Levítico 15
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Você sabe que este programa tem por propósito estudar toda a Palavra de Deus. Um projeto como esse requer muito tempo e perseverança. Somos gratos a Deus por essa possibilidade e por sua companhia conosco, pois através da sua comunicação sabemos qual a validade dos estudos. E, só conseguimos essas informações quando você nos escreve compartilhando suas experiências. Para nós é gratificante podermos dividir com tantos irmãos e amigos as nossas vidas. Hoje, registramos a carta do irmão E. da cidade de Pato Branco, no estado do Paraná. São essas as suas palavras: "Comecei a ouvir o Através da Bíblia a alguns anos atrás e fui ouvinte por 2 anos. Atualmente estou morando em uma cidade que não pega o sinal da RTM, infelizmente. Sinto falta dessas mensagens pois este programa explica os textos bíblicos de maneira inigualável. Orem por mim e por meu pai que está doente. Que Deus os abençoe”. Querido irmão, obrigado por suas palavras, conte com nossas orações pela saúde do seu pai. E, obrigado por suas palavras. Elas nos incentivam e nos motivam a estudarmos com maior profundidade a Palavra de Deus para transmiti-la de um modo cada vez mais fácil de ser entendida. Agora, além do rádio o nosso programa também pode ser ouvido através da internet. Somos gratos a Deus por essa bênção e também por isso oramos a Deus a cada início de programa. Quero convidá-lo para esse momento de oração: Senhor dependemos da sua misericórdia em todas as áreas da nossa vida, dependemos completamente de ti. Por isso também pedimos a iluminação do teu Espírito para que todos nós ouçamos a tua voz. Atenda-nos, Senhor, pois oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo estamos iniciando os estudos no capítulo 15 do livro de Levítico. Vamos analisá-lo em dois programas. Hoje consideraremos os primeiros 18 versículos e, no próximo programa estudaremos os versos 19 a 33. Querido amigo, nos capítulos 13 e 14 do livro de Levítico, que estudamos nos últimos programas o tema foi a lepra e outras doenças congêneres que são contagiosas. É... eu sei que você deve ter achado que não era um assunto muito agradável de se considerar, mas, não me queira mal, essas são as realidades a que estamos submetidos em nossa vida terrena. E, nesse capítulo 15 que abordaremos em dois programas, vamos considerar um outro tema delicado, que alguns vêem com certo tabu, com algum constrangimento. Vamos tratar sobre assuntos que normalmente não comentamos com ninguém e com certeza são raramente ensinados em nossos contextos de estudo das Escrituras Sagradas.
Vamos considerar nesses dois programas a questão das secreções tanto masculina como feminina. É... mesmo que pareça um tema que possa causar constrangimento ou até vergonha em alguém, estando ele na Palavra de Deus, temos que estudá-lo e retirar do seu conteúdo princípios que possam ser aplicados com plena relevância, em nossos dias.
Lembre-se que estamos na 3ª divisão de Levítico, que trata sobre as regulamentações ou as leis sobre a purificação, ficará mais fácil entendermos o conteúdo desses dois programas. Lembre-se também que Levítico é um manual de santidade que responde à duas questões: Como pode um povo pecador relacionar-se com um Deus Santo? E, como pode um povo pecador manter a comunhão com um Deus santo?
Sim, amigo, quando lembramos dessas idéias gerais fica mais fácil considerarmos com interesse assuntos como esse que vamos estudar. Por isso, ao tratarmos sobre santidade, pureza e vida correta diante de Deus, essas regulamentações que já vimos e outras que veremos no estudo do AT fazem todo sentido, tem toda a razão de ser, pois refletem a necessidade de nos apresentarmos a Deus totalmente limpos exterior e interiormente para podermos nos relacionar com Ele e desfrutar da Sua doce comunhão.
Querido amigo ao iniciarmos as nossas considerações sobre esse assunto temos que recordar que este livro de Levítico era um manual para a atuação dos levitas em suas responsabilidades e em seu ministério de ajudar os israelitas a cultuarem a Deus. Toda a tribo de Levi tinha sido designada por Deus para o serviço no tabernáculo, proporcionando aos israelitas a maneira adequada de cultuarem a Deus. Dentre os levitas, tínhamos ainda os sacerdotes, que pertenciam à família de Arão e dentre esta família tínhamos também o sumo sacerdote, o representante oficial de Deus diante do povo e o representante do povo diante de Deus. E, como você deve se lembrar também, como vimos num dos programas passados, uma das responsabilidades desses que ministravam era ensinar a todos os israelitas todas as regulamentações divinas nas mais diversas áreas, para que assim orientados, pudessem oferecer um culto aceitável ao Senhor. Daí também ter todo o sentido termos essas orientações, essas normas relativas a vida sexual do povo que desejava oferecer um culto agradável a Deus.
Você pode estranhar essa relação: adoração e secreções. É... mas espero que não estranhe muito não. Por que? Ora porque quando o pecado entrou no mundo, toda a nossa natureza ficou distorcida. Perdemos a plena imagem de Deus, perdemos a inocência e a pureza, perdemos a glória de Deus. Por isso Paulo disse lá em Rm 3.23: Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Entendeu? Portanto, para cultuarmos um Deus santo é necessário respeitarmos às normas, as leis que esse próprio Deus santo prescreveu para que fossem obedecidas. E essas normas, essas leis exteriores tinham a incumbência de revelar o interior do adorador.
Bom..., depois dessas considerações iniciais, temos condições de dividir o texto para estudá-lo em detalhes.
Os versículos que estudaremos hoje podem ser divididos em 3 parágrafos: 1)nos vs.1-12 trataremos sobre as secreções do órgão sexual masculino; 2)nos vs.13-14 trataremos sobre a purificação do israelita que teve as secreções; e, 3)nos vs.15-18 trataremos sobre a emissão seminal masculina.
