Josué 2.1-24
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia, quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. É um prazer estar junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor e especificamente o livro de Josué. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que vocês estão dedicando um tempo específico para a meditação da Palavra de Deus. Sabemos disso pelas cartas que recebemos de vocês e por isso, no início desse programa quero registrar a correspondência que recebemos da E. e do R.N. um casal de irmãos da cidade de Porto Grande, no estado do Amapá. São essas as suas palavras: “Temos acompanhado o Através da Bíblia há alguns anos, mas só agora estamos escrevendo. Gostamos de ouvir todos os programas de louvor da RTM, mas principalmente os programas de pregações como o Através da Bíblia. Fiquem na paz do Senhor”. Queridos irmãos, muito obrigado por suas palavras. Ficamos muito alegres quando recebemos essas palavras de incentivo, pois afinal o nosso propósito é sermos canais das bênçãos divinas para todos os que nos ouvem. Ficamos contentes também quando ouvimos que temos irmãs e irmãos que oram por nós, e saibam que também temos orando por vocês. Contem sempre com o nosso apoio. E, é exatamente para isso que convido a todos e a vocês dois especificamente a nos colocarmos diante do Senhor com nossos pedidos e agradecimentos. Por isso oramos assim: "Querido Deus e Pai, chegamos à tua presença reconhecendo tua soberania, teu poder, tua onisciência. Reconhecemos que tudo conheces e sabe que necessitamos da iluminação do teu Espírito para o nosso estudo de hoje. Pai misericordioso, te pedimos então que tenhamos nossas mentes abertas para ouvirmos Tua Palavra e capacitação para obedecê-la. Pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Amém"!
Querido amigo hoje damos seqüência aos estudos no livro de Josué e o nosso alvo é considerarmos o capítulo 2 nos seus 24 versos.
Quando consideramos o inicio da jornada de Israel na conquista de Canaã, devemos lembrar que Josué que já tivera a experiência de ser um espião agiu com profunda sabedoria enviando dois espiões para sondarem as nações que iriam enfrentar. Estrategicamente, Josué, era um homem de fé, mas estava agindo com prudência.
A terra já tinha sido observada há 38 anos passados, quando de Cades-Barnéia Moisés enviou doze homens para pesquisá-la (Nm 13). E nos lembramos que o relatório daquela missão causou um tremendo prejuízo a Israel, fazendo-o ficar no deserto aproximadamente 38 anos e meio. Dez espiões vieram com um relatório negativo contradizendo Josué e Calebe, os dois espiões que creram que Deus lhes poderia dar a terra que já tinha prometido aos seus antepassados. Israel creu no relatório negativo e não creu no Senhor e como conseqüência não avançou em sua jornada. Deus os castigou com a morte e, até que toda a geração incrédula morresse o Senhor permitiu que ficassem vagando pelo deserto. Daquela geração incrédula, daquele grande povo sobraram somente Josué, Calebe e Moisés, porém Moisés também já tinha morrido. Agora a situação era diferente, mas ainda assim Josué, prudentemente quis certificar-se do poderio dos seus inimigos antes de iniciar as manobras militares do seu aguerrido exército.
Alguns podem entender que essa atitude, bem como a de Moisés no passado demonstrava falta de fé na possibilidade de Deus cumprir a sua promessa. Mas, podemos ver essa questão por outro ângulo. Tratava-se de ordenar um ataque contra um inimigo poderoso e essa operação militar requeria planejamento estratégico. Temos que lembrar que Deus não é contrário aos nossos planos. Deus ao nos criar foi organizado e confirmou a cada dia que sua obra estava bem feita (Gn 1).
Então, quando consideramos esse episódio sob o ponto de vista de Josué, como novo líder do povo de Deus, podemos dar como título a este capítulo A prudência da fé. Lembrando que uma atitude não anula a outra, em resumo, podemos ter essa afirmação como síntese deste texto: Todo homem maduro deve saber que o caminho da fé inclui a prudência em seu viver diário. E essa afirmação pode ser comprovada, ao detalharmos esse mesmo texto onde encontramos sete ações que demonstram a prudência que devemos ter em nossas vidas:
1)A prudência nos faz constatar as circunstâncias, vs.1-7.
