quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Daniel 7.1-14 (Através da Bíblia)

Daniel 7.1-14
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com prazer renovado que entramos em sintonia com você para mais uma etapa do nosso estudo da Palavra de Deus. Como você bem sabe o objetivo desse programa é estudar a Bíblia toda, pois cremos que o seu estudo contínuo e sistemático nos ajuda a adequar a nossa vida à vontade do Senhor. A vontade divina está expressa claramente em todas as páginas da Bíblia Sagrada. Assim ao darmos seqüência ao estudo do livro do profeta Daniel, iniciando hoje, especificamente, na segunda parte do livro, o estudo da literatura apocalíptica, devemos ficar atentos porque certamente aqui encontraremos revelações e declarações da vontade de Deus para as nossas vidas. Você sabe que logo no início dos nossos programas dedicamos alguns minutos para 2 atividades. Em 1º lugar quero registrar a correspondência que recebemos da Deide, que é da cidade de Tupã, no estado de São Paulo. Ele nos enviou a seguinte mensagem: “Conheço a RTM ha tempos e foi para mim uma alegria, como de uma criança que ganha um doce, descobri-los novamente. Estou sempre aprendendo com as lições de Itamir Neves. Deus o abençoe pelo seu entendimento e capacitação pelo seu trabalho de divulgar a Palavra de Deus. Ele o nosso Deus, o tem usado para isso. Esses estudos são como se estivesse numa igreja ouvindo o sermão de um pastor. Grata mesmo por isso. Sabemos que é por meio dessa comunicação que muitos chegam a Cristo. Obrigada RTM.” Deide – Tupã – SP - email. Querida irmã, muito obrigado, por suas orações e por suas palavras incentivadoras. O nosso propósito é esse mesmo, de comunicar a Palavra de Deus de forma clara e simples com a finalidade de muitos poderem entender e aplicá-la em suas vidas. Temos orado para que Deus use aquilo que aqui é transmitido para a sua glória, para a edificação do corpo de Cristo e para a salvação de muitos amigos que ainda não têm Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. Por isso, em 2º lugar convido-a à outra atividade inicial dos nossos programas. Vamos nos colocar diante de Deus, orando e pedindo as bênçãos divinas para o nosso projeto e para o estudo de hoje: Senhor Deus obrigado porque nos ouves. Te pedimos Pai, conceda-nos a iluminação do Espírito Santo para compreendermos tua Palavra e aplicá-la em nossas vidas. Obrigado porque hoje iniciamos o estudo da parte escatológica de Daniel. Te pedimos que nos dês compreensão daquilo que o Senhor revelou ao teu servo lá no passado. Que possamos ouvir a tua voz e termos do senhor capacitação para obedecê-lo. Pai, pedimos também que o Senhor continue nos abençoando na realização desse projeto. Que possamos completá-lo de acordo com o teu querer. Oramos em nome de Jesus Amém.
Querido amigo hoje o nosso objetivo é estudarmos a primeira parte do capítulo sete de Daniel. Vamos estudar o texto de Dn 7.1-14. Como dissemos anteriormente, aqui iniciamos o estudo da segunda parte do livro de Daniel que descreve as visões apocalípticas, concentradas nos capítulos 7 a 12. Enquanto nos seis primeiros capítulos encontramos as narrativas históricas desse livro, a partir desse capítulo encontramos os ensinos escatológicos que revelavam ao povo de Israel, Judá, que ainda estava no exílio, os planos de Deus para o seu povo. Para o judeu piedoso, para o israelita sério que estavam exilados e desejavam ardentemente voltar à pátria, através de Daniel, Deus mostrou como a ascensão e a queda das grandes nações afetariam diretamente o seu povo e, conseqüentemente, indiretamente afetaria também as demais nações, pois era a descrição da própria história humana.
Como bem resumiu o livro e o tema de Daniel, Cardoso Pinto (2006, p. 682) diz que a mensagem dessas palavras inspiradas demonstram que a “soberania divina sobre a história garantia a sobrevivência de Israel como nação durante o tempo em que, por meio das nações gentílicas, Yahweh purificava o seu povo e preparava Israel para a sua gloriosa redenção na vinda e no reinado do Filho do Homem”
Uma observação que se faz importante é que neste texto vamos encontrar o relato de um acontecimento que ocorreu antes dos capítulos cinco e seis deste mesmo livro. Se mantivéssemos a ordem cronológica deveríamos considerar essa seqüência: 1) capítulos um a quatro; 2) capítulos sete e oito; 3) capítulo cinco. Esse relato do capítulo sete se deu provavelmente em 553 aC. E no decorrer deste capítulo encontramos o relato da visão que Daniel teve enquanto dormia e sonhava. Daniel viu um conjunto de quatro animais surgindo do grande mar, representando o mundo e todas as suas nações e povos, mas viu também um julgamento sendo efetuado para que se estabelecesse o reino de Deus, o domínio eterno do Filho do Homem, o Messias tão aguardado.
