Josué 5.1-15
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Conscientes do privilégio e da responsabilidade de abrirmos a Palavra de Deus para extrair dela os princípios para nossa vida cristã nos colocamos diante de Deus atentos às lições que nos farão crescer à estatura da plenitude de Cristo. Afinal esse deve ser o alvo de todos cristãos, mesmo que para isso tenhamos que mudar os nossos conceitos mediante o estudo da Palavra. Mas, se ficamos mais semelhantes a Cristo, temos que ter essa disposição. Tendo também esse desejo e querendo se aprofundar ainda mais no conhecimento da vontade de Deus recebemos um e-mail da N. do estado do Paraná. Essa irmã nos diz o seguinte: "Gostaria de registrar que este programa é uma bênção e agradeço a Deus. Estou tentando acompanhar todos os dias e fazer anotações, mas não consigo. Como gostaria, espero que não demore para estes estudos saírem em CD e ou por escrito para podermos sempre consultá-los. Deus abençoe a todos". Querida irmã obrigado por suas palavras tão amorosas. Damos graças a Deus quando sabemos que ainda existem muitos cristãos sérios que se dedicam ao estudo sistemático da Bíblia Sagrada. Nossa oração é que Deus continue te abençoando e que você seja sempre usada pelo Senhor para a Sua glória. Já está a disposição dos interessados primeiros os comentários que se originaram do nosso programa. É só escrever ou ligar que você terá as informações necessárias para saber como adquiri-los. Estamos orando para que também através dos livros muitos possam ser abençoados. Por isso, quero convidá-la a nesse momento buscarmos a presença do Senhor em oração: "Senhor Deus, somos gratos por teu amor e porque através do estudo e prática da Tua Palavra estamos prosseguindo para o alvo de nos assemelharmos cada vez mais com o Teu filho Jesus. Pai pedimos a iluminação do teu Espírito para podermos entender o Teu querer para aplicarmos em nossas vidas. Senhor, oramos, em nome de Jesus, Amém.
Querido amigo, hoje vamos estudar os quinze versos do capítulo cinco do livro de Josué.
Neste texto, conforme o nosso esboço estamos terminando a primeira parte do livro que nos apresentou A entrada em Canaã. E, como dissemos que a passagem pelo rio Jordão simbolizava nossa vitória contra o mundo, o diabo e a carne, podemos dizer que embora derrotados, esses inimigos ainda se opõe a nós e devem ser vencidos constantemente. Constatamos que esses inimigos externos e o inimigo interno ainda estão presentes. Mas, pela graça de Deus todos eles já foram derrotados, pela vitória de Cristo na cruz! Diante de Deus, posicionalmente todos esses inimigos, o mundo, o diabo e a nossa velha natureza estão mortos. Mas, a advertência de Paulo a todos é que também nós os consideremos mortos. Devemos considerá-los sem poder de prejudicar o desenvolvimento da nossa vida cristã (Rm 6.11). A circuncisão a que os israelitas se submeteram simbolizou a separação que deve haver em nossa vida, das coisas passadas (2Co 5.17). Quando tomamos consciência da nossa nova posição, de quê estamos assentados nos “lugares celestiais” (Ef 2.6) descobrimos outras verdades maravilhosas: 1)a páscoa celebrada por Israel nas campinas de Jericó (v.10), em antecipação da vitória contra as nações cananéias, para nós é a vitória contra esses inimigos; 2)o alimento da terra que para Israel substituiu o maná (v.12), é a figura de Jesus, o nosso verdadeiro pão do céu; e 3)a presença de um anjo que para Israel fora prometido em Êx 23.23, simboliza a presença e a intercessão de Jesus e do Espírito Santo na condução de nossas vidas, capacitando-nos nas batalhas espirituais que temos que enfrentar. Ora, diante desses significados que mostram a aplicabilidade da Palavra de Deus à todas as épocas vamos estudar detalhadamente o texto do capítulo cinco de Josué.
