e Zacarias, já destacado em outras lições, é a tranquilidade ou paz das nações em contraste com a terra do povo de Deus. Enquanto as nações estavam em paz, Jerusalém continuava agitada. Mas, quando Deus abala as nações, tanto Jerusalém como o Espírito do Senhor repousam em paz. Nestes dois capítulos, Deus fala da paz que ele daria para Sião (Jerusalém), e como usaria o Rei da Paz para abalar as nações ímpias. A paz de Israel viria pela comunhão com Deus, e a angústia das nações abaladas viria pela ausência do Senhor. O que temos então nesses versos iniciais do capítulo nove é a declaração de como as nações ao redor de Judá seriam castigadas. Conforme já estudamos anteriormente, vários profetas incluíram profecias contra as nações gentias (cf. Isaías 13 - 21; 23; Jeremias 46 - 51; Ezequiel 25 - 32; etc.) Em Zacarias, o castigo das nações está diretamente ligado à paz do povo de Deus (conf. 1:11-17, 18-21; 6:1-8). Assim, nesse texto ele anuncia castigos divinos sobre: 1) Síria (9:1). 2) Fenícia (9:2-4). 3) Filístia (9:5-7). Nenhuma das nações que hostilizaram o povo de Deus, nenhuma das nações que se colocaram contra como adversários dos judeus ficaria impune. Enquanto Deus daria uma proteção especial para seu povo, ele derramaria sua justiça contra os inimigos do seu povo. Por isso, ao estudarmos esse texto, vamos fazê-lo a partir desse título: Deus justiceiro Zc 9.1-8 Introdução Quando consideramos a história passada do Antigo Testamento, desde que o povo de Deus saiu do Egito e tornou-se uma nação, havia uma promessa clara. Deus enviaria o seu Messias (conf. Dt 18.15-18). E aqui, o profeta Zacarias proclama a mensagem de Yahweh com respeito a vinda desse reino e do seu rei tão esperado. Essa mensagem era para animar o povo de Deus a concluir a obra de restauração do templo, mas ao mesmo tempo era uma mensagem de admoestação. As nações pagãs que sempre se colocaram contra o povo de Deus seriam humilhadas, seriam derrotadas. Vários vizinhos idólatras foram mencionados por cidades, mas nem todos os idólatras foram mencionados. Mesmo que fossem sábios, mesmo que fossem grandes construtores, mesmo que estivessem protegidos por grandes fortalezas, e tenham desenvolvido grande poderio, todos seriam derrotados pelo Senhor. Essa derrota das nações pagãs tinha duas implicações: 1) mostrava que não há sabedoria, realizações e poder humano que possa resistir a Deus. 2) mostrava que Deus era zeloso para com o seu povo, Deus era protetor do seu povo e parte dessa proteção acontecia a partir da reação de Deus retribuindo com justiça as nações que se colocavam contrárias ao povo de Deus. Assim, ao lermos este texto, ao refletirmos sobre ele, o princípio que extraímos dele se percebe nessa afirmativa doutrinária: Somente Deus por ser justo retribui com justa justiça os inimigos do seu povo. Neste texto encontramos sete ações de Deus que comprovam sua justa retribuição para com os inimigos do seu povo. A 1ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença de castigo contra os inimigos, v.1 9.1 A sentença pronunciada pelo SENHOR é contra a terra de Hadraque e repousa sobre Damasco, porque o SENHOR põe os olhos sobre os homens e sobre todas as tribos de Israel; Esse texto começa como tantos outros, mas é de suma importância lembrarmos que essa proclamação não é apenas de Zacarias. É uma proclamação que vem da parte de Deus. E a autoridade é divina, pois só ele é poderoso e totalmente justo para retribuir com equidade aqueles que pecaram. Assim temos logo no inicio essa sentença de castigo contra os inimigos do povo. O povo de Deus sempre foi vitima de agressões que vinham quase sempre dos quatro pontos cardeais. Se Deus iria restaurar Israel teria que castigar todos os seus inimigos, todos os que tinham oprimido e explorado o povo, todos os que tinha mexido com o povo escolhido, a menina dos seus olhos. Mas, alguém perguntaria: por que essas nações deveriam ser castigadas, se Deus permitiu que seu povo fosse disciplinado? Deus exigia uma prestação de contas dessas nações por causa dos pecados delas. Essas nações tiraram proveito do povo de Israel na sua hora de tragédia, quando enfrentavam a mão