Daniel 3.1-18
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. É com renovada satisfação que iniciamos mais esse tempo em que dedicamos a nossa atenção para estudarmos com mais profundidade a Palavra de Deus. Em tempos de relativização da verdade e valorização dos sentimentos precisamos urgentemente de estudos que nos ajudem a fundamentar os objetivos da vida na Palavra de Deus. Quando reunimos um grupo de pessoas para ouvir um discurso religioso por vinte a trinta minutos é algo desafiador e, por isso, precisamos sempre fundamentar aquilo que dizemos nos princípios básicos da hermenêutica, a matéria que nos ajuda a interpretar adequadamente a Palavra de Deus. Necessitamos comunicá-la de forma clara a fim de que o texto se torne uma mensagem relevante, pois, é necessário que padronizemos o nosso viver conforme a vontade do Senhor. Embora, em muitos círculos modernos a pregação, o estudo bíblico e a exposição temática sejam vistas como uma metodologia em extinção é necessário renovarmos o compromisso de fidelidade com a exposição correta da Palavra de Deus. Nós que expomos a Palavra de Deus, necessitamos suplicar sempre a iluminação do Senhor para entendermos o texto bíblico e apresentá-los a vocês em toda a sua inteireza. Assim, quando usamos essa metodologia você que nos ouve encontrará as ferramentas necessárias para desenvolver adequadamente a sua vida cristã. O nosso compromisso é esse. Com Deus que nos tem chamado para essa tarefa. Mas, certamente, o nosso compromisso é com você que tem nos dado o privilégio da sua audiência. O retorno que vocês nos têm dado através das correspondências que chegam tem-nos feito continuar com alegria e firmeza na realização desse projeto. Registro hoje o e-mail que o Ramom nos enviou lá de Barreiras, no estado da Bahia. Essa foi a sua mensagem:
“Tenho sido edificado espiritualmente por intermédio desses estudos do Através da Bíblia; já o acompanhava na voz do pastor David Nunes e agora tenho o prazer de fazê-lo com o pastor Itamir Neves. Verdadeiramente, tenho tido momentos de regozijo espiritual, de aprendizagem confiável e de edificação de vida. Por isso agradeço a DEUS por Sua misericórdia e graça e oro pra que o Altíssimo sustente essa obra tão maravilhosa. Em Cristo Jesus.” Ramon Aragão - de Barreiras (BA)- email. Querido amigo, querido irmão. Obrigado por você compartilhar conosco o seu testemunho e demonstrando como Deus tem usado o nosso programa na sua edificação pessoal. Louvamos a Deus, pois só ele nos conduz à maturidade através do estudo sério e profundo da Sua Palavra. Certamente o Espírito Santo tem trabalhado em sua vida tornando-o mais semelhante a Jesus Cristo. Eu oro para que isso aconteça constantemente, em seu dia a dia. Que as pessoas que convivem com você possam ver a imagem de Cristo refletida no seu viver. Tenha certeza de que já colocamos o seu nome em nossas orações e também temos orado para que Deus dê a cada um dos nossos ouvintes essa possibilidade de mostrar a transformação que Cristo faz em nosso viver quando nos entregamos a ele. Agora quero convidá-lo exatamente para orarmos. Vamos orar, vamos orar por você, pelo programa de hoje, pedindo que Deus fale com cada um de nós e, vamos orar também por esse projeto pedindo que Deus nos dê forças para concluí-lo com êxito. “Pai querido, chegamos à tua presença no nome de Jesus Cristo. Por teu amor, graça e misericórdia te agradecemos. E, baseados na tua bondade colocamos os nossos pedidos diante do Senhor. Tu conheces a necessidade de cada um dos nossos ouvintes e, por isso, Senhor, te pedimos que o tu supras todas as suas necessidades. E, quanto a nós, pedimos que o senhor nos dê cada vez mais oportunidade de testemunharmos da transformação que Jesus faz em nossas vidas. Fale conosco hoje através da tua Palavra e conceda-nos o privilégio de levar esse projeto adiante, na tua força e dependência. Oramos, gratos, em nome de Jesus, Amém!
Querido amigo, hoje o nosso alvo é iniciarmos o estudo do capítulo três de Daniel. Vamos dividi-lo em duas porções e hoje estudaremos o trecho de Dn 3.1-18.
Neste primeiro texto encontramos uma das experiências mais marcantes da narrativa bíblica. Certamente aqueles que conhecem um pouco do conteúdo bíblico já ouviram alguma referência a essa experiência de fé e de compromisso com Deus.
Vamos viajar à planície babilônica que tinha o nome de DURA, conforme diz o texto bíblico. Essa planície ficava localizada dentro da província da Babilônia. Neste local o rei Nabucodonosor havia congregado todos os seus líderes, os governantes, os príncipes e oficiais do seu reino que era muito extenso...