Quando estudamos esse capítulo, como o faremos nesse e no próximo programa, percebemos que o conteúdo dele trata do mesmo tema do capítulo dois. Porém quando colocamos os dois conteúdos lado a lado percebemos algumas diferenças. 1) No capítulo dois Nabucodonosor viu os quatro reinos mundiais em seus aspectos bélicos e militares, enquanto neste capítulo Daniel vê os mesmos quatro reinos mundiais em seus aspectos morais e éticos. 2) Nabucodonosor viu os reinos mundiais no seu aspecto político, enquanto, aqui, Daniel os vê sob o olhar religioso. 3) No capítulo dois a visão demonstra uma esfera inanimada, pois a estatua, mesmo composta por diferentes materiais, está imóvel. Aqui no capítulo sete os animais estão vivos e participando ativamente na visão. 4) Na visão que Nabucodonosor teve, no capítulo dois a estátua é superficialmente uma figura humana, porém aqui no capítulo sete a visão descreve a figura de animais em seus instintos selvagens. 5) Em resumo, Nabucodonosor viu as potências mundiais gentias de um ponto de vista meramente humano, regozijando-se com a glória que o mundo concede aos poderosos. Por outro lado, neste capítulo sete, Daniel enxerga essa visão do ponto de vista totalmente divino, analisando e classificando as quatro potências como elas realmente são.
Ao considerarmos essas diferenças, percebemos também que as duas narrativas são complementares, pois Deus que as deu tinha uma só mensagem a proclamar. E esta mensagem, segundo o nosso entender pode servir como titulo para esses primeiros quatorze versos do capítulo sete de Daniel.
O reino de Deus e o reino dos homens
Dn 7.1-14
Introdução
Querido amigo é importante mencionar também como introdução a essa visão que é bem provável que Daniel, nessa ocasião, tinha já sessenta e cinco anos de idade, pois se tratava do primeiro ano do reinado de Belsazar. Considerando-se que este capítulo descreve esse acontecimento de 553 aC., lembrando que Daniel fora levado cativo para a Babilônia em 605 aC., ele já estava na Babilônia há mais de cinqüenta anos, tendo chegado à corte de Nabucodonosor ainda adolescente. Durante todo esse tempo ele serviu a Deus, testemunhando com sua vida íntegra, com sua vida de fé e com sua vida de oração os quatro reis que se sucederam com imperadores mundiais. Daniel serviu Nabucodonosor e o seu neto Belsazar, reis babilônicos, e, depois que a Pérsia conquistou o poder, Daniel serviu a Dario e Ciro, reis persas. Durante todos esses anos e estando no centro do poder mundial, certamente, Daniel viu e observou com inteligência e discernimento espiritual a ascensão e a queda desses reinos e dos seus reis. Convicto de que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer (4.32) Daniel, a partir desse relato da sua visão, certamente entendia que todos nós devemos estar atentos para perceber essa grande e consoladora verdade, que pode e deve ser aplicada aos nossos dias:
Todo ser humano é desafiado a ver que o reino dos homens está sob o controle soberano do reino de Deus.
Neste texto encontramos cinco detalhes da visão que nos mostra o controle soberano do reino de Deus sobre o reino dos homens:
O 1º detalhe da visão refere-se a data e o local do acontecimento, vs. 1
1. A data e o local da visão marcam o fundo histórico do livro, 553 aC., sob Belsazar.
2. A data e o local da visão mostram Daniel vivendo comumente na Babilônia, em sua casa.
3. A data e o local da visão mostram que aquela era uma época de revelações divinas, através de sonhos, visões e profecias que objetivavam mostrar ao seu povo o seu destino futuro. Esse sonho dado a Daniel lhe traria mais entendimento sobre a visão do capítulo dois.
7:1, Enquanto no capítulo 2 o sonho era de Nabucodonosor, registramos aqui o sonho de Daniel. Em muitos aspectos, estes sonhos são paralelos; de fato, o sonho de Daniel parece dar ampliação e entendimento tanto a Daniel 2 como a Apocalipse 13. Estes capítulos fornecem uma chave para o entendimento do livro de Apocalipse. E essas manifestações sobrenaturais, através de sonhos e visões, demonstram claramente que é desejo de Deus comunicar-se com o seu povo, revelando-lhe seus segredos, para que assim tenhamos confiança e segurança de que estamos caminhando dentro de um plano sabiamente elaborado, por ele, o nosso Deus e Pai.
