quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Daniel 4.1-18 (Através da Bíblia)

Daniel 4.1-18
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com grande prazer e satisfação que mais uma vez entro em contato com você com o objetivo de dedicar esse tempo para juntos estudarmos a Palavra de Deus. Desejo que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida em todas as áreas. Você que tem acompanhado este programa sabe que logo no início desse nosso encontro registro as correspondências que vocês nos enviam. Hoje registro o e-mail que o evangelista Vilmar nos enviou, lá da cidade de Erechim, no estado do Rio Grande do Sul. Essas foram as suas palavras: “Com alegria que escrevo este email, dizendo que já ouvia esta rádio abençoada de 1993 a 96, por 49m, de que tenho saudade dos programas do Pr. Davi Nunes e outros. Hoje, Deus me trouxe para o ministério na igreja Presbiteriana de Erechim, onde atuo como missionário evangelista. Hoje ouço e acompanho principalmente os programas: Conversando com Luis Sayão e o Através da Bíblia via internet, os quais tenho anotado todos os pontos importantes como os do livro de 1 Timóteo, o qual vejo como um curso de ótima qualidade, sem custo e no meu gabinete.Gostaria que o Pr. Itamir me detalhasse mais sobre os personagens Himeneu e Alexandre, quais foram as suas faltas, porque no texto bíblico não fala. Fraternalmente em Cristo.” Miss. Vilmar Mânica – Erechim – RS – email
Querido amigo, querido irmão somos gratos por suas palavras. Agradecemos a sua audiência e louvamos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. Infelizmente nem todos os que se dedicam ao ministério do Senhor amam estudar a sua Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares, irmãos e amigos nos mais diversos contextos onde o teu ministério te levar. Em relação a sua pergunta, como lhe respondi no e-mail, além das várias posições dos estudiosos, considerando o princípio bíblico da disciplina cristã, creio que atitudes como a que vimos exemplificada nesses casos mencionados por Paulo: pregação herética e causar muitos males à comunidade cristã acontecem quando as pessoas decidem "rejeitar a boa consciência" e "naufragar na fé". Nesses casos somente a oração e o discernimento nos darão a segurança de agirmos como o Senhor Jesus agiria. Agora, preparando-nos para mais um estudo e reflexão no livro do profeta Daniel, convido-o e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através desta palavra de oração: "Pai querido, obrigado pela tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar tua graça para esta ocasião. Pai te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Pedimos a tua bênção para o Vilmar, teu servo evangelista e por todos aqueles que o senhor mesmo tem chamado para realizar tua obra. Sustenta-os e conduza os seus passos. Pedimos também que o Senhor nos abençoe no desenvolvimento desse projeto de estudarmos toda a tua palavra e publicarmos os comentários feitos a partir desses programas. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje o nosso alvo é estudarmos a primeira parte do capítulo 4 de Daniel. Vamos estudar o trecho de Dn 4.1-18, onde encontramos o relato de mais uma história emocionante onde mais uma vez constatamos o poder imensurável de Deus, revelado e demonstrado através da vida desse servo fiel e comprometido, o profeta Daniel.
Mas, é interessante percebermos detalhes dessa narrativa que tem um início que para muitos estudiosos é irreal. Irreal, afirmam esses, pois não crêem na possibilidade de Nabucodonosor, o grande imperador babilônico, ter pronunciado as palavras que vemos nos versos 1 a 3 onde ele louva e exalta do Deus de Daniel, Yahweh.
A pergunta que fazem é: como um rei pagão e ímpio poderia expressar esse louvor profundo direcionado ao Deus do céu, Criador e sustentador do Universo? A respostas a essa questão importante pode ser dada nos capítulos anteriores, pois em cada um deles temos uma manifestação especial de Deus, demonstrando o seu poder e a sua glória capacitando os seus servos a se manterem firmes e se humilharem diante de Deus.
No capítulo um, mesmo sob a ordem de se alimentar os jovens cativos com as iguarias e os vinhos do rei, Daniel e seus três amigos alimentaram-se de maneira totalmente diferente e Deus os fortaleceu de tal maneira que foram destacados entre os demais sábios.