Como você pode notar serão temas bem específicos, não é mesmo? Mas certamente teremos princípios que poderemos aplicar aos nossos dias.
Vamos detalhar então o 1º parágrafo do texto:
1)nos vs.1-12 tratamos sobre as secreções do órgão sexual masculino. Este parágrafo pode ser subdividido em 5 secções:
1)Nos vs.1-3 temos o estabelecimento da regulamentação. A partir destes versos devemos fazer três observações:
1)Através dessa leitura fica claro que essa lei vem da parte de Deus e sendo assim devia ser respeitada, devia ser obedecida, pois tem a mesma autoridade que tantas outras normas e regulamentações tinham também. 2)A regulamentação refere-se às secreções masculinas e, embora alguns interpretem esse fluxo de longo prazo como sendo um fluxo anal como a diarréia, ou um fluxo respiratório como a coriza, a maioria dos estudiosos entendem e interpretam essa secreção como sendo um fluxo uretral como a gonorréia, uma infecção venérea purulenta. 3)A definição de imundícia era baseada no fato de que qualquer perda de fluídos da vida em que eram eliminados sangue ou sêmen apontava para a morte. E qualquer coisa que sugerisse a morte não era admitida na presença do Deus santo e vivo como Yahweh.
2)Nos vs.4-6 temos a impureza dos que tocarem nos objetos. Vamos fazer três observações sobre estes versículos:
1)Cf. o texto, podemos confirmar que se tratava de um fluxo que envolvia as partes genitais de um homem, pois o deitar-se na cama ou o assentar-se em algum lugar tornava imundo o móvel sobre o qual aquele homem se sentasse. 2)Assim, se alguém tocasse nesses móveis contaminados se tornava cerimonialmente imundo. 3)Para restabelecer a condição de pureza e limpeza cerimonial, para se recuperar a possibilidade de adoração a Deus se deveria lavar as vestes, banhar-se e guardar um tempo, até a tarde, para voltar a normalidade.
3)No v.7 temos a impureza dos que tocaram no impuro. O texto desse verso também merece 3 observações: 1)Provavelmente alguém está perguntando: Por que havia essa dureza em relação ao que tinha o fluxo? 2)Posso responder dizendo que sendo esse fluxo uma infecção era possível a contaminação. Mas, porque também essa infecção indicava uma doença venérea normalmente adquirida e transmitida através de relações sexuais promiscuas, geralmente associadas ao pecado. 3)A mesma pratica de lavar as vestes, banhar-se e guardar um tempo, até a tarde, deveria ser repetida para restabelecer a possibilidade de adoração a Deus e voltar à normalidade.
4)Nos vs.8-10 temos a impureza adquirida por alguém tocado pelo impuro. Quando lemos o texto querido amigo podemos ver até que ponto iam essas regulamentações! Consideravam até os detalhes.
1)Se houvesse uma briga, um desentendimento entre duas pessoas e o que tinha fluxo, numa atitude de inimizade pelo seu oponente lhe cuspisse como sinal de desprezo, esse seria imundo até a tarde, tendo que ter o mesmo procedimento, já visto, para readquirir a condição de participar dos cultos a Yahweh. 2)Assim também seria imundo a pessoa que cavalgasse na mesma sela contaminada pelo impuro. E para readiquirir a possibilidade de cultuar a Deus o mesmo procedimento deveria ocorrer. 3)Também o mesmo procedimento deveria ocorrer com alguém que tocasse em qualquer objeto que o impuro tinha tocado. Para o retorno à vida pura, como deveria ser o normal, todo o ritual de purificação deveria ser repetido.
5)Nos vs.11-12 temos a impureza de todos e tudo que fosse tocado pelo impuro. Vamos esclarecer esses versos através de 3 observações:
1)Se o impuro, o que tivesse fluxo, tocasse sem ter lavado suas mãos, em qualquer pessoa, essa pessoa estaria contaminada e deveria cumprir todos os procedimentos já prescritos para poder voltar à vida normal de comunhão com Deus. 2)Como nas outras recomendações essa exigência de se resguardar até a tarde deve ser bem entendida. Para o judeu o final do dia acontecia às 18hs e, para se ter segurança de que essa pessoa não tinha sido infectada exigia-se aguardar até o final do dia, sendo que até o final do dia essa pessoa não poderia cultuar. 3)Deve-se destacar o procedimento para com os vasos: o vaso de barro tocado pelo homem com fluxo deveria ser quebrado, pois esses vasos porosos poderiam reter os germes ou as bactérias que depois se disseminariam entre os que usassem aquele mesmo objeto. Já os vasos de madeira e também os de metal, cf. vimos em 6.28 poderiam ser lavados e assim estariam livres da contaminação.
Muito bem, vamos agora para o 2º parágrafo deste texto...
2)nos vs.13-15 encontramos as regulamentações sobre a purificação do israelita que teve as secreções. Essas são as palavras do texto bíblico:
“Quando, pois, o que tem o fluxo dele estiver limpo, contar-se-ão sete dias para a sua purificação; lavará as suas vestes, banhará o corpo em águas correntes e será limpo. 14Ao oitavo dia, tomará duas rolas ou dois pombinhos, e virá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação, e os dará ao sacerdote; 15este os oferecerá, um, para oferta pelo pecado, e o outro, para holocausto; e, assim, o sacerdote fará, por ele, expiação do seu fluxo perante o SENHOR”.