Imagine o quadro: uma grande multidão de pessoas vestidas segundo os diferentes trajes de cada povo, falando muitas línguas diferentes, e todos haviam se reunido naquela planície com um único propósito: “Adorar ao ídolo que Nabucodonosor tinha mandado erigir”.
Nabucodonosor diz o texto, havia levantado uma enorme imagem de ouro de quase 30 metros de altura. Lemos no verso 1 que esta altura correspondia a 60 côvados. Um côvado corresponde a 44,4 cm. E isso vezes 60 dá 2.664cm, que divididos por 100, corresponde à 26,6 metros. Isto é: quase 30 metros de altura por 3 de largura. Você deve concordar comigo; era uma estátua muito grande, equivalente a altura de um prédio de 10 andares....
Todo os líderes que foram convocados e tinham chegado àquela planície, deveriam se curvar em adoração a esta enorme estátua de ouro, assim que a orquestra real começasse a tocar seus instrumentos. E a orientação era específica: Ou se curvassem à estátua ou morreriam queimados!!!
Mas surpreendentemente três judeus de nomes: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se recusaram a curvar-se diante do idolo do rei Nabucodonosor.
O capítulo primeiro, como vimos, nos informa que esses três homens foram trazidos presos de Jerusalém pelos caldeus e levados ao palácio. E nessa condição de exilados, longe de sua pátria, foi-lhes ensinada a língua dos caldeus e, junto com o profeta Daniel, foram nomeados líderes do governo. Eram homens de oração e de confiança, pois Daniel pedira a eles que orassem, que intercedessem por ele, para que revelasse o sonho e a interpretação do sonho que Nabucodonosor tinha tido (cf. 2.17-18).
E, naquele momento, em torno deles, homens das outras nações estavam se curvando à imagem de ouro, em obediência ao decreto do Rei. ... mas Sadraque, Mesaque e, Abede-Nego não obedeceram a determinação do rei!!!
Foi uma atitude corajosa, coerente com a decisão que tinham tomado anteriormente de não se contaminarem com os alimentos e bebidas reais (1.6-14), e, sobretudo foi uma atitude de fé, confiança e compromisso com Deus.
Mas, o que deve ficar bem claro para todos nós é que quando decidimos agir corretamente, quando decidimos honrar o nosso compromisso com Deus, quando agimos de modo diferente da maioria das pessoas, o ciúme, a inveja e a incompreensão nos atingem.
Sim! Quando tomara a decisão de não se curvarem diante daquele enorme ídolo, os líderes invejosos correram comunicar isso ao Rei. E ao ouvir essa notícia o rei se enfureceu. Seu pensamento entrou em ebulição: “Como é que membros do meu próprio governo ousavam se colocar em desobediência contra mim?” (3.14)
Querido amigo, temos que entender, temos que saber que naqueles dias não era novidade punir os rebeldes aos decretos reais, lançando-os à fornalha ardente. O profeta Jeremias também nos fala dos falsos profetas Zedequias e Acabe ... os quais o rei da Babilônia assou no fogo (Jr. 29:22).
Portanto, Nabucodonosor estava acostumado a ver corpos sendo lançados à fornalhas públicas, vendo o clarão instantâneo dos corpos em chamas e a sentir o cheiro de carne humana queimada. Certamente era uma punição extrema, não só morrer, mas morrer sofrendo. Os babilônios foram tão cruéis como os assírios com os povos que conquistavam e dominava.
Diante desse relato de desobediência o próprio Nabucodonosor, que tinha separado esses três jovens dando-lhes ocupação de grande responsabilidade no seu reino (1.19-20) foi até eles para que ouvisse dos seus lábios. E eles confirmaram mesmo. “Não vamos nos curvar diante dessa estátua, diante desse ídolo que vossa majestade mandou construir”.
Diante disso o rei, o imperador mundial, aquele a quem chamava de rei de reis, ficou com tamanha fúria, que ordenou a seus soldados que aquecessem a fornalha sete vezes mais quente que o habitual. E, a fornalha ficou tão quente, mas tão quente que o texto nos informa que os soldados que foram jogá-los na fornalha morreram pela altíssima temperatura da fornalha...
Com toda certeza estes hebreus: Sadraque, Mesaque e Abede-nego, não queriam morrer. Eram humanos como eu e você. E só um louco iria querer morrer assado pelo fogo! ...
Mas estes homens possuíam uma fé tamanha, e essa fé que fora colocada em seus corações pelo próprio Deus agora lhes dava ousadia e coragem para se manterem fiéis ao compromisso com Deus.
