quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Daniel 10.1-21 (Através da Bíblia)

Daniel 10.1-21
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia, quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. É um prazer estar mais uma vez junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor e especificamente as profecias contidas no livro de Daniel onde se percebe uma ênfase bem forte no tipo de vida que Deus requer do seu povo. Por Deus requer de nós uma vida santa e coerente com a salvação que recebemos pela morte e ressurreição de Cristo temos que estudar cada dia mais a sua Palavra, pois é ela que nos conduz ao conhecimento da vontade de Deus. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que você está dedicando esse tempo específico para o estudo e reflexão na Palavra de Deus, dando-nos a satisfação de sua audiência. Você sabe que o estudo contínuo da Bíblia é um privilégio, mas é também um dever, pois ela é nosso alimento espiritual. Por isso devemos estudá-la com afinco. Aproveito a oportunidade para lembrá-lo que daqui a quatro programas já estaremos estudando os aspectos introdutórios do livro de Hebreus, voltando o Novo Testamento. Agora, no início desse programa quero registrar as palavras do Walter, de Campinha Grande do Sul, no estudo do Paraná. Foi essa a sua mensagem: “Olá Pastor Itamir! Mais uma vez vos escrevo para parabenizar pelos programas, pois estes têm sido prá mim o meu devocional. Pastor, também estou estudando com o comentário sobre o Apocalipse e apesar de não ter terminado, surgiu uma questão: durante as tribulações, o que irá acontecer com as crianças? A Bíblia não fala nada? Certo da sua compreensão e da minha confiança na sua capacidade de resposta, aguardo ansioso por sua ajuda.” Walter José da Silva, Campina Grande do Sul, PR - email. Querido amigo conforme lhe respondi pelo e-mail devemos entender é que até a idade da inocência, e isso varia de criança para criança, o reino do céu é delas, porém tão logo uma pequena criança começa a manifestar a sua natureza pecaminosa, pois todos somos pecadores, esse pequeno deve aceitar a Cristo para ter o perdão do seu pecado. O evangelho deve ser anunciado de forma adequada à sua tenra idade, mas as crianças também devem conhecer o plano de salvação em Cristo. Prezado Walter, quero agradecer também por suas palavras. Ficamos muito alegres quando recebemos essas palavras de apoio, afinal esse é o nosso propósito. Ficamos contentes também quando ouvimos que temos irmãs e irmãos que oram por nós. Saiba também que estaremos orando por você. Conte com o nosso apoio. Exatamente por isso quero convidar a todos vocês e você especificamente a nos colocar então diante do Senhor com nossos pedidos e agradecimentos. Por isso oramos assim: "Querido Deus e Pai, chegamos à tua presença reconhecendo tua soberania, teu poder, tua onisciência. Reconhecemos que tudo conheces e sabe que necessitamos da iluminação do teu Espírito para o nosso estudo de hoje. Pai misericordioso, te pedimos então que tenhamos nossas mentes abertas para ouvirmos Tua Palavra e capacitação para obedecê-la. Pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Amém"!
Querido amigo hoje temos como alvo estudarmos o texto do capítulo dez de Daniel. Vamos estudar o texto de Dn 10.1-21.
A partir deste estudo vamos refletir sobre a última visão que Deus concedeu a Daniel mostrando os acontecimentos que iriam se realizar depois dos seus dias, acontecimentos esses que afetariam diretamente o povo de Israel que estava voltando para a Terra Prometida. Para essa última visão foram dedicados três capítulos, iniciando com esse conteúdo, passando pelo conteúdo do capítulo onze onde temos muitos detalhes dos acontecimentos futuros e terminando com as colocações do capítulo doze onde se revela detalhes futuros, que ainda não aconteceram, mas que se concretizarão na volta do Senhor Jesus Cristo, como supremo juiz de todo ser humano.
Este capítulo dez, na verdade, é uma antecipação, uma introdução da própria visão. Nesse capítulo além de vislumbrarmos o que acontece além da nossa dimensão, além de nos revelar algumas facetas da batalha espiritual que acontece nos “lugares celestiais”, no seu conteúdo também encontramos o conforto que Deus disponibiliza para todos os que são seus filhos e estão envolvidos no programa que ele mesmo estabeleceu para o seu povo e para a humanidade em geral. Nesse capítulo encontramos a verdade de que temos seres celestes a nos proteger, a cuidar de nós, na batalha que o inimigo quer nos derrotar, para frustrar os planos de Deus que deseja nos levar para a eternidade.