Querido amigo, quero fazer três destaques neste texto: 1)A água e o sangue representam a purificação, e isso significa que o Espírito Santo deve aplicar o sacrifício de Cristo a estes pecados secretos que há em nossas vidas. Meu querido, este é um quadro fiel dos pecados secretos nas vidas das pessoas, e até mesmo nas vidas dos crentes. 2)Sempre depois de uma quarentena de 7 dias, número que indica perfeição, totalidade, no 8º dia duas aves deveriam ser oferecidas ao Senhor. Uma ave oferecida como sacrifício pelo pecado e outra ave oferecida como sacrifício do holocausto. 3)Você se lembra do significado dessas ofertas? Vamos lá... eu te ajudo... A oferta pelo pecado é bem clara: era uma demonstração do reconhecimento da nossa condição de pecadores e, portanto a entrega de uma vida substituta para morrer em nosso lugar pelo pecado. E a oferta do holocausto era voluntária e significava adoração e total dedicação da vida do adorador ao Senhor. 3)Deve-se entender a partir do verso 13 que quem proporcionava a cura para esse que tinha fluxo era o próprio Deus. Só Deus cura. O papel do sacerdote era apenas constatar que tinha ocorrido a cura. Então, quando isso acontecia, quando o sacerdote fizesse expiação por ele, então, de novo era considerado limpo para conviver em sociedade e também esta purificado para os seus atos de culto a Yahweh.
Querido amigo, este texto fala da podridão interior do homem, e ninguém gosta de falar disso. Mas, de quem é que o capítulo está falando? É... é isso mesmo, está falando de você e de mim. Por essa razão precisamos ser purificados para entrarmos na presença de Deus. E a razão destes procedimentos está no fato de que esses fluxos revelam como a nossa velha natureza humana é doentia, impura, repugnante, totalmente contaminada e contaminadora.
Mas vamos, ao 3º e último parágrafo do estudo de hoje...
3)nos vs.16-18 encontramos regulamentações sobre a emissão seminal masculina. Vamos ler o texto bíblico:
“16Também o homem, quando se der com ele emissão do sêmen, banhará todo o seu corpo em água e será imundo até à tarde. 17Toda veste e toda pele em que houver sêmen se lavarão em água e serão imundas até à tarde. 18Se um homem coabitar com mulher e tiver emissão do sêmen, ambos se banharão em água e serão imundos até à tarde”. Algumas observações são necessárias:
1)A emissão do sêmen normalmente ocorre com todo homem saudável que a partir da sua puberdade, a partir da sua adolescência, já formado, e sem ter relação sexual, aguardando o momento do casamento, ao dormir, durante o sono, sonha, movido pelos seus desejos sexuais e sonhando tem uma emissão de sêmen. 2)Esses versículos deixam bem claro, querido amigo, o cuidado de Deus em evitar o surgimento de doenças venéreas no meio do povo. Muitas doenças, inclusive as venéreas, são evitadas através de higiene pessoal. A higiene íntima é muito importante para a saúde das pessoas. 3)Também foi previsto nesse texto o relacionamento sexual entre o casal. Após a ocorrência desse ato tão natural, planejado por Deus para a vida conjugal, a higiene deveria ocorrer, sendo que o banho, a lavagem das roupas e a espera pelo final do dia era obrigatória para se voltar a condição de pureza cerimonial.
Querido amigo com estas considerações chegamos ao final desses versos para o programa de hoje. E o que temos que fazer agora é percebermos as implicações desse texto para as nossas vidas. Que o Espírito Santo ministre essas verdades à cada coração.
Querido amigo mesmo se tratando de um tema delicado podemos ver nestes fluxos ou emissões purulentas do corpo humano representação da manifestação dos pecados secretos. Hoje em dia ouve-se falar muito de poluição da natureza, mas também existe uma poluição de nossas almas e de nossas mentes, aliás, de todo o nosso ser, inclusive nossos corpos. Como estes fluxos seminais são contagiosos e infecciosos, revelam que o homem é grandemente pecador.
Como você vê a lepra era uma doença que não podia ser escondida das outras pessoas por muito tempo, porque embora se desenvolvesse devagar, mais cedo ou mais tarde ela iria se manifestar. Mas você sabe que os fluxos seminais podiam ser escondidos por muito tempo. Eles representam a vida mental do homem bem como o pecado cometido publicamente. Já no início Deus tinha visto que a maldade do homem era muito grande e que a imaginação, isto é, os pensamentos, do coração do homem eram maus continuamente.
A maldição do pecado afetou até mesmo o homem na propagação da raça. Esses fluxos estão relacionados com os órgãos reprodutores do ser humano. Como falei no início do programa alguns desses fluxos podem estão relacionados com as doenças venéreas que são em parte como uma doença social, isto é, uma doença que pode atingir a todas as pessoas indistintamente. Deus deixa bem claro que a maldição do pecado atingiu todas as áreas da vida humana. Por isso é que Davi disse, "Purifica-me e ficarei limpo, lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve... Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável. E certamente você se lembra que essa confissão Davi a fez depois de adulterar com Bete-Seba. Como você vê, a impureza e o engano estão ligados ao pecado sexual.
A inflamação do pecado pode ser visível ou invisível. De qualquer forma, visível ou não, a inflamação existe. Apesar de não serem vistos, os pecados secretos e os pecados de pensamentos estão presentes diante de Deus. E como você percebe, Deus está interessado em você, está interessado em tudo o que você faz enquanto está acordado ou enquanto dorme. É assim o nosso Deus!
Minha oração é que você se apresente sempre santo diante de Deus, pois o nosso Deus é santo!
Ao finalizar o programa quero agradecer sua companhia e dizer que aguardo sua correspondência.
