Daniel 5.1-16
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Você sabe que este programa tem por objetivo estudar a Palavra de Deus, comentando detalhadamente os seus diversos textos, no propósito de proclamar todos os desígnios de Deus para cada um de nós. Querido amigo você sabe que não existe no mundo um livro que possa se comparar à Bíblia. O Deus santo que ainda fala usou homens santos, isto é separados, para registrar a Sua mensagem a todos nós. Tudo quanto Deus tinha a nos dizer, Ele disse por meio da Bíblia, por isso é importante estudá-la. Sobre o estudo da Bíblia recebemos uma carta de Macnair, de Cachoeira Alta no estado de Goiás. Foram essas as suas palavras: “Pr. Itamir. Que Deus abençoe a toda equipe da Radio Trans Mundial. A oferta que mando para a RTM está indo, (conforme a copia do deposito que vai anexo). Pr Itamir, amanhã ao meio dia estarei ouvindo o Atraves da Biblia, agradeço muito a explicação do capitulo 6 de Mateus, fiquei satisfeito, estou aprendendo muito." Macnair Veloso Pereira - Cachoeira Alta – GO –
Macnair, obrigado por suas palavras, pelo seu apoio e pelo seu interesse no programa. Louvamos a Deus e queremos que você se sinta em unidade conosco. Esse é o nosso propósito, desejamos através desses estudos edificar muitos irmãos e amigos. Nosso desejo é que ao estudarmos a Bíblia Sagrada nossas vidas se adéqüem à vontade de Deus. Agora, convido-a para um momento sempre gratificante do nosso programa. Vamos orar! Junte-se a nós nessa oração, necessitamos da sua intercessão: "Pai celestial, abençoa-nos nesta hora de estudo e meditação da Sua Palavra. Dê a tua benção a essa irmã e a todos os que nos ouvem nesse momento. Senhor, também te pedimos que nos dê a iluminação do teu Santo Espírito. Pai querido, mesmo sem merecermos te pedimos essas bênçãos em nome de Jesus. Amém".
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos a primeira parte do capítulo cinco do livro das profecias de Daniel. Vamos estudar e refletir sobre o texto de Dn 5.1-16. Nesse texto vamos conhecer um novo personagem da narrativa de Daniel e, para o refletirmos sobre esse homem, é importante nos informarmos sobre os líderes babilônicos que comandavam o império naqueles dias.
Com base no verso 1, deste capítulo, durante muitos anos têm existido certa confusão sobre quem foi Belsazar, o personagem central de nossa reflexão. Os céticos, isto é, os que não crêem na Bíblia e, que a criticam encontraram aqui uma razão para tentar destruir a fé na veracidade do livro. Contudo, arqueólogos, mais uma vez, descobriram evidência que prova a exatidão histórica da Bíblia.
Alguns estudiosos entendem que Belsazar era de fato filho de Nabucodonosor e foi seu vice-regente enquanto o seu pai comandava o exército em situações de guerra. Assim, quando Nabucodonosor ficou insano, como vimos no capítulo 4, Belsazar comandou o império babilônico. Entretanto, tabletes de argila foram descobertos pelos arqueólogos referindo-se a Belsazar como filho de Nabonido. Isto faria de Belsazar o neto de Nabucodonosor, uma vez que Nabonido foi casado com sua filha.
Porém, tal identificação não causa problema, pois, era muito comum nos dias da Bíblia que um neto ou mesmo bisneto se referisse a um membro ilustre de sua linhagem como "pai" (5:2,11,13,18,22).