disciplinadora de Deus. Embora ele tenha permitido que se povo se tornasse vulnerável, ele não aprovou as atitudes perversas e arrogantes dos seus inimigos. Elas seriam castigadas por seu orgulho e maldade. Essa mudança de tema, essa ênfase no messianismo e não mais no encorajamento para se completar a reconstrução do templo, provavelmente, significasse que o templo já fora reconstruído, sendo que essa parte do livro foi pronunciada na última etapa do ministério de Zacarias. A 2ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a sabedoria humana, v. 1-2 9.1 A sentença pronunciada pelo SENHOR é contra a terra de Hadraque e repousa sobre Damasco, porque o SENHOR põe os olhos sobre os homens e sobre todas as tribos de Israel; 2 também repousa sobre Hamate, que confina com ele, sobre Tiro e Sidom, cuja sabedoria é grande. A primeira condenação foi dirigida contra a terra do norte, isto é, a cidade de Hadraque, que certamente era muito próxima da região de Damasco, a capital da nação da Síria. Não se especifica o castigo que sofrerá essa região, mas isto nos indica que o castigo não seria imediato. A Síria foi castigada até ser subjugada sob as ordens do imperador grego, Alexandre, o Grande. Tiro, Sidon, Ugarit e outras cidades fenícias foram famosas, mesmo que a história não se refira a eles senão como conquistadores. Mas essas cidades fenícias se fizeram sabias, ou melhor, se criam sabias. De certa forma é bom lembrar que o alfabeto teve sua origem entre os fenícios; a literatura tinha muita difusão entre eles, como atestam as tabuinhas de Ras Shamra, a antiga Ugarit. Nessa passagem, considerando-se o seu aspecto messiânico, é possível perceber como ficará claro o poder do Senhor Jesus sobre toda a terra e, especificamente a sua superioridade sobre qualquer tipo de sabedoria humana que se levante. A 3ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a segurança das riquezas , v. 3 9.3 Tiro edificou para si fortalezas e amontoou prata como o pó e ouro, como a lama das ruas. Hamate, Tiro e Sidon eram cidades fenícias situadas bem ao norte de Israel. Tiro foi edificada sobre uma ilha rochosa a uns oitocentos metros do continente. Seus habitantes eram navegantes e, em sua maioria comerciantes. A sociedade prosperou grandemente e foram crescendo até se considerarem invencíveis. De fato, militarmente era quase impossível vencê-los, porém o Senhor disse que se apoderará dela e a orgulhosa cidade de Tiro seria destruída. A maneira pela qual Alexandre, o Grande, conquistou a cidade é um claro sinal do cumprimento dessa profecia: o exército grego construiu um caminho no mar, preenchendo a brecha que separava Tiro do continente, e assim, como não esperavam por isso seu poderio foi destruído para sempre. A 4ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a força humana, v.3-4 9.3 Tiro edificou para si fortalezas e amontoou prata como o pó e ouro, como a lama das ruas. 4 Eis que o Senhor a despojará e precipitará no mar a sua força; e ela será consumida pelo fogo. Sua pretensa sabedoria, a sua defesa natural e as riquezas que tinham acumulado com o produto do comércio criaram uma grande barreira social com o povo de Israel. Adoravam falsos deuses e prosperaram; o Senhor não deixaria sem castigo aos fenícios. O Senhor se apoderaria desta região e castigaria a esses fenícios. O fogo (v. 4) é símbolo do juízo consumidor que Deus traria sobre esta terra. Tradicionalmente, os fenícios nunca foram inimigos perigosos para os israelitas, mas seria castigados pelo seu orgulho, idolatria e ostentação. A adoração a Baal teve seu apogeu nos dias do rei Acabe e Jezabel. Jezabel era descendente dos fenícios e servidora fiel de Baal. O orgulho e a idolatria constituem uma afronta contra Deus; estes pecados tem conduzido sempre os povos a afastar-se do Deus Criador. A 5ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a esperança falsa, v. 5 9.5   Asquelom o verá e temerá; também Gaza e terá grande dor; igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida; o rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será habitada. Asquelom, Gaza, Ecrom e Asdode eram cidades dos filisteus situadas ao