Eles disseram ao rei: “Ó rei nem precisamos pensar para lhe responder. Não nos curvaremos! O nosso Deus é capaz de nos livrar da fornalha. Mas, mesmo que Ele não nos livrar, nos não adoraremos esta imagem”.
Bom, o resto da história já conhecemos, mas a estudaremos no próximo programa...
Para esses versos o título que considero adequado é:
O compromisso com Deus
Dn 3.1-18
Introdução
Querido amigo quando estudamos mais profundamente essa passagem percebemos que ela nos traz uma mensagem. Esta mensagem é sobre como eu e você, todos nós, devemos trazer Deus para dentro das nossas crises!
Temos que perceber que Deus não entrou na crise daqueles homens para impressionar o aquele rei ímpio, pois ele já havia feito isto no capitulo anterior, quando Daniel interpretou o sonho de Nabucodonosor, e naquela ocasião Nabucodonosor havia declarado: Certamente o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis... (Dn 2:47). Entretanto ele tinha se esquecido disso rapidamente....
Deus não foi à fornalha para uma visita evangelística. Deus conhecia o coração do rei ímpio e sabia que milagres impressionam a mente dos incrédulos só por algum tempo!
Na verdade Deus entrou na crise daqueles homens com objetivos específicos: Para libertá-los, e para consolidar a fé deles. O Senhor da Glória se comprometeu com aqueles homens na hora da crise, .... até porque eles eram totalmente comprometido com o Senhor da Glória!
Por isso podemos dizer que, em resumo este texto afirma :
Somente experimentamos a libertação de Deus ao nos comprometermos com ele.
Nestes versos encontramos cinco expressões do compromisso com Deus.
A primeira expressão do compromisso com Deus se percebe nas circunstâncias a que somos submetidos, vs. 1-3
1. As circunstâncias podem nos fazer enfrentar grandiosos desafios, vs.1
2. As circunstâncias podem nos colocar sob as ordens dos que não temem a Deus, vs. 2
3. As circunstâncias podem nos tentar para agirmos como agem os demais, vs. 3
Nesses versos iniciais, encontramos a ordem do rei que afetaria a vida cotidiana de todos.
3:1, Freqüentemente consideramos as histórias da Bíblia como interessantes, porém não relevantes para nossa situação. Se pudermos imaginar que as personagens envolvidas foram pessoas como nós, com emoções e tentações semelhantes, somente então conseguiremos entender e perceber a sua relevância para os nossos dias. Esta é uma história tão necessária em nossa geração porque a fé desses homens foi extremamente desafiada, contudo eles tinham uma coragem inabalável. Eles tinham seus valores corretos; eles sabiam para que estavam vivendo e pelo que morreriam.
Sem esse tipo de visão não resistiremos à tentação.
O rei fez uma imagem de ouro e levantou-a na planície de Dura, que se acredita estar cerca de vinte quilômetros a sudoeste da Babilônia. Essa grande imagem mediria cerca de 2,70 x 27 metros. É incerto se a própria imagem era deste tamanho ou se estava colocada sobre um mastro dando as dimensões totais desta medida.
3:2-3, Nabucodonosor reuniu todo o povo importante de seu reino para que viessem à consagração dessa imagem. E todos deveriam comparecer, inclusive todos os judeus que já estavam no exílio. Portanto, também deveriam participar desse culto, dessa consagração Daniel e seus três amigos.
A segunda expressão do compromisso com Deus se percebe na ordem contrária às nossas convicções, vs. 4-7
1. As nossas convicções devem nos alertar para as ordens contrárias à retidão, vs. 4-5
2. As nossas convicções podem nos desafiar a ações impossíveis de praticar, vs. 6
3. As nossas convicções certamente nos farão tomar decisões definitivas, vs. 7
3:4-5, Quem resistiria a sua ordem? O próprio Nabucodonosor era um poderoso monarca e um general tremendamente bem sucedido, que nunca tinha perdido uma batalha. Ele reinou durante quarenta anos sobre a Babilônia, e sua astúcia e sagacidade são brilhantemente registradas pela história. Além disso, a importância dessa imagem foi mostrada pelo fato de ser feita de ouro (nada avarento quanto a esta honra ao seu deus). Agora ele buscava um reino unido para adorar este ídolo gigantesco, cada vez que se ouvisse o som da música.
2. A fornalha ardente, 3:6, Não somente a ordem do rei era irresistível em si, a ameaça de morte na fornalha ardente era intimidante. É, na verdade, duro argumentar com uma pessoa que pode nos por num fogo chamejante.