É importante sabermos que depois da morte de Nabucodonosor (562 a.C.), depois de ter reinado por mais de 45 anos, o império babilônio experimentou um rápido declínio. Seu filho, Evil-Merodaque (2 Reis 25:27) ascendeu ao trono, mas governou durante pouco tempo (562 - 560 a.C.). Neriglissar, um cunhado, assassinou Evil-Merodaque e, reinou durante quatro anos (560 - 556 a.C.) tendo ele, também sido assassinado. Labassi-Marduque tornou-se o cabeça do império babilônico durante nove meses; porém foi deposto pelo partido sacerdotal. Nabonido, um ex-sacerdote babilônio no tempo de Nabucodonosor, foi nomeado rei do império. Nabonido reinou durante dezessete anos (556 - 539 a.C.). E, durante o seu reinado, ele fez de seu filho primogênito, Belsazar, seu co-regente (de 550 a 539 aC.). Obviamente, Belsazar era o governante número dois do império e isto explica porque ele ofereceu fazer de Daniel o ... terceiro no governo ... (5:16,29). Evidentemente, Nabonido esteve longe da Babilônia neste tempo, tendo deixado Belsazar o seu filho reinar no seu lugar. Com pouca maturidade, com meia idade e com uma tendência ao orgulho e a festas que celebravam o poderio da Babilônia, Belsazar, mesmo tendo experiências do poder maravilhoso e do juízo de Deus na sua própria família, não deu atenção às mensagens divinas. Deus mostrou por algumas vezes que todo o poder que tinham tinha sido dado por Deus, pois, ele, o Altíssimo, domina sobre o reino dos homens e só ele deve ser glorificado. Contudo, Belsazar se viu envolvido numa demonstração de orgulho, soberba e arrogância, ao festejar com os utensílios do templo de Jerusalém que estavam na Babilônia, como despojo de guerra, tirados de lá quando Jerusalém e o templo foram destruídos. Esse grande banquete lhe proporcionou uma experiência marcante que analisaremos neste e no próximo programa, e, tal experiência determinou o seu fim diante do juízo de Deus.
Portanto, o título para a nossa reflexão nessa primeira parte do capítulo cinco de Daniel é:
As manifestações do juízo de Deus
Dn 5.1-16
Introdução
Querido amigo, certamente você já ouviu alguma referência a essa narrativa. Talvez você já tenha ouvido um sermão, talvez um estudo bíblico, ou talvez você ouviu essa história no tempo em que você, ainda criança, a aprendeu na Escola Bíblica Dominical. Essa narrativa é muito interessante e tem lições para nós, e ela é surpreendente, pois nos mostra uma sentença de juízo divino dada de maneira sobrenatural. A milagrosa escritura na parede do palácio real da Babilônia é o tema desse e do próximo estudo.
Muitos anos tinham se passado entre os acontecimentos do capítulo quatro, onde vimos mais uma vez Daniel interpretando um sonho de Nabucodonosor, e essa narrativa. Agora, vemos o rei Belsazar, na verdade um co-regente com seu pai Nabonido, no trono da Babilônia agindo de tal maneira a provocar um “basta!” da parte de Deus. Esse acontecimento ocorreu dando oportunidade a Dario, o rei medo, invadir e conquistar a grande Babilônia (cf. 5.31).
Como dissemos anteriormente, Belsazar não deu atenção para as manifestações do juízo de Deus ocorridas na sua própria família. Nessa ocasião, o grande exército medo-persa, comandado por Ciro, o Grande, estava sitiando a Babilônia e, mesmo sendo uma época de tensão pelo grande perigo que cercava a Babilônia, encontramos o rei Belsazar se banqueteando junto aos seus nobres, afrontado o Deus dos judeus, Yahweh, usando os utensílios a ele consagrados para embebedar-se junto as suas esposas e concubinas. Era uma grande afronta a Deus e esse ato desencadeou o juízo divino contra o rei e contra a sua nação. Quando não atentamos nas mensagens divinas de advertência e de bondade, nós corremos o grande risco de sermos alvos do juízo divino.
O fato de Belsazar estar se banqueteando, se embebedando numa festa de orgia com seus nobres, suas esposas e concubinas numa situação tão delicada como aquela, enquanto os medos e persas os cercavam, nos faz pensar nos nossos dias. A sociedade de hoje, mesmo diante das calamidades que vem acontecendo mais intensamente vive ou tenta viver despreocupadamente, dando a entender que não precisam atentar para esses sinais. As pessoas não querem pensar em Deus porque tal pensamento faz com que pensem também que um dia terão que prestar contas a ele. Agem como o avestruz que diante do perigo, enfia a sua cabeça num buraco para não enxergar a realidade, esquecendo-se de que mesmo tapando os olhos enfrentará a realidade. As pessoas não querem pensar em Deus, porque tal pensamento os faz lembrar dos seus pecados, porém festas, divertimentos e celebrações não apagam a realidade de que cada um de nós enfrentará o juízo de Deus. Assim como Belsazar enfrentou o juízo divino, eu e você também o enfrentaremos. E, assim, diante desse relato podemos extrair este princípio que nos adverte da seguinte maneira:
É dever de todos estar atentos, pois o desrespeito ao Senhor causa manifestações do seu juízo.