Para este capítulo, cujo conteúdo é significativo sugiro o título: A marca da fé! E o princípio que se origina desses versos, resumindo-os pode ser demonstrado através da seguinte frase: Somente o verdadeiro crente tem em si a marca da fé. Se para os israelitas essa marca era a circuncisão, para os cristãos, essa marca que nos mostra como propriedade divina é percebida através da presença do Espírito Santo que nos sela e testifica que somos filhos de Deus. Por isso, ao detalharmos esses versos encontramos sete aspectos relativos à marca da fé:
Em 1º lugar a marca da fé provoca o pavor das nações pagãs, v.1 Vamos ler estes versos: [1.Sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus que habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos cananeus que estavam ao pé do mar que o Senhor tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel.] Façamos três considerações: 1)É importante notarmos os efeitos causados nos corações dos reis das nações que habitavam aquela terra: corações desmaiados e falta de alento. 2)Não se diz que houve conversão ou arrependimento verdadeiro, como houve em Níneve, quando Jonas finalmente obedeceu a Deus e pregou a destruição daquela cidade corrupta no prazo de quarenta dias. Jonas nos conta que o povo daquela cidade ao ouvir aquela mensagem se arrependeu com oração, jejum, e profunda humilhação, pois todos se colocaram no pó, na cinza, vestidos de saco, sinalizando um profundo arrependimento. E, diante disso a cidade foi poupada, porque Deus poupa e salva o coração quebrantado e contrito. Em Nínive houve arrependimento, a violência foi confessada e certamente abandonada. Em fim, a cidade foi salva. 3)Em contraste, entre estes reis cananeus, houve medo e pavor, mas não arrependimento, nem humilhação, nem jejum e nem oração. Esses reis e suas nações ficaram prostrados, sem alento, sem forças e sem coragem. Portanto haveria destruição.
Querido amigo também em nossos dias existem pessoas que têm um certo temor de Deus, mas que na verdade é apenas medo. Outros têm remorso diante de algum pecado ou injustiça cometida. Mas, o remorso não salva ninguém. Arrependimento é convicção de pecado, é tristeza, é contrição por causa do pecado e o abandono da prática desse pecado. É assim que reage o homem de Deus diante de qualquer ameça. Os que não confiam em Deus reagem com temor, medo e, sem saber o que fazer, ficam desalentados. Os que confiam em Deus buscam Nele a solução de suas dificuldades!
Em 2º lugar, a marca da fé era uma pratica exigida por Deus, v.2-3. Vamos ler estes versos: [2Naquele tempo, disse o Senhor a Josué: Faze facas de pederneira e passa, de novo, a circuncidar os filhos de Israel. 3Então, Josué fez para si facas de pederneira e circuncidou os filhos de Israel em Gibeate-Haralote.] Vamos entender claramente essa ordem: 1) A circuncisão foi ordenada por Deus a Abraão e a todos os seus descendentes. A circuncisão marcava todo homem israelita como filho de Abraão (Gn 17.9-14) e era a primeira marca do judeu. A circuncisão era um sinal de que aquele homem pertencia ao povo de Deus, era consagrado ao Senhor e era um pré-requisito para se participar da Páscoa (Êx 12.48). 2)Embora haja menção dessa pratica, em Êx 12.44-51, é interessante notar que não temos informações muito claras a respeito da primeira circuncisão dos israelitas quando saíram do Egito. Por alguma razão que não conhecemos ou porque nunca tinham encarado seriamente as coisas de Deus, os israelitas pararam com essa prática durante o periodo do deserto. 3)A utilização das facas de pederneira era mais propícia para a operação da circuncisão, embora já se utilizasse facas de metal. Desejando obedecer a Deus e viver uma vida nova, para os israelitas aquele ato cerimonial era muito significativo.
Querido amigo, para o cristão o significado é outro. Paulo disse em Gl 6.15: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura”. O ser uma nova criatura em Cristo, o ser salvo pela fé no sangue de Cristo é que tem valor para nós.