Para entendermos esses versos devemos fazer cinco considerações: 1)Josué, pois em sua organização, enviou dois espiões para conhecer melhor Jericó e os dois homens depois de procurarem um lugar estratégico para observar a terra enfim acharam esse local no alto das muralhas que cercavam a cidade, na casa de uma prostituta chamada Raabe. 2)A casa de Raabe era um lugar em que qualquer estranho poderia entrar sem despertar qualquer suspeita e onde certamente os comentários sobre o dia-a-dia dariam boas informações aos espiões. Esta casa estava construída em cima de uma das muralhas da cidade, muralhas suficientemente largas que permitiriam um automóvel moderno manobrar por cima delas. Nessas muralhas moravam os mais pobres, os que não podiam ter suas casas nas amplas avenidas da cidade. Poderíamos comparar aquelas casas às favelas das nossas grandes cidades dos dias de hoje. Era um lugar estratégico, provavelmente desguarnecido em tempos em que não havia guerra. De lá, do alto dos muros era possível observar bem a cidade. E foi no eirado da casa de Raabe que os espiões se esconderam quando os soldados vieram verificar se tinha gente estranha por ali. 3)Logo a notícia dos espiões chegou ao palácio do rei e mandando investigar o assunto perguntaram a Raabe se era verdadeira aquela notícia. 4)Raabe mentiu dizendo que não sabia de onde eram e que já tinham ido embora. Disse ainda para que fossem depressa que os alcançariam. A pergunta que surge diante dessa fato é: A Bíblia aprova as mentiras que Raabe disse para proteger os servos de Deus? É interessante que Raabe é citada em Hb 11.31 e Tg 2.25 onde a sua fé é exaltada. É... Deus, certamente não aprova a mentira, mas Ele aprova a fé. Nas trevas da sua ignorância em relação às leis de Deus ela mentiu, mas ela tinha uma pequena luz a brilhar em seu coração. Ela conhecia os religiosos do local, certamente vivendo uma vida religiosa aparente, que na prática, escondidos, se transformava em prostituição; e, ela ouvira notícias de um povo especial, cujo Deus os havia libertado do Egito e os conduzia poderosa e milagrosamente nos últimos quarenta anos pelo deserto. Raabe teve fé. Acreditou que esse Deus que libertara o seu povo da escravidão do Egito poderia libertá-la da escravidão da prostituição. 5)O parágrafo termina dando conta que os enviados do governo saíram à procura dos espiões e, nos mostra o arranjo que Raabe fez para proteger os espiões israelitas. Querido amigo é importante percebermos o processo que ocorreu com Raabe: 1)Ela ouviu sobre Deus e o que Ele fizera ao Seu povo; 2)Ele confiou nesse Deus e no Seu grande poder; e, 3)Ela agiu escondendo os espiões israelitas! Ao contrário de tantos outros que realizam “boas obras” que apenas glorificam o ser humano, Raabe praticou “atos de fé” que a colocaram em lugar de honra em duas listas do Novo Testamento: na genealogia de Jesus e na galeria dos heróis da fé!
2)A prudência nos faz confirmar o poder de Deus, vs.8-11.
Vamos ler esses versos: [8Antes que os espias se deitassem, foi ela ter com eles ao eirado 9e lhes disse: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados. 10Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. 11Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.] Vamos fazer nossas considerações: 1)Raabe foi prática, pois além de esconder os espiões ela foi conversar com eles sobre a sua visão dos acontecimentos. Em certo sentido Raabe foi mostrar aos israelitas porque tinha agido favoravelmente a eles. 2)Ela demonstrou que tinha conhecimento das notícias sobre Deus e sobre como Ele comandava o seu povo de Israel. 3)Raabe demonstrou conhecimento dos detalhes da jornada de Israel: desde a saída do Egito, passando a seco pelo Mar Vermelho, até a vitória sobre os reis dos amorreus. 4)Raabe confessou que diante daquelas notícias tão impactantes ela e toda a cidade de Jericó estavam abalados, estavam atônitos. Mas, nessas palavras podemos observar algo interessante. O milagre que Deus tinha realizado no mar Vermelho tinha ocorrido 40 anos antes desse contato de Raabe com os israelitas. E durante esses 40 anos Deus estava dando oportunidade àqueles povos de: 1)se arrependerem dos seus pecados e, 2)crerem Nele como o único Deus verdadeiro. A Bíblia diz que Deus é paciente e misericordioso. Ele sempre oferece ao homem uma oportunidade de arrependimento e fé. Mas, quase sempre o homem não entende o desejo de Deus. Quarenta anos tinham se passado e eles não se arrependeram, nem creram no Deus Yahweh. Então, mesmo sendo paciente, o pecado daqueles povos afrontava a santidade de Deus. E por serem excessivamente ímpios, idólatras e de coração obstinado, Deus resolveu castigá-los por meio do seu próprio povo, Israel. Em Gn 15.16 Deus disse a Abraão que eles seriam destruídos por causa dos seus pecados. Mais de 500 anos tinham se passaram e eles não mudaram de vida. Deus também não mudou. Ele foi e é ainda paciente e longânimo para com o pecador. Porém chega o momento em que Deus vendo a dureza do coração humano, não a tolera mais. 5)Raabe confessou, conforme o verso 11 que Deus era o único e verdadeiro Deus: [o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.] Diferente dos outros habitantes de Jericó, que também tinham ouvido as mesmas notícias, mas só se preocuparam em se proteger contra o povo de Deus, Raabe, agindo por fé, resolveu confiar em Deus, mesmo arriscando a sua vida, pois entendeu que a vida verdadeira era dada por Deus, era vivida em meio ao povo de Deus!