3. A pressão da multidão, 3:7, A pressão dos iguais é uma das maiores tentações. Se todos estão fazendo alguma coisa, poucas pessoas têm força para serem diferentes. A sociedade é um monstro. A moda é cruelmente coercitiva. Ela ordena: “Faze o que os outros fazem” (vestir, beber, falar, etc.).
E assim deve ter sido na Babilônia. Ao som da música as multidões se prostraram para adorar.
A terceira expressão do compromisso com Deus se percebe quando os adversários desejam o nosso mal, vs. 8-12
1. Os nossos adversários não perdem tempo em nos acusarem, vs. 8-10
2. Os nossos adversários forçam para que não escapemos dos seus ardis, vs. 11
3. Os nossos adversários nos acusam indevidamente diante das autoridades, vs.12
B. A fé deles é declarada, 3:8-15.
1. Certos caldeus levantaram acusação contra eles, 3.8-12.
3:8, Os caldeus mantinham uma posição proeminente na sociedade babilônia; assim, quando acusaram os judeus isso foi feito, sem dúvida, para parecer um serviço patriótico quando, na verdade, era instigado pelo ciúme e pela inveja.
3:9-12, Informaram o rei de que “certos judeus”, aos quais tinham sido dadas posições de importância no seu reino, não queriam curvar-se diante da imagem e que sua recusa em fazer isso tinha o efeito de desrespeitar o próprio rei e os seus deuses. Não nos é dito porque Daniel não foi acusado. Aparentemente, ele não estava com os outros, nesse tempo.
A quarta expressão do compromisso com Deus se percebe quando os poderosos desafiam a nossa fé, vs. 13-15
1. A nossa fé é desafiada quando enfrentamos a ira e a fúria dos poderosos, vs.13
2. A nossa fé é desafiada através das dúvidas que lançam sobre nós, vs. 14
3. A nossa fé é desafiada quando o poder de Deus é desmerecido pelos adversários, vs. 15
2. O rei se enraiveceu e não pôde acreditar, 3:13-15.
3:13-14, “É verdade?” o rei pergunta a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Pode ter sido inacreditável para o rei que alguém ousasse rejeitá-lo. Seguramente, ele pensou que estava
mal informado; ninguém ousaria discutir a palavra do rei ou desobedecer sua ordem.
3:15, O rei deu-lhes outra oportunidade para provarem sua lealdade. Além do mais, qual deus poderia livrá-los das mãos de Nabucodonosor?
A quinta expressão do compromisso com Deus se percebe quando aceitamos o desafio de confiarmos em Deus, vs. 16-18
1. O desafio de confiar em Deus é questão que só os justos compreendem, vs. 16
2. O desafio de confiar em Deus nos faz ser ousados diante dos poderosos, vs. 17
3. O desafio de confiar em Deus requer total fidelidade na adoração que lhe elevamos, vs. 18
Não precisamos responder-te, 3:16-18.
3:16, Estes judeus fiéis não precisavam de mais consideração ou discussão: Não precisamos dar-te resposta a respeito disto. Em outras palavras, Não temos que pensar mais sobre isso. Não nos curvaremos!
Muitos poderiam ter raciocinado sobre sua situação e mudado de opinião. Eles poderiam ter argumentado: 1) É inútil resistir; 2) Por que jogar fora oportunidades de subir de cargo? 3) O ídolo nada é, é apenas um símbolo de homenagem política e, isto acontecerá somente uma vez, e não por muito tempo; 4) Vocês poderiam ser mais úteis vivendo do que morrendo; 5) A morte numa fornalha ardente é pedir demais da minha fé.
3:17-18, A resposta deles declarava implicitamente sua fé no Deus Todo-Poderoso que poderia livrá-los de Nabucodonosor. E mesmo se ele não os tirasse do fogo, eles ainda se recusariam a adorar os deuses de Nabucodonosor ou a imagem de ouro.
Conclusão
Aplicações para os Dias de Hoje:
1. Dn 3.12, Como cristãos devemos estar preparados para enfrentar acusação do mundo. Movidos pela inveja e pelo ciúme o mundo nos atacará como atacou o nosso Senhor.
2. Dn 3:15-17, Deus defenderá seu povo durante os incêndios da tribulação (1 Pedro 1:7-9). Estes três hebreus estavam no meio de um conflito entre os deuses do paganismo e o verdadeiro Senhor do céu e da terra. Deus veio para salvá-los e libertá-los.
3. Dn. 3.18 Nós não adoraremos, nós não serviremos.... Devemos tomar coragem por este exemplo, sabendo que Deus vingará, hoje mesmo, seu povo que defende corajosamente sua verdade (1 Pedro 4:14-19; Lucas 9:26).
Que o Senhor te abençoe através desse exemplo.
Um abraço. Até o próximo programa.
© 2014 Através da Biblia
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