Deus te abençoe,
Um abraço.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Através da Bíblia - Levítico 15
Através da Bíblia - Levítico 14
Levítico 14
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". E, para você que tem nos acompanhado fielmente declaramos a nossa gratidão a Deus pela possibilidade que temos de, conversarmos a respeito das Escrituras Sagradas. Sentimos-nos privilegiados quando recebemos a carta dos nossos amigos contando-nos suas experiências com Deus através do nosso programa. Por isso é que compartilhamos agora uma carta do F.C. da cidade de Cariré, no Ceará. São essas as suas palavras: "Estou escrevendo para dizer o quanto amo este maravilhoso programa, pois tem sido uma verdadeira bênção. Estou orando para que o Através da Bíblia nunca saia do ar. Sou ouvinte muito interessado, tenho aprendido sempre com as mensagens e tenho divulgado às pessoas. Orem por mim". Querido irmão, obrigado por suas palavras. Elas são um incentivo para nós demonstrando comunhão cristã. Por outro lado, reconhecemos que a nossa responsabilidade aumenta, porque desejamos que os programas edifiquem a cada um de vocês. Por isso é que contamos com sua parceria, escrevendo para nos contar como o programa tem chegado até você e contamos com você também se unindo a nós em oração, pedindo as bênçãos de Deus. E, é para isso que chamo a sua atenção nesse momento. Quero convidá-lo a orar: "Pai de amor, somos gratos pela oportunidade que tu nos dás de juntos ouvirmos a sua voz. Senhor necessitamos da iluminação do teu Espírito para podermos compreender a Tua Palavra e capacitados por ele mesmo cumprirmos os teus mandamentos. Senhor obrigado porque tu nos ouves e respondes as nossas orações. Por isso oramos em nome de Jesus, Amém".
Querido amigo, temos diante de nós o capítulo 14.1-57 de Levítico e nesse capítulo damos seqüência à 3ª divisão do livro que engloba os cap.11-15 que tem como título As Leis da purificação.
No programa passado vimos diversos detalhes quanto à identificação da lepra e como a lepra simboliza o pecado na vida humana. Nesse capítulo ao invés de vermos alguns tratamentos de cura para a lepra, estudaremos sim, as leis relativas à purificação cerimonial de um ex-leproso.
Como vimos no programa passado, dentre todas as doenças, a lepra pode ser usada para representar, em termos espirituais, a suprema gravidade do pecado. Essa comparação se dá por pelo sete semelhanças: 1)A lepra e o pecado causam repugnância e asco; 2)A lepra e o pecado começam a manifestar-se de modo insignificante e até imperceptível, mas se não tratados podem progredir; 3)A lepra e o pecado podem afetar o homem todo; 4)A lepra e o pecado causam insensibilidade à medida que se agravam; 5)A lepra e o pecado potencialmente são hereditários; 6)A lepra e o pecado afastam o ser humano de Deus e do convívio social saudável com outros seres; e, 7)A lepra e o pecado são incuráveis através de tratamentos superficiais, entretanto, quando submetidos aos tratamentos adequados são plenamente curáveis. A lepra pode ser curada através de medicamentos corretos e atualizados. O pecado pode ser desalojado por meio do tratamento divino que se dá através do único remédio suficiente e poderoso para realizar essa cura: o sangue de Jesus, o sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Assim como no capítulo passado vimos as diversas orientações sobre a identificação da lepra e os passos para impedir a contaminação, neste capítulo veremos as diretrizes para o restabelecimento do ex-leproso ao convívio com Deus, com a sociedade e com a família.
Lembrando que o contato com Deus significava o retorno à vida; que o contato com a sociedade significava o retorno à participação; e que o contato com a família significava o retorno à comunhão, vamos ver nesse capítulo como podemos aprender e aplicar essas verdades às nossas vidas diárias.
Logicamente esse ritual descrito neste texto pressupunha que a lepra fora curada. A libertação da lepra, assim como a libertação do pecado só podia ser realizada por Deus.
Assim ao observamos esse capítulo com o objetivo de estudá-lo encontramos em seu conteúdo divisões. Vamos estudá-las pormenorizadamente para extrairmos seus princípios, entende-los e capacitados pelo Espírito Santo aplicá-los em nosso viver diário, individual e comunitário.
Em 1º lugar, nos vs.1-7 temos a cerimônia da purificação em seu 1º estágio. 1)Aqui temos a descrição dos primeiros procedimentos para a restauração do ex-leproso ao convívio social. Essa era uma ocasião muito marcante tanto para o que estava doente como para a sua família e amigos.
2)Um destaque que devemos fazer é o relativo à saída do sacerdote para examinar o doente fora do arraial. O leproso não deveria em hipótese alguma entrar no arraial para evitar o risco de contaminação. O ex-leproso deveria ser examinado por um sacerdote fora do arraial, isto é, no local afastado onde ficavam os leprosos.
Só depois que o sacerdote se certificasse e, ficasse convencido que aquele tinha manifestado a doença estava completamente restabelecido e desse a autorização os rituais da purificação eram iniciados.
3)Deve-se notar que essa cerimônia de purificação era celebrada depois que se constatava a cura da lepra, isto é, a cerimônia representava, simbolizava que aquela doença já não mais existia; significando também que não era através da cerimônia da purificação que leproso era curado.
4)Nesse sentido, em nossos dias devemos entender que o batismo não salva, não é através do batismo que deixamos os nosso pecados. Não! O batismo simboliza algo que já ocorreu na vida da pessoa. O batismo é um símbolo de que já aceitamos e nos submetemos o Senhorio de Cristo em nossas vidas!
5)Para esse ritual, para essa cerimônia eram necessários 2 aves, um pedaço de madeira de cedro, um pano vermelho (carmesim), e um ramo de hissopo. Uma dessas aves seria morta e o seu sangue seria aspergido 7 vezes sobre aquele que buscava a purificação e a outra ave também aspergida pelo sangue da ave morta seria solta em campo aberto. Que interessante, não é mesmo?
6)Qual era o significado desse estranho ritual? Provavelmente as 2 aves limpas representavam a vida da pessoa que estava sendo purificada. A ave que era morta mostrava que a pessoa tinha se livrado da morte e servia também como expiação pela sua impureza anterior. A ave solta em campo aberto simbolizava o afastamento da culpa e do sofrimento físico, como acontecia com o simbolismo do bode emissário.