3)A prudência nos faz ouvir o clamor por misericórdia, vs. 12-13.
Vamos entender bem esses versos: 1)Raabe agiu com misericórdia protegendo e escondendo os espiões. 2)Diante do iminente ataque de Israel contra Jericó e diante da sua prova de que escolhera o Deus de Israel, ela pediu para os espiões se comprometerem diante de Deus que usariam de misericórdia com ela. 3)É interessante notarmos que mesmo sendo uma gentia, sem conhecimento completo de Deus, e tendo uma vida desagradável a Deus, Raabe demonstrou uma preocupação amorosa para com a sua família pedindo que toda ela fosse salva. 4)Ao pedir que ela e sua família fossem livradas da morte mais uma vez Raabe demonstrou que confiava em Deus e nas suas promessas. 5)Raabe através desse pedido demonstrou sua fé prática. Ela creu que Jericó, mesmo antes da batalha, já tinha caído diante de Deus e do exército israelita! Querido amigo, nossa fé não deve ser apenas conceitual ou somente verbal. Deus quer ver ações que comprovam a nossa fé!
4)A prudência nos faz firmar um pacto de segurança, vs.14-16.
São essas as palavras do texto: [14Então, lhe disseram os homens: A nossa vida responderá pela vossa se não denunciardes esta nossa missão; e será, pois, que, dando-nos o Senhor esta terra, usaremos contigo de misericórdia e de fidelidade. 15Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porque a casa em que residia estava sobre o muro da cidade. 16E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores; escondei-vos lá três dias, até que eles voltem; e, depois, tomareis o vosso caminho.] Entendamos esses versos através de algumas considerações: 1)Houve um pacto de segurança entre os espiões e Raabe: se ela não denunciasse a presença e a atividade deles em Jericó, eles se comprometiam agir com misericórdia e fidelidade para com ela e sua família. 2)Os espiões, através das palavras do verso 14 também demonstraram total confiança na vitória que Deus lhes daria. 3)O verso 15 diz que os espiões desceram da casa de Raabe, de cima do muro, por uma corda, porque os portões da cidade já tinham sido fechados (7). 4)Raabe ainda demonstrando total comprometimento na causa favorável a Israel indicou um monte aos espiões como o melhor local para se esconderem. 5)E num processo decidido Raabe orientou-os também em relação ao tempo seguro para que os espiões não fossem surpreendidos e apanhados. Essas atitudes, aparentemente pequenas demonstram a natureza da nossa fé. É importante lembrarmos que Paulo objetivamente disse aos tessalonicenses que ele se recordava da “operosidade da vossa fé” (1Ts 1.3). A nossa fé deve ser prática!
5)A prudência nos faz detalhar o pacto de segurança, vs.17-21.