No capítulo dois, depois de empenhar todos os argumentos e ameaças de morte para todos os sábios e conselheiros que o serviam, Nabucodonosor, por fim ficou admiradíssimo com a capacidade que Deus deu a Daniel para que pudesse não só dar a interpretação do sonho real, mas até de desvendar o que Nabucodonosor tinha sonhado.
No capítulo três, os três amigos de Daniel tiveram um grande prova da soberania e do poder divino sobre o poder terreno. E Nabucodonosor ficou espantado quando viu um quarto homem na fornalha conversando com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, fazendo com que também naquele episódio também esse rei ímpio elevasse louvores a Deus.
E agora, neste capítulo quatro Nabucodonosor será novamente impactato pela interpretação do seu sonho através do servo de Deus, o profeta Daniel. Ao final do nosso estudo, nesses dois programas em que refletiremos sobre esse capítulo quatro, verificaremos que diante da arrogância humana, vista nos imperadores que se acharam os mais poderosos dos homens, Yahweh se mostra como o grande e poderoso que controla plena e totalmente a história humana. Diante do orgulho e arrogância humana Deus mostra que toda a vitória ou todo o sucesso obtido pelo homem é passageiro, porque na verdade, a vitória real é dele que é o vencedor por toda a eternidade.
Na verdade, o que vamos constatar nesse estudo é que Deus humilha os orgulhosos que se abatem, que tem medo, que tem pavor de tudo que desestabiliza a sua posição, pois só ele que é eternamente poderoso pode tranqüilizar, pode sossegar, pode dar paz ao coração intranqüilo daquele que se apóia nas circunstâncias. Nesse texto vamos aprender que Deus mostra, através de mais um sonho dado a Nabucodonosor que é ele quem domina o reino dos homens. Todo o poder é de Deus, toda a paz é ele quem concede, estando nele, não precisamos temer, estando nele não há mistérios ou segredos, mas há revelação, iluminação e direção segura para caminharmos.
Deus tinha mostrado de diversas maneiras para o rei que o orgulho adquirido por ser o imperador mundial deveria ser deixado de lado e a glória deveria ser dada a Deus. Por não ouvir e discernir as claras revelações de Deus, Nabucodonosor foi advertido através desse sonho. Ficou perturbado, ficou temeroso e, assim aprendeu também que só Deus pode tranqüilizar o nosso coração. O título para esses versos é:
A paz que só Deus proporciona
Dn 4.1-18
Introdução
A soberania de Deus é universal. Ela se estende sobre toda a sua criação; animada e inanimada — e da mais alta forma de criatura vivente até a mais baixa. No reino das criaturas vivas, Deus exerce o seu poder sobre anjos, sobre a humanidade e sobre os animais. Nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça, ou nenhum pardal cai sem ser da vontade ou sem a permissão do nosso Pai que está no céu. Foi o Senhor Jesus quem disse: Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais. (Mt 10:29-31 com Lucas 21:18) Se Deus tem esse controle total sobre a nossa vida e as nossas circunstâncias, certamente só ele pode nos conceder a paz quando estamos passando por aflições e tribulações.
Pelo seu pecado de orgulho e soberba Nabucodonosor estava sendo repreendido, através de diversas manifestações de Deus. Temeu, ficou apavorado, perdeu a tranqüilidade e ficou apreensivo. Além de reconhecer a soberania e o completo controle de Deus na história, o grande imperador tinha que reconhecer também que só o amor a Deus lança fora o temor (1Jo 4.18), pois só em Deus podemos usufruir a paz que excede a todo entendimento (Fl 4.6-7). Assim como Nabucodonosor teve que aprender essa verdade, também nós devemos praticá-la, pois é esse o princípio que este texto nos apresenta:
Todo ser humano, mesmo os poderosos, tem que admitir que só Deus pode proporcionar paz ao coração perturbado.
Nestes versos encontramos cinco demonstrações de que somente Deus pode proporcionar paz ao coração perturbado.