Em 3º lugar a marca da fé era um princípio já estabelecido anteriormente, v.4-6. O texto literalmente nos diz assim: [4Foi esta a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os homens, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho. 5Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nem um deles que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. 6Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a gente dos homens de guerra que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do Senhor, aos quais o Senhor tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a seus pais, terra que mana leite e mel.] Algumas considerações são necessárias: 1)Esse princípio estabelecido anteriormente, desde a época de Abraão era uma marca singular identificando os israelitas como pertencentes a Deus, eram povo de Deus. 2)Esse princípio já estabelecido anteriormente deveria ser novamente praticado, pois a geração que não creu no poder de Deus, os que na época tinham mais do que vinte anos de idade, já tinha morrido e agora uma nova etapa estava prestes a ser iniciada. 3)O povo que atravessou o Jordão agora era constituído daqueles que por ocasião da rebelião, tinha menos que vinte anos idade. Era a nova geração. Era a segunda geração. Só Josué e Calebe formavam uma exceção daqueles que tinham na época mais de 20 anos. Querido amigo necessitamos sempre levar muito à sério a vontade de Deus. Quando fazemos a sua vontade podemos estar certos das Suas bênçãos, quando porém não agimos por fé e duvidamos das suas promessas podemos estar certos de que Ele nos disciplinará.
Em 4º lugar a marca da fé demonstraria a purificação dos israelitas, v.7-9
[7Porém em seu lugar pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho. 8Tendo sido circuncidada toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. 9Disse mais o Senhor a Josué: Hoje, removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal até o dia de hoje.] Essa passagem é muito significativa: 1)Toda a segunda geração, os israelitas que tinham menos de vinte anos quando do episódio em Cades Barnéia (Nm 13-14) não tinha sido circuncidada e não tinham celebrado a páscoa, portanto foram circuncidados nessa ocasião e logo celebrariam a páscoa. 2)Não se diz quanto tempo demoraram até que ficassem restabelecidos da operação, mas certamente essa foi uma medida inteligente, pois deveriam estar plenamente preparados para as lutas que aconteceriam. 3)As palavras do verso 9, certamente, foram ouvidas com alegria e alivio por parte dos israelitas. Eles não estavam mais sob a disciplina do Senhor. Estavam livres para tomarem posse da terra. Enquanto não entrassem em Canaã estariam sob o opróbrio do Egito, isto é, estariam sob as zombarias dos egípcios. Enquanto não entrassem em Canaã a fuga do Egito estaria incompleta. Se eles fracassem no deserto, se não conseguissem tomar posse de Canaã, eles ficariam sob a zombaria de todos e o nome de Deus seria por todos menosprezado! Mas, Deus estava retirando essa vergonha dos seus ombros. Estavam livres, libertos, para assumirem a nova terra. Porém, ainda faltava um detalhe significativo.
Em 5º lugar a marca da fé foi cerimonialmente, celebrada na páscoa, v.10-11. Vamos ler esses versos: [10Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. 11Comeram do fruto da terra, no dia seguinte à Páscoa; pães asmos e cereais tostados comeram nesse mesmo dia.] Algumas observações são necessárias: 1)Gilgal significava “círculo” ou “roda” e foi nesse local que o memorial com as doze pedras tiradas do Jordão foi erguido. Gilgal tornou-se “base de operações para o exército hebreu. Os israelitas saíram de Gilgal para tomar as fortalezas de Jericó e de Aí. Os gibeonitas foram a Gilgal para efetuar uma aliança (9.6) e daí Josué marchou para enfrentar uma coligação do norte (10.43-11.7). Enquanto os exércitos combatiam, suas famílias viviam ali” (Hoff, 1996, p.36). 2)A celebração da páscoa era uma oportunidade de se ter comunhão com Deus. Era uma celebração muito importante, pois comemorava a redenção de Israel do jugo do Egito. O povo agora encontrava-se livre, festejando do outro lado do Jordão no solo da terra prometida. A páscoa não somente falava de um acontecimento já passado, mas apontava também para o futuro. A páscoa apontava para a verdadeira libertação que aconteceria séculos depois através da pessoa de Cristo e sua morte na cruz. Como o apóstol Paulo disse, Cristo é o nosso cordeiro pascoal (1Co 5.7). 3) A páscoa tinha sido celebrada somente uma vez, quando da saída do Egito, no Sinai. Antes da páscoa seguinte, diante do relatório dos dez espias, Israel tinha se rebelado, não acreditando que Deus poderia lhes dar a terra prometida. Essa era uma comemoração tremendamente significativa. Mas, ao mesmo tempo para essa segunda geração, que ainda não tinha celebrado a páscoa provavelmente a cerimônia não seria tão marcante. Porém, mesmo que houvesse essa falha no sentimento do povo era uma vitória, pois definitivamente os israelitas estavam concretizando a entrada na terra prometida. E conforme o verso 11 o povo experimentou também das riquezas da terra que fora prometida aos seus antepassados. A festa da páscoa demorava sete dias e nesses dias foram comidos os pães sem fermento e grãos de trigo tostados, pois a invasão se dava na ocasião da colheita.