Como título para esse capítulo considero que essa frase é apropriada, pois nos garante e nos dá segurança do amor e do cuidado de Deus para cada um de nós, seus filhos. E, o título se vê nessa expressão:
O conforto divino
Dn 10.1-21
Introdução
Como dissemos, neste capítulo não temos uma nova profecia ou visão, mas temos uma introdução à visão que vamos estudar no próximo capítulo e próximo programa. Essa data, ... no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia ... (v.1) corresponde ao ano 536 aC. Este era o tempo em que os judeus estavam voltando para a sua pátria, deixada há setenta anos atrás. Naquela ocasião se deu a primeira confrontação entre a Babilônia e Judá, em 605, quando o próprio Daniel foi levado cativo.
Já, de volta à Palestina, os judeus enfrentavam a oposição dos habitantes do local que queriam participar da reconstrução do templo. Mesmo contando com a benevolência do imperador Ciro, os judeus enfrentaram essa forte oposição como nos relata o segundo livro das Crônicas, nos seus últimos dois versículos e como nos conta o próprio Esdras, nos primeiros capítulos do seu livro. Essa oposição foi tão forte que os judeus desistiram da reconstrução durante aproximadamente vinte anos e só voltaram ao serviço depois das palavras incentivadoras do profeta Ageu. Esse era o ambiente daqueles dias e diante de tanta insegurança e incerteza, e certamente, diante das orações de Daniel, Deus lhe concederia mais uma visão para revelar-lhe os futuros acontecimentos que envolveriam o seu povo.
O lugar onde Daniel recebeu essa nova revelação não foi no território da Babilônia, mas ele estava em algum lugar às margens do rio Tigre, na Assíria (vs. 4). Como nos informa o texto, Daniel não tinha retornado para Jerusalém, provavelmente por duas principais razões: 1) A sua idade já era bastante avançada, e, provavelmente, com oitenta anos, certamente não tinha mais tanta energia para participar dos serviços da reconstrução física da pátria. 2) Com a sua permanência durante aproximadamente setenta anos servindo a corte real do império babilônico e atualmente do império persa, certamente sua influência era grande sobre os dirigentes e esse fato fazia com que ele fosse mais útil ao povo, permanecendo na Babilônia do quê estando em Jerusalém, participando da reconstrução. Porém, mesmo estando longe da pátria ele orava e desejava saber dos acontecimentos futuros que afetariam os seus patrícios.
Sendo um homem de muita oração e vida devocional exemplar, nós o encontramos mais uma vez, lutando e perseverando em oração. Provavelmente se preparando para a ocasião da Páscoa, estava se consagrando há três semanas, orando e jejuando e assim, no vigésimo quarto dia de Nisã, o primeiro mês, o mês da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos, Deus lhe concedeu essa experiência reveladora. Em resposta a sua consagração, em atenção a sua luta por conhecer mais as verdades divinas, Deus lhe concedeu essa visão, que estudaremos no próximo capítulo, dando-lhe o conforto necessário ao seu coração.
Diante da atitude de Daniel e diante da atenção que Deus dispensou ao seu servo, o princípio que podemos extrair desse texto poder ser apresentado nessa frase:
Nas experiências mais intensas pelas quais passamos podemos estar seguros, pois contamos com o conforto divino.
Neste texto encontramos cinco demonstrações do conforto divino concedido aos seus fiéis.
Em 1º lugar, o conforto divino é demonstrado na ocasião certa quando nos consagramos a Deus, vs. 1-4
1. Consagramo-nos a Deus nas ocasiões determinadas por circunstâncias especiais, vs.1, 4
2. Consagramo-nos a Deus dando total prioridade a entendermos sua Palavra, vs. 1-2
3. Consagramo-nos a Deus rejeitando tudo o que nos tira a comunhão com ele, vs. 2-3
Nesses versos 1-4, Daniel tem uma visão de uma grande guerra que forma uma profecia contínua nestes três últimos capítulos. A visão foi revelada a Daniel no terceiro ano de Ciro (536 a.C.), que também parece ser o primeiro ano de Dario, o Medo (veja 11:2). Esta visão impressionou Daniel pela sua solenidade. Daniel estava jejuando e se lamentando, estava pranteando, chorando durante três semanas, certamente pela situação do povo de Israel, lembrando-se da Páscoa que comemorava a saída do povo do Egito sob a poderosa mão de Deus. Provavelmente Daniel pedia novamente a Deus, conforme ele fizera no capítulo nove, que o Senhor agisse libertando o povo desse cativeiro, conduzindo-o novamente para Terra Prometida. Quando estava junto ao rio Hidequel, o nome hebraico para o rio Tigre, ao levantar seus olhos Daniel viu um certo homem vestido de linho. Quando nos concentramos e nos consagramos a Deus, de modo sincero e honesto, ele se manifesta de modo especial a cada um de nós. Deus levantou o véu e mostrou a Daniel algumas realidades do mundo in visível. Deus mostrou a Daniel uma visão da dimensão que não vemos com o olhar humano. Você tem tido essa experiência de discernir as manifestações especiais de Deus?
