segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Deus que controla o mundo

O Deus que controla o mundo

Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia" com nossos corações cheios de alegria, aquela alegria que só o Senhor Deus nos dá. Alegramo-nos porque o nosso projeto de estudarmos a Bíblia toda segue com segurança e estamos estudando novamente mais um trecho importante do Antigo Testamento, especificamente a oitava visão que Deus concedeu ao seu profeta Zacarias. Alegramo-nos também pelas correspondências que têm chegado até nós dando-nos o retorno e testemunhando sobre o valor do nosso programa. Somos gratos pelo privilégio de podemos a cada dia compartilharmos a Palavra de Deus com você. Hoje eu registro o e-mail do Carlos, que nos enviou a seguinte mensagem de Duartina, no estado de São Paulo: 1201“Olá Irmãos e Pr. Itamir. Tenho uma pergunta para fazer referente ao livro de Gêneses. No cap. 18 conta que apareceram 3 anjos a Abraão, e lendo o Comentário de Gêneses vi e ouvi que o senhor colocou como sendo Teofania que um desses 3 anjos era o Próprio Deus, que no decorrer dos versículos conversa com Abraão. Mas não encaixou bem em minha mente isso, Deus ficou em um corpo de homem? ou veio em formato de anjos, brilhantes, luzentes?Gostaria de uma resposta do Sr. Pastor Itamir, mais uma explicação.Obrigado por tudo.” Carlos P A Monteiro – Duartina – SP – email.    Querido amigo, somos gratos por seu interesse em nosso programa e no estudo dos materiais que temos publicado. Como lhe respondi, a teofania é um conceito teológico que usamos para expressar as manifestações de Deus. Quando elas ocorreram nos tempos do Antigo Testamento, Jesus, a segunda pessoa da Trindade se fez presente entre nós. Hoje temos a presença do Espírito Santo em nós, isto é, naqueles que são salvos tendo recebido a Jesus como Senhor e Salvador. No passado, alguns fiéis tiveram essa bênção de receberem diretamente a manifestação divina estando presente entre eles. Deus age assim, demonstrando sua misericórdia e graça para conosco. Ele também se manifesta hoje através da sua Palavra. Por isso oramos pedindo que pelo seu Espírito Santo ele nos ilumine para entendermos o seu querer. Eu convido você, Carlos, e todos os que estão me ouvindo agora para orarmos colocando esse tempo de estudos nas mãos de Deus: "Pai querido, chegamos à tua presença agradecidos porque a tua misericórdia dura para sempre. Agradecidos porque a tua misericórdia se renova constantemente sobre as nossas vidas. Te agradecemos por suas manifestações que nos encorajam e nos firmam os passos. Senhor, conforme a tua vontade, atende a necessidade de cada um de nós que te buscamos nessa hora. Senhor, conceda-nos também a iluminação do teu Espírito para essa hora de estudo. Nós oramos, em nome de Jesus, Amém!". Querido amigo, hoje temos como propósito estudarmos a oitava visão que Deus concedeu a Zacarias. Essa visão está relata em Zc 6.1-8. Esta é a última visão desta série e trata sobre o julgamento divino sobre toda a terra. A última frase do verso sete nos dá a clara dimensão desse julgamento: O Senhor lhes disse: Ide, percorrei a terra. E percorriam a terra (Zc 6.7b). Sob a ordem divina todos os habitantes da terra enfrentarão o juízo do Senhor e, sendo assim, a nossa responsabilidade é nos apresentarmos de tal maneira que sejamos aceitos diante de Deus. Nessa visão Zacarias vê quatro carros que partem de entre dois montes de bronze para percorrerem a terra. Conforme a Bíblia de Jerusalém (1985, p.1809, nota x), os babilônios criam que estes dois montes indicavam a habitação dos seres divinos, entretanto trata-se aqui de uma simples imagem. Encarregados pela missão designada pelo “senhor de toda terra” os carros saiam cada um para uma direção, pois tinham que percorrer toda a terra. Os carros eram as “patrulhas” de Yahweh, vigiando o seu povo. Conforme Amsler (1994, p. 35), o alvo da sua missão não fora dito, mas decorria do poder universal daquele que os