Neste texto encontramos cinco manifestações do juízo de Deus contra o desrespeito:
Em 1º lugar o juízo de Deus manifesta-se contra o desrespeito àquilo que lhe foi consagrado, vs. 1-4
1. O que foi consagrado a Deus tem utilização previamente destinada, vs. 1-2
2. O que foi consagrado a Deus muitas vezes é desrespeitado pelos desobedientes, vs. 3
3. O que foi consagrado a Deus só pode ser usado para louvar o próprio Deus, vs. 4
Em relação ao verso 1 como já mencionamos, depois da morte de Nabucodonosor, muitos dirigentes chegaram ao trono babilônico, mas logo o império começou a decair. Depois de reinar por 45 anos (de 607 a 562 aC.), Nabucodonosor foi sucedido por reis fracos que depois deram lugar a Nabonido, que por sua vez deixou o império nas mãos do seu filho primogênito, Belsazar. Belsazar indiferente da situação grave a sua nação estava se divertindo num jantar em honra aos seus deuses.
No verso 2, como um jovem "exibido" que se vangloriava de sua posição e poder, Belsazar deu uma enorme festa. Ele ordenou que bebessem dos vasos sagrados que Nabucodonosor tinha anteriormente trazido de Jerusalém (veja 2 Reis 24:10-14; 25:13-17; Daniel 1:2; Jeremias 28:19-22). E os versos 3-4 relatam que eles macularam estes vasos santos não somente por removê-los de seu propósito ordenado, mas porque foram profanados, quando foram usados para louvar os deuses ídolos da Babilônia.
Quando esses “mil” festejavam e Belsazar usou os cálices do templo de Jerusalém, para brindar à saúde dos seus ídolos, na verdade, estavam dizendo que Yahweh, se existisse, era um deus inferior aos ídolos babilônicos. Tal ato foi um desrespeito a único Deus, o Altíssimo que domina sobre os reinos humanos.
Em 2º lugar o juízo de Deus manifesta-se de forma impactante contra os que o desrespeitam, vs. 5-6
1. Quem desrespeita a Deus atrai contra si manifestações sobrenaturais divinas, vs. 5
2. Quem desrespeita a Deus atrai contra si perturbações no aspecto mental, vs. 6
3. Quem desrespeita a Deus atrai contra si dificuldades no aspecto físico, vs. 6
Nos versos 5-6, o texto nos diz que Belsazar ficou aterrorizado quando viu os dedos de uma mão humana escreverem sobre a parede do palácio uma mensagem que não conseguia entender nem decifrá-la. Pode-se bem imaginar porque seus joelhos bateram um contra o outro! Certamente a alegria acabou; certamente aquele torpor que a bebida causa passou rapidamente, pois algo extraordinário, algo anormal estava acontecendo diante dos seus olhos. As risadas e a alegria foram trocadas pelo silêncio e pela perplexidade. Será que reconheciam que era Deus se manifestando? O temor tom ou conta de todos. Deus estava mudando aquela festa idolatra num momento de reflexão. O impacto foi marcante.
Em 3º lugar o juízo de Deus manifesta-se de forma indecifrável contra aqueles que não o temem, vs. 7-9
1. Aqueles que não temem a Deus, mesmo estimulados com riquezas são limitados, vs. 7
2. Aqueles que não temem a Deus, mesmo estimulados com riquezas são incapazes, vs. 8
3. Aqueles que não temem a Deus provocam medo e insegurança por sua ineficácia, vs. 9
Nesses versos vemos o rei em pânico. Diante daquele terrível quadro, Belsazar mandou chamar os sábios de seu reino para interpretarem a escrita.
Desesperado para saber o significado, ele ofereceu grandes prêmios incluindo ser o terceiro governante do reino, pois ele mesmo era o segundo no reino, co-regente de seu pai Nabonido. Contudo, mesmo com a oferta de grandes riquezas ninguém podia dar a interpretação. Estavam todos pasmados. Somente o servo de Deus tem acesso aos segredos divinos. Como vai você nesse aspecto? Tem entendido, tem discernido os caminhos de Deus para a sua vida?