Em 2º lugar, o conforto divino é demonstrado ao sermos impactados pela visão do mensageiro celeste, vs. 5-9
1. A visão do mensageiro celeste é grandiosa diante do olhar humano, vs. 5-6
2. A visão do mensageiro celeste causa impacto a todos que estão próximos, vs. 7
3. A visão do mensageiro celeste por ser sobrenatural nos faz perder as forças físicas, vs. 8-9
O texto dos versos 5-6, mostra que ali apareceu um homem cuja descrição é muito parecida com a de Cristo em Apocalipse 1:13-15. Contudo, pelo que se segue, é a descrição de um mensageiro celeste, pois certamente o Senhor Jesus não precisaria de Miguel para ajudá-lo na batalha espiritual que se percebe ter ocorrido na vinda da resposta de oração à Daniel, conforme vemos a descrição no verso 13. Este ser era impactante por sua aparência de relâmpago e fogo. Era um ser celeste, enviado por Deus para trazer a Daniel a compreensão da visão que ele teria.
Os versos 7-9, relatam que os que estavam com Daniel embora não tenham visto a visão, sentindo a presença celeste, temeram, ficaram amedrontados e fugiram. Daniel foi deixado sozinho e fraco pela visão, porém manteve a menta alerta, pois ouvia as palavras que lhe eram dirigidas e, então caiu em um profundo desmaio. Quando nos aproximamos das maravilhas celestes ficamos tão vulneráveis, como ficou Isaias quando contemplo a glória do Senhor em sua visão (conf. Is 6).
Em 3º lugar, o conforto divino é demonstrado ao recebermos resposta à oração ao fim da batalha espiritual, vs. 10-14
1. A oração que dirigimos a Deus é respondida e por isso precisamos estar atentos e vigilantes, vs. 10-11
2. A oração que dirigimos a Deus é respondida depois da resistência e da oposição do inimigo, vs. 12-13
3. A oração que dirigimos a Deus é respondida para que entendamos as palavras soberanas de Deus, vs. 14
O texto prossegue e nos versos 10-11, Daniel relata que uma mão lhe tocou, e o lhe sacudiu, ajudando-o a ficar sobre e as mãos e os joelhos. Ele foi encorajado a se levantar, pois este homem tinha vindo para ajudá-lo a entender a visão. O mensageiro celeste em primeiro lugar confortou, encorajou, estimulou a Daniel para que toda a atenção do profeta fosse dada àquilo que ele iria revelar. Ao declarar que Daniel era alguém muito amado de Deus, certamente teve toda a atenção do profeta.
Nos versos 12-13, percebemos e confirmamos que o pedido de Daniel para que entendesse as revelações divinas tinha sido ouvido desde o primeiro dia, ainda que vinte e um dias tivessem passado para que a resposta chegasse. A recomendação para que Daniel não temesse, nos faz inferir que talvez o profeta temesse que sua oração não tivesse sido ouvida. É importante que reconheçamos essa verdade. Quando oramos e buscamos com sinceridade a Deus ele nos ouve. É isso que precisamos saber. Deus nos ouve; o Espírito Santo intercede por nós; e o Senhor Jesus Cristo é o nosso único intermediário até Deus. A garantia é que nossa oração é ouvida! Essa é a nossa parte: falar com Deus, e, depois, temos que nos tranqüilizar, pois só Deus sabe a hora, as circunstâncias e a resposta que ele vai nos dar.
A demora tinha sido causada pelo príncipe (anjo) da Pérsia que tinha resistido ao mensageiro celeste. Certamente estava acontecendo uma guerra espiritual (cf. Apocalipse 12:7), mas finalmente Miguel, um dos primeiros príncipes, veio em socorro (cf. Daniel 12:1; Judas 9) para liberar a resposta a Daniel. Essa é outra verdade que devemos aprender: o poder espiritual satânico que estava sendo manifesto na adoração dos ídolos persas tentava impedir a resposta de Deus ao seu servo. Ao orarmos é necessário sabermos que se trava uma batalha espiritual nas regiões celestes, quando os demônios se colocam contra os anjos que ministram à nós que herdaremos à salvação (cf. Hb 1.14). Porém, precisamos saber também que temos sempre alguém enviado por Deus para desimpedir a oposição que se levanta contra a nossa comunhão com ele. Miguel é o anjo que defende os filhos de Deus (cf. vs. 21 e 12.1), mas além disso temos a promessa de que nenhum teste que não seja humano vai nos privar da comunhão com o Pai (cf. 1Coríntios 10.13
No verso 14, lemos que este ser celeste, que foi socorrido por Miguel, tinha vindo ajudar Daniel a entender o que aconteceria com Israel nos “últimos dias.” A expressão “últimos dias” indica que a visão dizia respeito aos eventos daquele período e certamente se referiam também à vinda do Messias, a vinda do dia do Senhor, lembrando que esse “dia” inclui as duas vindas de Jesus Cristo (cf. Daniel 2:28; Atos 2:16-21).