enviou: como mensageiros divinos sua missão era levar a notícia de salvação até os confins da terra. Foram inclusive para a terra do norte (v. 8), onde estavam os exilados. E, um dos carros chamou a atenção do profeta. Era o carro que ia em direção ao norte, isto é, para a Mesopotâmia, onde numerosos exilados ainda estavam lá. A boa notícia também os alcançava: Através do seu Espírito Santo Deus habita onde quer que esteja o seu povo. E, por isso mesmo o Espírito de Yahweh está presente lá, pois onde está o povo de Deus ali também está o seu Espírito, mesmo que seja terra de outros deuses. Por sua soberania e poder ele não pede licença a ninguém, pois não pode ser limitado por falsos deuses, que são apenas ídolos. Deus cuida dos seus onde estiverem. Nessa visão Zacarias viu quatro carros, puxados por cavalos, que eram de cores diferentes: 1) Vermelhos – possivelmente indicando sangue e guerra (conf. Apocalipse 6:3-4). 2) Negros – possivelmente representando morte pela escassez de alimentos (conf. Apocalipse 6:5-6). 3) Brancos – possivelmente significando vitória (conf. Apocalipse 6:2). 4) Baios (cuja cor e um creme, ou cor de caramelo; embora a palavra hebraica possa significar cinza ou cores mistas), possivelmente significando as pestes que levariam à morte (conf. Apocalipse 6.8). O significado dos cavalos e suas cores pode ser comparados aos quatro juízos de Deus (conf. Ezequiel 14:21). O anjo intérprete explicou que estes carros eram os quatro ventos que saiam da presença do Senhor (Zc 6:4-5). Os quatro ventos representavam castigos enviados por Deus sobre a terra (cf. Apocalipse 7:1-3) Nessa visão Zacarias viu que a tarefa dos cavalos era percorrer a terra (6:6-8). Os cavalos negros e os cavalos brancos foram para o Norte e deram paz para o Espírito de Deus na terra do Norte (6:6,8). Quando Deus castigou o povo do Norte, o Espírito dele repousou tranquilo (cf. 1:10-16; Ezequiel 5:13). Os cavalos baios foram para o Sul (6:6), levando os juízos de Deus. Os cavalos vermelhos, representando a morte não tiveram seu trajeto identificado, simbolizando o alcance das ações de Deus sobre todas as nações. Sendo este o resumo desta última visão do profeta, podemos dar o seguinte título a esse conteúdo: O Deus que controla o mundo Zc 6.1-8 Introdução Como dissemos anteriormente, esta visão é semelhante, tem paralelos com a primeira visão (conf. 1.7-17). O propósito desta visão é demonstrar que o Senhor controla os acontecimentos da história. O que acontece com as nações está sobre o controle e o domínio do Senhor. Deus não permite que os inimigos do seu povo fiquem impunes pelos pecados cometidos contra o seu povo. Enquanto ele proclama que salvará o seu povo, ele também deixa claro que os inimigos do seu povo serão julgados, punidos e, consequentemente castigados. O apelo que o texto faz para nós é claro: devemos deixar Deus controlar as nossas vidas, pois ele tem o poder, tem o domínio, ele controla cada uma das circunstâncias do nosso viver. Sofrimentos e adversidades vamos ter, vamos enfrentar, mas podemos ter certeza do cuidado e do zelo que Deus tem por nós. Agora vou ler todo o texto sobre o qual iremos refletir e peço sua atenção para a Palavra de Deus. Leio Zc 6.1-8. Diz assim a Palavra de Deus 6.1 Outra vez, levantei os olhos e vi, e eis que quatro carros saíam dentre dois montes, e estes montes eram de bronze. 2 No primeiro carro, os cavalos eram vermelhos, no segundo, pretos, 3 no terceiro, brancos e no quarto, baios; todos eram fortes. 4 Então, perguntei ao anjo que falava comigo: que é isto, meu senhor? 5 Respondeu-me o anjo: São os quatro ventos do céu, que saem donde estavam perante o Senhor de toda a terra. 6 O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do Norte; o dos brancos, após eles; o dos baios, para a terra do Sul. 7 Saem, assim, os cavalos fortes, forcejando por andar avante, para percorrerem a terra. O SENHOR lhes disse: Ide, percorrei a terra. E percorriam a terra. 