7)Os demais elementos desta cerimônia eram usados normalmente nos rituais de purificação conf. veremos nos vs. 51 e 52 e Nm 8.7 e 19.6. O pau de cedro, alguns entendem que simboliza a humanidade perfeita de Cristo. Nesse pau prendia-se o hissopo, amarrado pelo pano carmesim. O pano carmesim era um pano vermelho bem vivo, e significava a fé no sangue. E o hissopo era uma planta que crescia no meio das pedras em lugares úmidos, representando a fé do indivíduo.
Em 2º lugar, nos vs.8-9 temos o segundo estágio da purificação. A seqüência da cerimônia de purificação mostra que o ex-doente já podia entrar no arraial.
1)Nesse 2º estágio o israelita era levado de volta à gozar da plena comunhão com Deus. 2)Ele deveria lavar toda a sua roupa. 3)Ele deveria rapar todos os seus pêlos. 4)Deveria se banhar totalmente e assim era considerado limpo. 5)Ele já poderia entrar no arraial, mas não poderia voltar para a sua tenda. 6)Depois de 7 dias, deveria rapar novamente todos os seus pêlos incluindo cabelo, barba e até as sobrancelhas. E, finalmente, na 7ª ação, deveria de novo, lavar as suas vestes e se banhar. Então se tornava limpo novamente.
Em 3º lugar, nos vs.10-32 encontramos o 3º estágio dessa cerimônia de purificação. Com muitos e minuciosos detalhes percebemos o quanto essa purificação era importante. Embora seja um longo trecho e com muitos detalhes vamos subdividi-lo para conhecer todo o seu conteúdo:
1)Nos vs. 10-13 o ex-leproso, no oitavo dia oferecia sequencialmente 3 cordeiros como oferta pela culpa, como oferta pelo pecado e como holocausto. A oferta de manjares era constituída de 12 kg de farinha final da melhor qualidade misturada com um sextário, provavelmente ½ litro de azeite. Tudo deveria ser colocado na porta do Tabernáculo simbolizando o desejo de novamente ter contato com o Deus da aliança. A oferta pela culpa era oferecida como uma ato de restituição que o ex-doente oferecia a Deus restituindo o tempo em que não pudera ofertar por causa da sua impureza. Essa oferta seria a porção que cabia ao sacerdote, pois era considerada santíssima.
2)No v. 14 temos a descrição de um ritual já visto na consagração do sacerdócio, cf. 8.24. Era a aplicação do sangue pelo sacerdote na orelha, no polegar da mão e no polegar do pé direito daquele que buscava a purificação. O simbolismo era idêntico, pois representava que o homem purificado devia escutar a voz de Deus, devia realizar as obras de justiça com suas mão e deveria andar nos caminhos de Deus.
3)Um outro detalhe nesta cerimônia de purificação era a unção conf os vs.15-18 ocorria quando o sacerdote espargia com o dedo por 7 vezes esse óleo perante o Senhor. E aquilo que sobrasse ele também aplicaria na orelha, no polegar da mão e no polegar o pé direito na pessoa que estava sendo purificada e ainda, cf. o v.18 o que sobrasse do azeite era colocado sobre a cabeça do que queria se purificar e assim o sacerdote estava fazendo a expiação e formalmente dedicando esse purificado ao serviço do Senhor.
4)Cf. o v. 19-20 o sacerdote passava a fazer expiação, através das ofertas pelo pecado, do holocausto e da oferta de manjares, sendo que esta última era feita como um agradecimento feito pelo ofertante pela obtenção da cura da lepra.
E, como ato final dessa cerimônia de purificação...
5)Nos 21-32, diante do fato de que o ex-leproso tinha sido banido do arraial israelita enquanto estava enfermo, ele não tinha conseguido trabalhar. Esse fato poderia ter trazido empobrecimento para ele e para a sua família impedindo-o de oferecer aqueles animais mais caros ao Senhor. Mas, diante dessas situações, conf. temos notado em outras ocasiões o Senhor deu instrução para que o pobre também pudesse oferecer seus sacrifícios diante dEle. Cf. o v.21 ele poderia oferecer um cordeiro e no lugar dos outros dois animais poderia oferecer 2 pombinhos para a oferta pelo pecado e pelo holocausto. Esse procedimento era o mesmo que tinha sido visto por exemplo para com a mãe pobre que queria se purificar. Esse procedimento confirmava para o israelita que Deus tinha grande interesse em manter comunhão com ele, fosse ele quem fosse. Se houvesse sinceridade e real desejo de adoração, de comunhão, Deus proporcionava essa possibilidade.
Será que temos tido essa disposição para adorar e servir o Senhor, independente das circunstâncias? Avalie-se e veja que Deus tem interesse na sua adoração!
Em 4º lugar, nos vs.33-42 as regulamentações sobre uma casa infectada. Encontramos nestes versos o procedimento que se deveria ter em relação a uma casa infectada pela lepra, isto é, pelo mofo, bolor ou até pelo caruncho. Vale a pena detalharmos essa secção para percebermos suas designações:
1)Cf. o v.34, essas regulamentações seriam válidas principalmente para a época em que Israel habitasse em casas, na Palestina.
2)Ainda cf. o v.34 é necessário um esclarecimento. Essa frase: “e, eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão...” deve ser bem entendida. Alguém, diante dessas palavras, pode entender que Deus é a fonte imediata de todas as coisas boas ou ruins que nos sobrevém, como p.ex. a lepra. Mas, ao invés de chegarmos a esta conclusão: 1)temos que lembrar que a Bíblia descreve a vontade permissiva de Deus para nós como ato de Deus, cf. Êx 15.26; 1Sm 2.6;Pv 3.33; Is 45.7; 2)temos que lembrar que muitos males são conseqüência da desobediência do ser humano, cf. Gl 6.7-8 e 1Pe 4.14-16; e, 3)temos que lembrar quer muitos males não tem qualquer relação com o mal ou o bem que tenhamos praticado, como vemos o caso do cego em Jo 9.1-3. Portanto, não devemos entender que Deus mandaria a praga sobre alguma casa, mas, se isso acontecesse então vem as regulamentações...