Literalmente é esse o relato do texto: [17Disseram-lhe os homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, 18se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo teu pai, e tua mãe, e teus irmãos, e a toda a família de teu pai. 19Qualquer que sair para fora da porta da tua casa, o seu sangue lhe cairá sobre a cabeça, e nós seremos inocentes; mas o sangue de qualquer que estiver contigo em casa caia sobre a nossa cabeça, se alguém nele puser mão. 20Também, se tu denunciares esta nossa missão, seremos desobrigados do juramento que nos fizeste jurar. 21E ela disse: Segundo as vossas palavras, assim seja. Então, os despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela.] Vamos às nossas considerações: 1)O detalhamento do pacto foi importante entre os espiões israelitas e Raabe. 2)Acertaram três pontos importantes: 1)na casa de Raabe deveria ter o mesmo cordão escarlate que usaram para descer pela janela, como sinal de que aquela casa não deveria ser destruída; 2)toda a família de Raabe deveria estar dentro da casa para que não fossem mortos; e, 3)por fim, reafirmaram no v.20 o acerto do v.14 de que Raabe não os denunciaria para as autoridades. 4)Além de ser um sinal para evitar a destruição da casa e a morte dos que ali estivessem, o cordão escarlate, tem sido visto como símbolo da obra redentora de Cristo, que pelo seu sangue salva a todos indistintamente. 5)Porém, mesmo que esse cordão vermelho não seja um autêntico símbolo profético, pois não está mencionado no Novo Testamento, ele serviria como salvação para Raabe e sua família. Querido amigo, assim como o sangue passado nas ombreiras das portas das casas salvou os primogênitos israelitas, esse cordão salvou Raabe e sua família e o sangue de Jesus salva a cada um de nós que arrependidos crêem Nele como Senhor e Salvador!
6)A prudência nos faz agir com cautela, vs. 22.
Diz assim a Palavra de Deus: [22Foram-se, pois, e chegaram ao monte, e ali ficaram três dias, até que voltaram os perseguidores; porque os perseguidores os procuraram por todo o caminho, porém não os acharam.] Cinco considerações objetivas: 1)Os espiões ouviram as orientações de Raabe. 2)A prudência fez com que agissem com cautela e se esconderam no local determinado. 3)Se esconderam durante o tempo determinado. 4)Seus perseguidores insistentemente os procuraram. 5)Seus perseguidores não os acharam. Assim estava salva a sua missão. O que aprendemos aqui através deste pequeno verso é que nunca é demais ouvir o conselho dos outros. Diz assim Tiago, que já citamos neste programa, em 1.19: [Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar]. Em nossos dias queremos agir, fazer e acontecer, quando a Bíblia recomenda que primeiramente devemos ouvir, pensar, refletir, planejar, e depois, sim, agir!
7)A prudência nos faz ter fé nas poderosas ações de Deus, vs.23-24.
Acompanhe a leitura destes dois últimos versos: [23Assim, os dois homens voltaram, e desceram do monte, e passaram, e vieram a Josué, filho de Num, e lhe contaram tudo quanto lhes acontecera; 24e disseram a Josué: Certamente, o Senhor nos deu toda esta terra nas nossas mãos, e todos os seus moradores estão desmaiados diante de nós.] E, agora, finalizando o estudo deste texto fazemos as nossas últimas observações esclarecedoras: 1)Os espiões tiveram que fugir num horário adequado, para não serem vistos. 2)Mesmo que tivesse que atravessar o Jordão à nado queriam dar as boas novas. 3)Depois de todas essas experiências os espiões voltaram para o acampamento de Israel, certamente convictos de que Deus os tinha abençoado em tudo. 4)Eles voltaram animados, certos de quê a promessa de Deus (1.2-3) não falharia. 5)Ao ouvir as boas notícias de que os habitantes de Jericó estavam aterrorizados diante das notícias sobre Israel, certamente Josué e todo o povo sentiram-se encorajados e prepararam-se para a conquista de Canaã. Querido amigo, que diferença de quarenta anos atrás! Sabe por quê? Porque aqui houve fé! Houve prudência! A prudência não elimina a fé, nem a fé elimina a prudência! Que possamos agir assim, sempre com prudência e com fé, baseados no Senhor!
Muito bem, assim terminamos mais um estudo no livro de Josué. Sou grato a Deus por sua capacitação em nos fazer entender a Sua Palavra, e agradeço a você a sua sintonia. Mais uma vez insisto que ficamos no aguardo da sua correspondência, ok? Escreva compartilhando como Deus tem falado ao seu coração. Necessitamos desse retorno para cada vez mais adequarmos os nossos programas à sua edificação!
Que Deus te abençoe,
Um forte abraço.
© 2014 Através da Biblia
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