A 1ª demonstração de que só Deus dá paz ao coração perturbado se vê no louvor que o ímpio eleva a Deus, vs. 1-3
1. O louvor elevado a Deus deve ser proclamado por todas as nações, vs. 1
2. O louvor elevado a Deus deve ser divulgado a partir do testemunho pessoal, vs. 2
3. O louvor elevado a Deus exalta o poder, a grandiosidade e a eternidade de Deus, vs. 3
Neste versos percebemos que a grandeza de Deus foi reconhecida por Nabucodonosor. Estes três primeiros versos estão na forma de uma proclamação do rei para todo o mundo. A lição que Nabucodonosor aprendia de suas experiências passadas é resumida agora, e, assim a sua arrogância ia sendo quebrantada. O grande imperador ainda esta cheio de orgulho e precisava ser humilhado, e, isso aconteceria através dessa experiência.
Mas, tendo já tido claras revelações do poder divino, Nabucodonosor falou, testemunhou da grandeza de Deus e da sua capacidade de fazer com que os homens orgulhosos se humilhassem (Jeremias 27:4-6). E, pelo menos através das palavras ele também reconheceu a permanência do reino de Deus (Salmo 145:13).
Quando nós cristãos não reconhecemos e não declaramos essas verdades, até os ímpios o fazem e declaram que só Deus deve ser engrandecido.
A 2ª demonstração de que só Deus dá paz ao coração perturbado se vê na procura inútil que o ímpio empreende, vs. 4-7
1. O coração do ímpio se vê perturbado por sentimentos de intranqüilidade, vs. 4-5
2. O coração do ímpio usa todos os recursos disponíveis para tentar obter a paz, vs. 6
3. O coração do ímpio constata que a sabedoria humana não alivia sua perturbação, vs. 7
4:4-7, Este sonho difere daquele do capítulo 2 e a forma pela qual o imperador ordena que dêem a ele a interpretação é totalmente diferente. Lá ele tinha pedido que revelassem o seu sonho e lhe dessem a interpretação, algo que era impossível ao homem comum. Só através da ação reveladora de Deus ele teve a revelação e a interpretação. Aqui o seu procedimento foi diferente porque Nabucodonosor contou o seu sonho aos sábios, mas nem assim eles foram capazes de dar a interpretação.
O homem sem Deus não consegue penetrar nos segredos divinos. Eles são reservados àqueles que tem íntimo relacionamento com Deus.
A 3ª demonstração de que só Deus dá paz ao coração perturbado se vê no encontro com quem pode trazer a paz, vs. 8-9
1. A verdadeira paz se encontra através daqueles que tem o Espírito de Deus, vs. 8a
2. A verdadeira paz se encontra através daqueles que inspiram confiança, vs. 8b
3. A verdadeira paz se encontra somente ao se reconhecer o poder revelador de Deus, vs. 9
Nesses versos encontramos Nabucodonosor tomando uma posição bem interessante. Depois das experiências passadas ele sabia a quem procurar para tirar a sua intranqüilidade. Depois que ele se viu frustrado pela incapacidade dos sábios pagãos, ele recorreu a Daniel em quem reconhecia a habitação do Espírito Santo, embora não soubesse detalhes, mas em suas palavras que em Daniel estava o “espírito dos deuses santos” (vs.8-9).
Aqui vemos que Nabucodonosor não tinha sido completamente curado do politeísmo, não entendia as verdades sobre Deus, mas parece-nos que ele reconheceu o Deus de Daniel, reconheceu Yahweh como o Deus maior. Depois que seus próprios sábios fracassaram na interpretação, ele chamou por Daniel.
Só o homem de Deus pode atender eficientemente o coração perturbado. Será que as pessoas que convivem com você poderiam falar o que Nabucodonosor falou a respeito de Daniel?
A 4ª demonstração de que só Deus dá paz ao coração perturbado se vê no relato daquilo que causa temor, vs. 10-17
1. O que causa temor é a certeza da brevidade do poder humano, vs. 10-15
2. O que causa temor é a certeza da específica disciplina divina, vs. 16
3. O que causa temor é a certeza que o juízo divino abate o homem e exalta a Deus, vs. 17
Nos versos 10-12, o rei contou que sonhou com uma árvore forte e grande que estava num lugar proeminente e cujos galhos atingiam os confins da terra. Era agradável de se olhar, seu fruto era bom de se comer, e sua sombra dava proteção aos animais do campo e às aves do céu. O simbolismo da árvore era bem apropriado, pois geralmente elas eram símbolo de grande força, de fornecer sombra, de proporcionar alimento, de ser bela e fornecer matéria prima para determinadas construções.