O 2º detalhe da visão refere-se aos quatro animais descritos, vs. 2-8
1. A descrição incluiu a atmosfera em que se via os quatro animais, vs. 2
2. A descrição incluiu o ambiente em que se via os quatro animais, vs. 2
3. A descrição incluiu particularidades de cada animal.
No verso 2, o “mar” representa o Mar Mediterrâneo tipificando as nações gentias, simbolizando a massa humana da sociedade, isto é, o mundo com todas as nações e seus povos (Isaías 17:12-13; Apocalipse 17:15). Os “ventos” representam as guerras mundiais, as forças usadas por Deus para comandar e até mesmo para destruir o reino dos homens, fazendo que poderosos ascendessem ou descessem dos seus poderes (Jeremias 49:36; 51:1).
No verso 3, Daniel nos informa que quatro grandes animais vieram do mar, cada um diferente do outro. Estes quatro animais foram identificados como quatro reinos ou quatro impérios mundiais, pois das comoções políticas e sociais que afetam os povos surgem as potencias mundiais vencedoras (7:17 com Apocalipse 17.15 e 21.1). Esses quatro impérios são representados por animais, feras e bestas selvagens, pois comandados por ímpios, descrevem suas índoles violentas e terríveis.
No verso 4, o primeiro animal era como um leão com asas de águia, mas lhe foi dado uma mente de homem. É estranho? Certamente, mas esse 1º animal foi descrito como semelhante a um leão com asas de águia, que posteriormente foram tiradas e ele ficou em pé como um homem e sendo-lhe dado um coração humano. Ele representaria a Babilônia (veja Daniel 2:37-38 com Jr 4.7; 50.17; Ez 17.3).
No verso 5, temos a descrição do segundo animal, que era como um urso. Ele foi erguido, levantando-se sobre um de seus lados. Na sua boca estava com três costelas entre os dentes. Foi-lhe dito que ele comesse a quantidade de carne que pudesse suportar. Como esta visão corresponde ao sonho de Nabucodonosor, aqui temos a representação do império medo-persa (Daniel 2:39; também 8:3, 20). Esse urso levantado de um dos lados indica a superioridade persa sobre os medos. E provavelmente essas três costelas que estavam em sua boca representam as três maiores vitórias obtidas contra a Lídia, em 546 aC.; contra a Babilônia, em 539 aC.; e, contra o Egito, em 525 aC.
No verso 6 o terceiro animal, ou a terceira besta, como aparece em algumas versões, era semelhante a um leopardo. Porém, mesmo sendo um felino esse animal tinha quatro asas e quatro cabeças. E ele recebeu autoridade para governar. Este animal corresponde ao império grego também conhecido como império macedônio (Daniel 2:39; também 8:8, 21). Esse leopardo, que é um animal rápido e veloz, é a descrição das rápidas conquistas do imperador Alexandre, o Grande que reinou de 334 a 323 aC. As quatro asas, certamente simbolizam a divisão do império, que os seus quatro generais promoveram depois da sua morte prematura.
Nos versos 7-8, o quarto animal não tinha um nome específico. Ele foi descrito como um que tinha grandes dentes de ferro com os quais despedaçava e devorava as suas vítimas e pisoteava tudo o que sobrava. Ele era aterrorizante, diferente dos outros animais e tinha dez chifres, que foram referidos como os dez dedos da estátua vista por Nabucodonosor. Do meio desses chifres surgiu um chifre menor que arrancou três dos primeiros chifres (conf. vs. 23-24), que simboliza o anticristo, que fala arrogantemente contra Deus, identificado como “homem do pecado” e “filho da perdição” (cf. 11.36; 2Ts 2.4; Ap 13.5-6). Este quarto animal se identifica com o império romano (Daniel 2:40-45), que estava no poder quando o reino de Deus foi estabelecido. Este é o reino que guerreia contra os santos (7:19-21). Este animal monstruoso é também descrito em Apocalipse 13.1-10, identificado com a besta que emergiu do mar.