3)Cf. o v.35 o morador da casa é que tinha a responsabilidade de avisar ao sacerdote que tinha suspeita quem sua casa estava contaminada pelo bolor ou mofo.
4)Cf. o 36. o sacerdote deveria pedir que se desocupassem a casa para que ele pudesse examiná-la corretamente e para que os móveis não ficassem contaminados.
5)Depois de um exame acurado, se perceber contaminação, o sacerdote fecharia a casa por sete dias, cf. os vs. 37-38.
6)Cf. os vs. 39-40 Depois de novo exame, constatando que a casa estava contaminada era necessário a retirada das pedras quem apresentavam o bolor ou o mofo e jogassem essas pedras num lugar imundo, fora do arraial.
7)Nos vs. 41-42 as instruções continuam mostrando que, depois da retirada das pedras a casa deveria ser raspada por dentro e até o pó que resultasse dessa raspagem deveria ser jogado fora longe do arraial. E finalmente, com novas pedras limpas se reconstruiria a casa dando também o acabamento.
Querido amigo, todo esse procedimento certamente tinha caráter higiênico, mas também simbolizava a pureza que deveria ter o povo cujo Deus é Santo. Hoje sabemos que em lugares úmidos e escuros a propagação de bactérias que causam bolor ou mofo é facilitada, portanto, preservando a saúde do povo, mas incutindo a necessidade da santidade em suas mentes, Deus deu essas regulamentações...
Mas o texto prossegue nesse mesmo assunto...
Em 5º lugar, nos vs.43-47 as regulamentações sobre a destruição da casa infectada. Em continuação a esses procedimentos, nestes versos nos é relatado o procedimento que se deveria ter quando depois de todas essas medidas cautelosas a casa ainda apresentava bolor, mofo ou como diz o texto: praga de lepra. Como acontecia com a pessoa atacada pela lepra poderia ter uma recaída, aqui também a casa poderia apresentar novamente sinais de impureza. Se isso acontecesse a casa seria declarada imunda e o sacerdote deveria exigir a demolição total da casa, inclusive lançando todo o entulho fora do arraial. E, toda pessoa que tivesse feito qualquer atividade dentro da casa seria imundo até a tarde, além do quê deveria lavar suas vestes evitando a contaminação e demonstrando desejo de purificação.
Em 6º lugar, nos vs.48-53 temos as regulamentações que consideravam a casa limpa. Nesses versos temos os procedimentos que deveriam ser tomados para se considerar uma casa limpa. Se depois da quarentena de 7 dias, após a visita do sacerdote e seu exame cuidadoso ele considerasse a casa livre da praga, o mesmo ritual de purificação que deveria ser feito com o ex-leproso, como vimos nos versos 4-7 deste capítulo, esse mesmo ritual deveria ser feito com a casa para que fosse declarada limpa. É... isso mesmo... você deve estar estranhando: por que fazer a expiação por uma casa? Ao responder essa questão temos que lembrar que os mesmos padrões de santidade que se aplicavam às tendas dos israelitas, enquanto estavam no deserto, deveriam também ser aplicados às moradias de alvenaria quanto estivessem na Palestina. E você se lembra também que esses padrões eram bem elevados. Qualquer sinal de imperfeição, impureza ou doença, num indivíduo, num animal, numa tenda, numa roupa, ou numa casa era símbolo de corrupção e tornava os israelitas indignos da presença de Deus. Por isso havia a necessidade de expiação até para uma casa.
O cap. termina e,...
Em 7º lugar, nos vs.54-57 finalmente encontramos um resumo editorial dessas regulamentações. A frase: “Esta é a lei de toda sorte de praga de lepra”, no v. 54 é uma recapitulação, é um resumo de toda a matéria que vimos nos caps. 13 e 14.
Querido amigo, você e eu vivemos numa velha casa aqui na terra: neste corpo que possuímos. Quando Deus criou o homem, inclusive, o seu corpo, ele disse que tudo era muito bom. Mas o pecado atingiu a humanidade e agora prejudica toda a vida do homem. Somos pecadores, pois a velha natureza ainda está presente em nós. A Bíblia nos diz que um dia receberemos um novo corpo, uma vida sem a velha natureza. Trocar a mobília ou a decoração não iria resolver o problema da praga na casa. Quando nós nos examinamos, devemos olhar para o nosso interior, para os nossos pensamentos, para os nossos impulsos pecaminosos, e não para as coisas aparentes. Mudar os nossos hábitos não irá resolver o problema do pecado. O que nós precisamos fazer é tratar do pecado no interior de nossas vidas. E o único remédio a ser aplicado para purificação é o sangue de Jesus. Você tem se purificado com o sangue de Jesus? Aproprie-se do lavar regenerador e purificador que o Senhor Jesus nos oferece.
Bom, chegamos ao final do nosso tempo de estudo.
Obrigado por sua companhia.
Escreva para nós e compartilhe sobre esse programa.
Que Deus te abençoe,
Um forte abraço.