Em 4º lugar, o conforto divino é demonstrado ao sermos impactados pelo toque do mensageiro celeste, vs. 15-17
1. O impacto da visão celeste nos faz ficar calados e perplexos, vs. 15
2. O impacto da visão celeste é grande ao recebermos o toque fortalecedor divino, vs. 16-17
3. O impacto da visão celeste não impede que nos expressemos ao Senhor, vs. 16-17
Nos versos 15-17, Daniel não pôde falar até que uma pessoa com aparência de homem tocou em seus lábios. Ele, então, explicou que seu silêncio era devido a estar tão esmagado pela aflição. Certamente Daniel ficou impactado diante dos acontecimentos que Israel deveria enfrentar. Deus queria revelar esses acontecimentos futuros para que o seu povo não fosse surpreendido diante de tantas mudanças que ocorreriam no poder das nações, pois todas aquelas mudanças e transformações faziam parte do plano de Deus preparando o mundo para a chegada do Messias, na hora certa e predeterminada (cf. Gl 4.4).
Você confia nos planos divinos? Você os tem experimentado em sua vida?
Em 5º lugar, o conforto divino é demonstrado na confirmação de que somos amados, pois temos quem luta por nós, vs. 18-21
1. Ao ouvirmos a voz celeste confirmamos o amor de Deus por nós, vs. 18
2. Ao ouvirmos a voz celeste nos encorajamos e nos fortalecemos, vs. 19
3. Ao ouvirmos a voz celeste conhecemos os vitoriosos planos divinos, mesmo que o inimigo se oponha, vs. 20-21
Nesses versos 18-19, Daniel relata que diante da grandiosidade da visão ele ficou sem forças e só voltou a recompor-se porque foi fortalecido novamente e lhe foi dito que sendo amado de Deus não precisava ter medo, pelo contrário, ele deveria estar em paz e ser forte.
E, finalmente nos versos 20-21,ao tempo em que esta profecia foi dada não havia império grego; contudo, foi dito a Daniel sobre uma guerra a ser travada entre o império medo-persa contra o príncipe da Grécia. A mente mortal só pode especular quanto ao que realmente está envolvido aqui. Sabemos, de fato, que há forças e poderes angélicos (Efésios 1:20-21; Colossenses 1:16; 2:15). Certamente Deus usa as forças angélicas na ascensão e na queda das nações. Deus queria que Daniel soubesse e comunicasse o que estava registrado na ... escritura da verdade ... (veja 8:18-23), e, o que estava registrado ali apontava para a queda da Pérsia nas mãos da Grécia.
E, na última frase do verso 21, esse ser celeste conforta mais uma vez o servo de Deus, dizendo que embora todas essas mudanças e transformações ocorreriam no poder mundial, o povo de Deus poderia se tranqüilizar, pois poderia contar com Miguel, o príncipe protetor a serviço do povo, sob o comando de Deus.
Conclusão
Quais as aplicações que podemos fazer tendo esse texto como base e tendo esse princípio a nos encorajar? Você se lembra do princípio que apresentamos no início do estudo? Deixe-me repeti-lo: Nas experiências mais intensas pelas quais passamos podemos estar seguros, pois contamos com o conforto divino. Creio que podemos alistar três aplicações:
1) Uma aplicação se salienta: Deus domina nos negócios das nações, levantando-as e derrubando-as, conforme os seus planos e propósitos, assim a sua vontade sempre é cumprida, é sempre concretizada.
2) Outra verdade desse trecho é a certeza que temos alguém, mesmo que não o vejamos com nossos olhos terrenos, a nos proteger. Deus tem cuidado de nós! Deus usa qualquer recurso para proteger e dirigir os seus filhos!
3) A grande verdade entretanto, refere-se à oração. Podemos e devemos orar, colocando nossas vidas diante do Senhor, pois ele nos ouve. A resposta pode demorar até pela ação do inimigo, mas a resposta do Senhor virá, quando e como ele quiser. Deus é um Pai bondoso.
Oro para que você experimente o conforto divino
Um abraço Até o próximo programa

© 2014 Através da Biblia

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