O 3º detalhe da visão refere-se a descrição de Deus no seu trono, vs. 9-10
1. Deus no seu trono indica a predominância de poder, soberania e pureza, vs. 9
2. Deus no seu trono indica a predominância de santidade e juízo, vs. 9
3. Deus no seu trono indica que todos devemos comparecer diante dele, vs. 10
No verso 9, o “Ancião de Dias” é Deus Pai que é de “eternidade a eternidade” (Salmo 90:1-2). Ele é retratado aqui como representando a pureza e o poder.
No verso 10, milhares de milhares e milhões de milhões estavam diante dele (veja Apocalipse 5:11-14) para serem julgados. O Pai é retratado sobre o trono para julgar (veja Apocalipse 20:11-15), mas realmente o julgamento final será por seu Filho (Atos 17:31; 2 Coríntios 5:10).
O 4º detalhe da visão refere-se ao julgamento a que todos se submeterão, vs. 11-12
1. O julgamento a que todos se submeterão destruirá as insolências ditas contra Deus, vs. 11
2. O julgamento a que todos se submeterão evidencia que o domínio pertence a Deus, vs.12
3. O julgamento a que todos se submeterão evidencia que Deus é quem determina os prazos e os tempos, vs. 12
Nos versos 11-12, Deus domina e julga os reinos do mundo (Daniel 4:17-25). Daniel ainda preocupado com as insolências contra Deus, observa as palavras do chifre menor e observa que o quanto animal foi morto. O resto dos animais teve seu domínio tomado, mas suas vidas foram prolongadas durante um tempo.
O 5º detalhe da visão refere-se ao surgimento do Filho do Homem, vs. 13-14
1. O Filho do Homem é um ser celeste e divino, vs. 13
2. O Filho do Homem tem o domínio e glória sobre todos os reinos e nações, vs.14
3. O Filho do Homem tem o domínio eterno que não passará e não será destruído, vs. 14
Nesses versos 13-14, um como o Filho do Homem veio com as nuvens do céu. Do ponto de vista do céu ele “veio”, mas do ponto de vista da terra ele “foi levado” (Atos 1:9). Foi-lhe então dado domínio, glória e um reino. Isto identifica claramente o tempo quando Cristo foi coroado como Rei dos reis. Na sua ascensão, ele recebeu a “promessa” (Atos 2:30-36; Efésios 1:20-23). Este governo de Cristo continuará eternamente (Daniel 2:44; Hebreus 12:28). Eu e você somos convidados a nos submetermos a esse que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Conclusão
Como é que podemos aplicar essa mensagem a nós? É possível uma aplicação relevante?
Sim! E é isso que devemos sempre fazer buscando a iluminação do Senhor com o objetivo de termos nossas vidas transformadas pelo poder do evangelho. Quero que você me acompanhe em três considerações que podem ser feitas a respeito de Deus e seu povo:
1. Deus é onipresente, vs.1. Fica claro neste texto que Deus não apenas advertiu o rei Nabucodonosor pela sua arrogância, soberba e orgulho até que ele aprendesse que o Altíssimo é quem controla todas as coisas, mas ao conceder ao seu servo Daniel uma visão semelhante à do rei da Babilônia, Deus estava mostrando ao profeta para que transmitisse ao povo que ele estava atento aos acontecimentos que afetavam e afetariam o seu povo escolhido. Mas, muito mais do que isso, Deus não apenas estava atento, mas Deus estava e ainda hoje está controlando todos os acontecimentos que nos afetam como seu filhos. Você pode até não perceber, mas ele está presente.
2. Deus é Onipotente, vs. 2. Os quatro ventos dos céus estão sob o seu controle. Toda a natureza obedece ao comando do Criador e ele a usa como lhe apraz. O grande Mar da humanidade também é controlado pelo Criador, apesar da humanidade não se aperceber do seu amoroso plano salvífico. O poder das nações está nas mãos de Deus. Ele é quem estabelece ou remove reinos e reis de acordo com sua vontade e seus planos.
3. Deus é Onisciente, vs. 16. Porque ele conhece tudo e conhece antecipadamente ele revela detalhes das suas futuras ações aos seus servos. Deus é sábio e sabe todas as coisas e, quando é chamado de Ancião de Dias demonstra em palavras o seu pleno conhecimento. Enquanto nós em nossa curiosidade procuramos especular quem seriam e quando todos esses eventos ocorrerão, e, quando o senhor Jesus vem para liquidar de vez com as hostes malignas, ele tem clara consciência, clara certeza de quando tudo vai acontecer, pois é o seu plano que está sendo executado.
Minha oração é que você entregue sua vida a Deus e usufrua da segurança e confiança que só Deus pode te dar.
O Senhor te abençoe.

© 2014 Através da Biblia

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