Através da bíblia - Levítico 13B
Levítico 13
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". Quero saudá-lo em nome de Jesus. É com grande prazer que mais uma vez estamos juntos para estudarmos a Palavra de Deus. O meu desejo é que o estudo de hoje sirva para a sua edificação e traga, além dos desafios do texto, as mais preciosas bênçãos divinas para a sua vida. Você que tem acompanhado os estudos sabe que logo no início do programa menciono e registro as cartas de cada um de vocês. E, é isso que faço agora, destacando uma carta que vem P. da cidade de Nepomuceno, em Minas Gerais. Essa irmã nos diz o seguinte: "Sou ouvinte da RTM. Tenho o prazer de ser abençoada através dos seus programas. Aqui em Nepomuceno o sinal da RTM é excelente e tem muitos ouvintes. Sou fã do Através da Bíblia, tenho sido poderosamente abençoada e tenho aprendido muito. Continuem sendo bênçãos". Querida amiga, querida irmã, somos gratos por suas palavras. Agradecemos as suas orações em nosso favor e agradecemos a Deus pelo seu interesse em estudar a Palavra. Que Deus te abençoe e que você seja uma bênção entre os seus familiares e amigos nos mais diversos contextos. Agora, quero convidá-la e, a todos que nos sintonizam nesse momento a buscar ao Senhor através da oração: "Pai querido, obrigado pela tua preciosa graça. Diante da tua misericórdia nos enchemos de ousadia e penetramos na tua presença pelo precioso sangue de Cristo para buscar graça nesta ocasião. Pai, te pedimos que a tua companhia seja experimentada por todos nós, nos mais diversos lugares onde estivermos, em todos os momentos. Também te pedimos que nos ilumine nesse momento de estudo. Que a Tua palavra molde o nosso caráter. Oramos em nome de Jesus. Amém!".
Querido amigo hoje em nosso programa temos como alvo terminar as nossas considerações sobre o cap. 13 de Levítico, no texto que abrange os versos 29-59.
Você que nos acompanha sequencialmente sabe que já tratamos dos 1ºs 28 versos desse capítulo onde encontramos 5 divisões que mostraram diversas regulamentações sobre o israelita que apresentava problemas de saúde em sua pele. Tratamos sobre diversas doenças dentre as quais a mais grave é a lepra. Ainda nesta segunda parte do cap.13 vamos tratar ainda mais dessas recomendações e também no próximo programa onde estudaremos o cap.14 trataremos sobre o mesmo assunto.
Você pode entender que é tempo demasiado para tratarmos de um assunto como esse, mas, sabendo que Deus, através do Seu Espírito Santo é quem inspirou Moisés a enfatizar esse assunto, com certeza, podemos nos aquietar, pois a Sabedoria divina é bem maior que a nossa forma mais sábia de pensar, certo?
Pois bem, gostaria também de lembrá-lo que ainda estamos considerando a 3ª parte do livro de Lv que abrange os capítulos 11 a 15 que tem como tema central “As leis sobre a purificação”.
Todo o livro é um manual de santidade e tinha como propósito mostrar a Israel como pode um povo pecador relacionar-se com um Deus santo; como pode uma nação, que embora escolhida, era falha em suas motivações e procedimentos permanecer em comunhão com Deus que é santo.
Ora diante dessa perspectiva geral é que podemos entender os detalhes das regulamentações, das orientações que Deus dava a Israel através de Moisés. E é bom lembrarmos também que todo o conteúdo deste livro o Senhor Deus dera a Moisés quando ele estava na sua presença no Monte Sinai. E eu enfatizo e destaco esse fato para lembrar-nos que todas essas leis e orientações eram novidades também para Moisés. Mas, ele, como um servo obediente anotou tudo e obedientemente fez como o Senhor ordenara! Sabendo que Deus é soberano e conhecedor do passado, presente e futuro Moisés não questionou, apenas anotou e fez acontecer como o Senhor ordenara. Portanto, nossa tarefa é estudarmos e entendermos essas determinações procurando a bênção de Deus para podermos extrair destes versos lições aplicáveis aos nossos dias e as nossas vidas.
Vamos então ao texto de hoje... Aqui também dos versos 29-59 temos cinco parágrafos que devemos considerar separadamente para usufruirmos do seu conteúdo.
Em 1º lugar, nos vs. 29-37, encontramos as determinações para os casos de sarna. O estado de saúde descrito aqui nestes versos pode significar sarna, mas pode ser entendido também como escabiose ou então psoríase. Era uma afecção da pele que causava coceiras e podia se espalhar por todo o corpo causando um grande incomodo. No caso dos homens podia espalhar-se pela barba e cabelos a tal ponto que se penetrasse abaixo da epiderme era, depois de examinada pelo sacerdote, considerada como tinha, uma maneira com que algumas versões bíblicas traduziram o hebraico e identificavam essa doença. Se, entretanto o sacerdote examinasse e constatasse que a doença não atingira a camada subcutânea do infectado, ele poderia ser declarado limpo depois de passar sete dias em quarentena. Se o sacerdote percebesse que a doença não evoluíra e se espalhara o homem deveria rapar os cabelos e ficar mais sete dias de quarentena. Se a sarna tivesse se espalhado pelo corpo do doente ele seria considerado impuro, mas se não tivesse se espalhado, depois de disinfetar as roupas ele seria considerado puro.
Em 2º lugar, nos vs. 38-39, encontramos as determinações para os casos de eczema. A doença aqui destacada pode ser eczema ou impigem ou ainda acne, que na verdade são dermatoses, diversos manifestações das doenças de pele. O sintoma apresentado, a percepção de um caso como esse se dava através do aparecimento de manchas brancas na pele. Se fossem manchas brancas e sem brilho era diagnosticada como eczema ou impigem branca que brotou na pele e por não ser contagiosa o sacerdote declarava o seu portado limpo, estando livre para viver em comunidade e participar da vida religiosa normal.
Em 3º lugar, nos vs. 40-44, encontramos as determinações para os casos de calvície. A calvície comum não era um estado que inspirava maiores cuidados, como ainda hoje, a não ser em relação a estética. Portanto, o seu portador não era considerado imundo. Porém uma suspeita poderia surgir se uma doença mais grave fosse detectada. Se fosse observada uma ferida avermelhada na parte calva, em qualquer lugar da cabeça então o sacerdote, depois de examinar o doente deveria declará-lo impuro.