Nos versos 13-14, Nabucodonosor continuou relatando o seu sonho e, disse que viu também um "vigilante", isto é, um anjo, "um santo que descia do céu". Ele ordenava que a árvore fosse abatida, os galhos e as folhas cortados, e seu fruto espalhado. Ele ordenava também que os animais e as aves que buscavam alimento e descanso nela fossem enxotados do seu redor.
Nos versos 15-16 a ordem era para que o tronco fosse deixado, amarrado com uma faixa de ferro e bronze. É interessante que a partir do verso 15 o próprio anjo foi dando a interpretação do sonho e o rei foi relatando tudo a Daniel. A árvore representava uma pessoa que teria seu coração de homem trocado por um de um animal até que sete períodos de tempo passassem. A extensão dos "tempos" não pode ser determinada, pode se referir a semanas, meses ou anos, ou mesmo estações dentro do ano. O ensinamento mais claro é que se refere a um tempo completo, um período de tempo plenamente determinado, conhecido por Deus e intencionalmente iniciado e terminado por Deus (veja 4:25,32; 5:21).
E, no verso 17, o próprio Nabucodonosor revela que a ordem desses seres celestes tinha um propósito a ser alcançado, isto é, mostrar que "o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer ... " (cf. 2:21; 4: 25, 32; 5:21; Jeremias 27:4-8).
Essa é a grande verdade que aprendemos: O nosso Deus é soberano e tem o controle supremo do mundo e dos seus habitantes em suas mãos. Você reconhece Deus assim?
A 5ª demonstração de que só Deus dá paz ao coração perturbado se vê quando o ímpio reconhece aquele que tem comunhão com Deus, vs. 18
1. O ímpio reconhece o justo, pois os sábios humanos para nada valem, vs. 18a
2. O ímpio reconhece o justo, pois há um passado que testemunha em seu favor, vs. 18b
3. O ímpio reconhece o justo, pois percebe nele a ação do Espírito de Deus, vs.18c
No final da conversa com Daniel, Nabucodonosor teve que admitir que só Daniel poderia ajudá-lo na interpretação do sonho, pois os seus sábios não tinham a mínima condição de revelar-lhe a interpretação. Só alguém com intimidade com Deus, só alguém habitado pelo Espírito de Deus poderia revelar os segredos divinos.
Conclusão
Como podemos aplicar esse texto às nossas vidas? É possível fazê-lo? Creio que sim, mas para isso é importante lembrar que todo ser humano, mesmo os poderosos, tem que admitir que só Deus pode proporcionar paz ao coração perturbado. São três as aplicações:
1. No verso 3 o rei Nabucodonosor exalta a Deus. Ele admite que a soberania de Deus é absoluta. Sua autoridade é perfeita em sua administração; ela é exercida a partir da sua infinita sabedoria, e é suprema na extensão de seu poder, glória e domínio. Sendo assim, podemos descansar e nos entregarmos aos seus cuidados. Você tem experimentado o cuidado de Deus sobre a sua vida? Você tem experimentado a sua paz? Você tem louvado e exaltado a Deus dessa maneira?
2. Nos versos 13-17 a lição da humildade é enfatizada e é demonstrada como fundamental. Você tem se humilhado sob a poderosa mão de Deus, esperando pacientemente a exaltação que só ele nos dá? Lembre-se de 1Pd 5.6 e também das palavras de Tiago: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10).
3. Tanto no verso 9 como no verso 18 Nabucodonosor testemunhou a respeito de Daniel. Ele reconhecia que Daniel era alguém diferente; era alguém habitado pelo Espírito de Deus. De novo eu pergunto: é dessa maneira que as pessoas que convivem com você te descrevem?
Que o Senhor te abençoe nessas avaliações e aplicações.
Um abraço, até o próximo programa.
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© 2014 Através da Biblia

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