Em 4º lugar o juízo de Deus manifesta-se de forma a destacar a capacidade daquele que o teme, vs. 10-12
1. A capacidade do servo de Deus é testemunhada pelos incrédulos, vs. 10
2. A capacidade do servo de Deus é confirmada por sua intimidade com Deus, vs. 11
3. A capacidade do servo de Deus é baseada na sua relação com o próprio Deus, vs. 12
No verso 10, a rainha aqui mencionada certamente não era uma das esposas de Belsazar, que estavam no salão do banquete (v. 2). Talvez esta rainha fosse sua própria mãe, a filha de Nabucodonosor.
Nos versos 11-12, quando ela descreveu Daniel, mostrou que estava bem informada sobre ele e sua relação com Nabucodonosor (veja 2:46-49; 4:9), mas sobretudo, mostrou também qual o conceito que tinha sobre Daniel. Ele era reconhecidamente um homem de Deus, e, por isso ele poderia acalmar o coração turbado de Belsazar dando-lhe a interpretação da mensagem escrita na parede. O que será que as pessoas dizem de nós? Será que temos testemunhado da nossa intimidade com Deus a ponto de que aqueles que nos cercam perceberem essa intimidade? As pessoas que convivem com você sabem da sua fé?
Em 5º lugar o juízo de Deus manifesta-se dando oportunidade de quem o teme ser reconhecido, vs. 13-16
1. O que teme a Deus é reconhecido por ser capacitado de modo especial, vs. 13-14
2. O que teme a Deus é reconhecido por decifrar os segredos ocultos aos homens, vs. 15
3. O que teme a Deus é reconhecido por solucionar questões humanamente insolúveis , vs. 16
Nos versos finais desse parágrafo, quando Daniel foi trazido perante o rei, o mesmo oferecimento de recompensa lhe foi feito, mas o que é mais marcante é que as mesmas palavras de testemunho sobre a sua pessoa, o seu caráter e a sua relação com Deus foram novamente destacadas. Belsazar, reconhecendo que Deus habitava em Daniel alistou essas características: 1) O espírito dos deuses; 2) A luz; 3) A inteligência; 4) A excelente sabedoria; e, 5) A capacidade de interpretar e solucionar casos difíceis habitavam em Daniel.
Conclusão
Vamos considerar três aplicações para que este texto se torne relevante aos nossos dias:
1) Em 5.4 lemos que durante a festa elevaram louvores aos seus ídolos e, não ao verdadeiro Deus. Em Gênesis 4:7, o Senhor falou para Caim que se ele fizesse coisas agradáveis, Ele aceitaria a sua oferta, mas as suas obras eram más (havia maldade em seu coração), ou seja, praticava coisas que não agradavam ao Senhor e, por isso Deus não o aceitava. A questão em si não é a oferta, mas sim o que procedia de dentro do seu coração.
Como é que está o nosso coração perante o Senhor? Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida (Provérbios 4:23).
Ao adorar outros deuses e desrespeitar aquilo que fora consagrado a Deus Belsazar atraiu sobre si o juízo de Deus. Você tem adorado a Deus de forma correta e justa, com sinceridade em seu coração?
2) Em 5.6 lemos que o semblante do rei mudou quando a mão escreveu na parede. Certamente, naqueles minutos em que estava vendo a frase ser escrita na parede, naquela fração de tempo ele se lembrou de Nabucodonosor que virou um animal até que confessasse a Deus como o Altíssimo; certamente ele se lembrou do quarto homem na fornalha de fogo e; certamente ele se viu como alguém orgulhoso, soberbo e cheio de si.
A Bíblia nos mostra que não podemos esconder nada diante dos olhos do Senhor e que nada fica oculto que não venha a ser revelado. Belsazar poderia impressionar os grandes do reino, mas diante de Deus ele estava desnudado. Por que? “Porque nada há encoberto que haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Marcos 4:22). E, ainda mais: “E não há criatura alguma encoberto diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4:13) Podemos enganar facilmente as pessoas que estão ao nosso redor com a nossa aparência ou então fingindo ser o que na verdade não somos, mas ao Altíssimo não conseguimos enganar. Como esta a sua vida diante de Deus?
3) Em 5.16 as características mencionadas e reconhecidas por Belsazar como componentes da vida de Daniel devem nos fazer refletir sobre o que as pessoas que convivem conosco dizem sobre nossa vida.
Querido amigo, que o Senhor te abençoe no seu testemunho pessoal.
Um abraço. Até o próximo programa.
© 2014 Através da Biblia
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