sul de Israel. Elas mantiveram constante inimizade com o povo judeu desde que os israelitas chegaram à terra prometida. Os filisteus atacaram os israelitas na época dos juízes, principalmente nos dias de Sansão; nos dias do profeta Samuel, quando pegaram a arca de Deus e colocada junto com Dagom (1Sm 5.1-2). E, Davi, nos dias de Saul lutou contra o gigante Golias, um filisteu (1Sm 17). A soberba dos filisteus seria destruída. A cidade de Gaza, por ser uma capital importante dos filisteus foi mencionada como uma grande cidade. Estava situada na rota comercial entre o Egito e a Mesopotâmia. Por sua importância não poderia sobreviver sem um rei. A morte do rei seria a morte da própria Gaza (v.5). A 6ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a soberba, v. 6 9.6 Povo bastardo habitará em Asdode, e exterminarei a soberba dos filisteus. A profecia falava contra os filisteus aqueles que sempre foram contrários a Israel. Segundo essas palavras proféticas toda a região dos filisteus chegaria a ser parte de Israel. A 7ª ação que comprova a justa retribuição divina se vê na sentença contra a idolatria, v. 7 9.7 Da boca destes tirarei o sangue dos sacrifícios idólatras e, dentre os seus dentes, tais abominações; Mesmo que previamente todos seriam limpos das práticas pagãs, como os sacrifícios e as comidas que ofereciam em honra a seus deuses, o que ia contra as normas levíticas (conf. Lv 17.10-16). A lei do Antigo Testamento proibia o povo de Deus comer sangue (Lv 3.17), embora aqui se trate de sacrifícios pagãos. Além disso, pode ser uma figura de linguagem que mostra como esses idólatras tinham “devorado” o povo de Deus. Conclusão, v. 7-8 9.7 ... então, ficarão eles como um restante para o nosso Deus; e serão como chefes em Judá, e Ecrom, como jebuseu. 9.8 Acampar-me-ei ao redor da minha casa para defendê-la contra forças militantes, para que ninguém passe, nem volte; que não passe mais sobre eles o opressor; porque, agora, vejo isso com os meus olhos. É interessante percebermos que mesmo em meio ao derramamento do seu juízo Deus demonstra a sua misericórdia. Asdode e outras partes do território filisteu chegariam a ser parte do remanescente, como uma demonstração da santificação que haverá na era messiânica. Mesmo, os grupos cananeus mais idolatras, receberiam a oportunidade de se arrepender e tornarem-se parte do povo de Deus. Deus os fará seu povo. Essa era uma grande notícia. Deus formaria com todos os povos um único remanescente! Nesse verso 8 o pensamento o texto não se refere só e especificamente aos filisteus, mas a todo o povo de Deus. O povo de Deus será objeto do cuidado especial do Deus onisciente, que a tudo vê e velará por seu povo constantemente. Os indivíduos debilitados seriam protegidos por Deus. Essa profecia se cumpriu de modo irrefutável, pois quando Alexandre, o Grande, conquistou o Egito, passou por toda a região sem mexer com aquele território que estava sob o cuidado protetor e especial de Deus. Entretanto, como é possível constatarmos, Jerusalém já foi invadia muitas vezes desde os dias de Zacarias e, assim podemos entender que essa profecia prenunciava a época messiânica, onde a igreja será invencível (conf. Mt 16.18) e a nova Jerusalém, a Jerusalém celeste será indestrutível. Assim, conforme Arnold & Beyer (2001, p.468), essa profecia ilustra como Deus estaria preparando o caminho para que o evangelho se espalhasse pelo mundo. Um dia, todos os povos de todas as nações seriam parte da família de Deus. Além disso, Deus estará presente e defenderá seu povo contra qualquer opressor. Podemos confiar porque Deus vê a situação de todas as nações. Deus vê a situação de cada um do seu povo. Por isso confiemos! Essa é uma mensagem de conforto e segurança para os cristãos. É possível aplicarmos essas palavras proféticas aos nossos dias? Sim, é possível. Lembremos que somente Deus por ser justo retribui com justa justiça os inimigos do seu povo e paralelamente, enquanto faz isso ele cuida de nós que pertencemos ao seu povo. Deus te abençoe e te dê segurança. Um abraço. Até o próximo programa. © 2015 Através da Biblia

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