Querido amigo, para nós a lembrança da páscoa é significativa, pois a partir dela Jesus estabeleceu a Ceia Memorial, que nos lembra da libertação e da salvação que so Ele dá.
Em 6º lugar a marca da fé possibilitou desfrutar das provisões da terra, v.12
Vamos ler este verso: [12No dia imediato, depois que comeram do produto da terra, cessou o maná, e não o tiveram mais os filhos de Israel; mas, naquele ano, comeram das novidades da terra de Canaã.] Esse é um relato muito marcante: 1)Durante os últimos 40 anos Israel tinha sido sustentado pelo maná. O maná era um alimento celeste, um milagre que Deus operava para o sustento do povo. O maná era um alimento especial para um tempo especial. 2)Porém, entrando na terra rica de alimentos, uma terra que daria leite e mel; havendo trigo e diversidade de alimentos, no dia seguinte, então o maná cessou. 3)Aquilo que podemos fazer, Deus não faz. Ele quer a nossa participação e, por isso o maná não caiu mais, para sustentar o povo.
Querido amigo, se temos os alimentos e outros recursos que Deus mesmo tem colocado ao nosso alcance, então não é necessário pedir um milagre. Deus quer que nos tornemos produtivos. Como Deus trabalhou, devemos também trabalhar pelo nosso sustento, sabendo que é o proprio Deus que nos dá energia para o trabalho.
Em 7º e último lugar a marca da fé e a presença do Senhor, v.13-15
Vamos ler estes versos finais: [13Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou; eis que se achava em pé diante dele um homem que trazia na mão uma espada nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu dos nossos ou dos nossos adversários? 14Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército do Senhor e acabo de chegar. Então, Josué se prostrou com o rosto em terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo? 15Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim.]
1)Aqui temos uma passagem muito interessante. Quando Josué estava olhando por onde teria de começar a conquista da cidade de Jericó, o anjo do Senhor apareceu. Esse anjo foi uma manifestação de Cristo preencarnado. Ele ofereceu todo o seu apoio. Era o príncipe do exército do Senhor que acabava de chegar para ajudar o seu povo naquela grande batalha. Graças a Deus pela presença de Cristo em nossas vidas. 2)Quando Josué se prostou sobre o seu rosto na terra e adorau esse anjo, o anjo aceitou a adoração. Conclui-se que pela aceitação da adoração que só pode ser a pessoa de Cristo na sua forma pré-encarnada. É o Cristo pré-encarnado. De outra forma jamais aceitaria adoração de Josué. Nenhum anjo pode ser adorado. Quando Josué viu o anjo com a espada em mão, dirigiu-se a ele perguntando se era um dos seus, ou se era um adversário. 3)Era o príncipe do Exército do Senhor que acabava de chegar. Que grande tranquilidade para Josué. Ele certamente deveria estar procurando ver como poderia começar a sua conquista da cidade de Jericó. Como começar? E de repente tem diante de si um homem com uma espada em mão. Era um aliado, era o príncipe do Exército do Senhor que estava ao seu lado. [Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo.] disse o anjo a Josué. E Josué lhe obedeceu.
Querido amigo nós temos ao nosso lado o principe do exército de Deus, o Senhor Jesus Cristo. Nunca somos derrotados, pois se Deus é por nós, quem será contra nós?
Bom, finalizamos mais um tempo de estudos no livro de Josué. Foram lições, desafios, advertências e promessas maravilhosas. Espero que Deus te capacite a incorporá-las ao seu viver diário.
Escreva para nós contanto como você aplicou esse estudo em sua vida. Por carta, ou e-mail ou por um recado no orkut para nós é importante esse retorno, esse contato com você.
Deus te abençoe,
Um grande abraço.
© 2014 Através da Biblia
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Josué 5.1-15 - (Através da Bíblia)
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