8 E me chamou e me disse: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fazem repousar o meu Espírito na terra do Norte. Muito bem, depois dessa leitura, com base nessas palavras inspiradas vamos iniciar nossas reflexões sobre essa quarta visão que nos traz como princípio, em resumo, essa afirmação: Somente Deus que é soberano pode controlar o mundo e todas as circunstâncias que afetam o seu povo. Neste texto encontramos sete detalhes sobre a visão que mostra que Deus controla o mundo e todas as circunstâncias que afetam o seu povo: O primeiro detalhe refere-se ao panorama da visão Esta última visão é muito consoladora para o povo de Deus. Nessa visão se apresenta um quadro extremamente encorajador para o povo de Deus, mostrando a realidade da proteção divina. Essa proteção divina, esse cuidado divino para com o seu povo acontece paralelamente, simultaneamente ao juízo de Deus sobre os inimigos do seu povo, portanto, contra os seus inimigos. Aquilo que não tinha acontecido na primeira visão (conf. 1.7-17), pois toda a terra estava sossegada e repousada, agora acontecia de forma imediata: as nações adversárias seriam destruídas totalmente e assim o povo de Deus descansaria em paz. O segundo detalhe refere-se aos personagens da visão Os personagens são os já mencionados: Zacarias, o anjo intérprete, os quatro anjos ou espíritos celestes que saíram para cumprirem a missão que Deus lhes confiara, a missão de executar os juízos divinos. O terceiro detalhe refere-se às perguntas e respostas para entender a visão Conforme o verso quatro, depois de contemplar essa visão tão impactante Zacarias teve a reação que todos nós teríamos. Ele perguntou: ... que é isto, meu senhor? ... dirigindo-se ao anjo intérprete. A resposta do anjo foi o esclarecimento de todos os detalhes da visão que já temos estudado. O quarto detalhe refere-se à descrição da visão O que Zacarias viu ao levantar seus olhos de novo foram os quatro carros de guerra que iam saindo de entre dois montes de bronze e os carros tinham respectivamente cavalos vermelhos, negros, brancos e baios e vinham de diversas direções. Tinham a missão de percorrer a terra para levar o juízo divino. O quinto detalhe refere-se ao significado da visão No verso cinco lemos a interpretação que o anjo deu à resposta de Zacarias. O próprio Zacarias registrou assim: Respondeu-me o anjo: São os quatro ventos do céu, que saem donde estavam perante o Senhor de toda a terra. Os juízos de Deus cairiam sobre o mundo incrédulo e iníquo. As cores distintas dos carros e seus cavalos, como já mencionamos, tinham essa significação: o vermelho, significava guerra; o negro, significava morte pela fome; o branco, significava vitória; e o caramelo morte pelas pestes. Na primeira visão, no primeiro capítulo de Zacarias (conf. 1.7-17) nos foram apresentados os cavalos com as mesmas cores que são mencionadas nessa visão, embora na primeira visão não houvesse menção dos cavalos negros. Os quatro carros saíram de entre os montes de bronze, isto é, dentre os dois impérios duros e fortes, porém não impossíveis de serem vencidos. Saíram para executar o juízo divino. Ainda em relação a interpretação dos dois montes de onde saíram os carros temos tido algumas opiniões. Os montes de bronze podem ser interpretados como os montes sagrados, o monte de Sião e o monte das Oliveiras, porque são montes de Deus. Poderiam ser interpretados e poderiam simbolizar os impérios egípcio e assírio, um ao sul e outro ao norte da nação. Estas duas nações sempre representaram um constante perigo para os hebreus. Mas qualquer que seja a interpretação que se dê a esses montes, o fato é que o significado geral da visão é que Deus destruirá toda a iniquidade para que a paz floresça. A providência destruidora de Deus sobre os povos perversos e iníquos significa o seu cuidado, a sua proteção, o seu controle sobre o mundo em favor do seu povo. A presença do Espírito Santo no norte significa que Deus havia lidado com todos os inimigos e agora o próprio Espírito de Deus poderia continuar o trabalho de restaurar o seu povo. O sexto detalhe refere-se às lições percebidas na visão Quando observamos de modo geral as duas visões anteriores e essa, encontramos algo em comum. Necessitamos perceber esta tremenda lição. Todas se referem à Babilônia, O rolo que voa condenava a maldade, porém a maldade será tirada da terra de Judá para ser depositada na terra do norte na Babilônia. Os carros que iriam cumprir o juízo divino executarão esse juízo sobre as nações, porém o carro que cai para o norte, para derramar o juízo contra a Babilônia é que aplacará a ira divina. Assim como João viu e registrou um dia se ouvirá essa sentença: Caiu, caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável ... por isso temos que dar atenção à essas palavras: retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos ... (conf. Ap 18.2-4) A grande lição que podemos aplicar às nossas vidas é que temos um Deus que, de fato, se preocupa conosco. Ele quer a nossa santidade e a nossa separação do pecado e da impiedade, porque quer nos abençoar! Então, essa é uma mensagem de consolo, conforto e encorajamento para aqueles que são fiéis ao Senhor. O sétimo detalhe refere-se às aplicações da visão às nossas vidas. Estes cavaleiros, diferentemente dos que tinham saído para explorar a terra, conforme a primeira visão, tinham uma missão específica. Eles levariam o juízo de Deus, eles executariam o juízo divino sobre toda a terra. O número quatro, como já interpretamos anteriormente, indica a universalidade do juízo de Deus que viria principalmente contra os inimigos do povo de Deus, que não faziam outra coisa senão lutar contra o próprio Deus. Nesta visão e até na coroação simbólica de Josué, como veremos no próximo programa, ao estudar os demais versos desse capítulo seis (conf. 6.9-15) o que se nos apresenta é o juízo divino, um juízo iminente do Senhor contra as nações gentias e a volta da sua misericórdia para com o seu povo que tinha chegado do exílio. Sem dúvida que os quatro carros representavam o juízo divino sobre as nações. Esses quatro “espíritos do céu” correspondem aos quatro anjos de Apocalipse sete, como aplicadores do juízo divino. Percebe-se um juízo especial aplicado à terra do norte de onde os invasores gentios tinham saído. E essa é a grande aplicação que podemos ter para as nossas vidas. Embora o juízo divino fosse manifestado contra todas as nações, especificamente contra a terra do norte havia algo particular. Será que Deus não agiria da mesma maneira em relação a nós e aos nossos problemas específicos? Essa é a confiança que podemos ter. Deus sabe o que nos incomoda, o que nos tem prejudicado e quem tem feito com que passemos por momentos difíceis. Temos que confiar que a sua justiça prevalecerá. Contra os que nos oprimem ou nos perseguem não precisamos nos opor. O Senhor os retribuirá com justiça. Conclusão Ao concluirmos o estudo dessa visão especifica fica a mensagem de que Deus não nos abandona e julgará àqueles que nos prejudicam, àqueles que se opõe ao seu povo que tenta viver de modo agradável a ele, pois ele tem cuidado de nós. Mas, também de todas essas visões de Zacarias deve ficar conosco o pensamento chave ou, como diz Baxter (1995, p. 278), a idéia unificadora que percorre todas as visões, que foi claramente exposto na primeira visão. Disse o Senhor: ... Com grande empenho, estou zelando por Jerusalém e por Sião. E, com grande indignação, estou irado contra as nações que vivem confiantes; porque eu estava um pouco indignado, e elas agravaram o mal. Portanto, assim diz o Senhor: Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; a minha casa nela será edificada, diz o Senhor dos Exércitos ... O Senhor ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalém (conf. 1.14-17). Que o Senhor te abençoe e que você viva em santidade diante dele. Um abraço. Até o próximo programa. © 2015 Através da Biblia

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