Em 4º lugar, nos vs. 45-46, encontramos as determinações para o doente se identificar e o local onde deveria morar. Querido amigo veja que os cuidados eram extremos e todos eles visavam, como já dissemos anteriormente, não apenas a saúde da coletividade, não apenas a saúde do portador da doença, mas visavam sobretudo incutir nas mentes dos israelitas que a vida de adoração a Deus, que a vida de serviço a Deus deveria ser padronizada por uma vida de pureza e santidade, física e espiritual. Na verdade a santidade, a pureza física deveria ser o reflexo de uma santidade e pureza interior, consciente.
O israelita consciente, criterioso, que amava a Deus de todo coração, força, e entendimento queria oferecer a Deus sempre o melhor. Por isso eram aceitas pelo indivíduo e pela coletividade essas regulamentações que a nós parecem sem sentido e impiedosas.
Nestes versos 45-46 temos mais alguns detalhes que devem ser bem entendidos: 1)O leproso deveria usar roupas rasgadas; 2)O leproso deveria andar descabelado; 3)O leproso deveria usar um lenço tapando a parte inferior do rosto; 4)O leproso deveria gritar, anunciando-se: Imundo, imundo; e, 5)O leproso deveria viver fora do arraial, certamente, na companhia de outros leprosos. Na verdade, essa aparência desgrenhada do doente servia de alerta para que outras pessoas se mantivessem à distancia, sem o risco de serem contaminadas. Os cabelos despenteados, as vestes rasgadas e o rosto coberto eram sinais de luto, cf. vermos no cap.10.6, simbolizando que o portador da doença permanecia em luto perpétuo e simbolizavam também o quão horrível era o pecado.
Você não sente que essas regulamentações parecem duras e frias? Por que tratar de maneira tão insensível o portador de uma doença tão grave? Não é essa a pergunta que fazemos ao lermos um texto como esse?
Pois bem, pode parecer um tratamento injusto. Os que viviam fora do arraial, com certeza, enfrentavam várias dificuldades porque ficavam totalmente isolados da comunidade. Na verdade sua subsistência era difícil por não terem sempre à disposição tudo o que precisavam. As suas famílias é que forneciam a alimentação e as roupas, deixando-as em lugares determinados.
Embora os israelitas vissem nessas regulamentações dureza, eles também entendiam a necessidade dessa norma para que a habitação de Deus não fosse contaminada, conforme lemos em Nm 5.1-4 que diz entre outras ordens as seguintes palavras: “Disse o Senhor a Moisés: ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial todo leproso... tanto homem como mulher os lançareis; para fora do arraial, para que não contaminem o arraial, no meio do qual eu habito. Os filhos de Israel fizeram assim... como o Senhor falara a Moisés...”.
O aspecto positivo dessas exigências é que serviam para proteger a pessoa imunda, mantendo as coisas sagradas distantes deles para que nenhum deles morresse se porventura tocassem nelas, cf. 10.1-7; 2Sm 6.1-11. Essas regras protegiam também o restante do arraial, pondo a enfermidade em quarentena e evitando a disseminação. E, tal procedimento era seguido rigorosamente que até Miriã, irmã de Moisés e de Arão também ficou isolada quando teve lepra, cf.Nm 12.10-15.
Querido amigo, será que temos aplicações que afetam a nossa vida? Certamente!
Em nossa relação com Deus não é possível vivermos sem santidade e pureza interior. Jesus disse no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” Mt 5.8. O pecado é abominável diante de Deus. Somente uma vida pura e santa é aceitável ao Senhor. Afinal, foi essa idéia que Paulo expressou em 1Ts 4.3 e 7: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação...porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação”. Querido amigo, você tem se apresentado santo e limpo diante do Senhor? Como vai sua vida interior? Nada que possamos fazer exteriormente, receberá a aprovação do Senhor se em nosso interior a motivação e o desejo não for honrar e adorar o Deus santo que Ele é.
Em 5º lugar, nos vs. 47-59, encontramos as determinações para os casos de mofo ou fungos. Nesta parte final do capítulo encontramos e conseguimos perceber como a impureza devia ser completamente eliminada do meio de Israel.
O que se pretendia aqui era eliminar uma das causas mais comuns da contaminação. O contágio das doenças da pele muito provavelmente se dava, entre outros meios, através das vestes ou qualquer outro tecido que poderia ser manipulado por diversas pessoas.
Provavelmente você deve estar estranhando essa denominação que vemos no v.47: “Quando também em alguma veste houver praga de lepra...”. Em nossos dias não conhecemos essa expressão, mas, ela era comum nos tempos antigos e os gregos usavam a palavra lepros para descrever os couros com textura áspera que eram utilizados para a fabricação das melhores correias e rédeas. E sendo que, muitas vestes eram feitas com tecidos de origem animal, certamente havia a possibilidade destas vestes serem deformadas por agentes físicos, por pequenas bactérias que poderiam se desenvolver, contaminando assim as roupas e desfigurando a forma das mesmas. Mas, além disso, muitas vestes eram feitas de tecidos com origem vegetal que também estavam propensas a essas mesmas bactérias que poderiam se desenvolver nas próprias vestes.
Por serem os mofos, o desenvolvimento dos fungos em materiais com origem animal e vegetal mortos, certamente eram condutores e transmissores de doenças contagiosas, vindo daí a razão dessas regulamentações. Assim como o crescimento fungoso afetava o artigo, a peça do vestuário inteira em uma comparação simbólica o pecado surgido em uma área da vida humana, certamente afetava a toda a natureza humana e por isso até uma peça do vestuário deveria ser examinada pelos sacerdotes.
Cf. o verso 50 o sacerdote deveria examinar a peça do vestuário e, tendo suspeita sobre o mesmo deveria isolar esse objeto afetado por sete dias. Era a quarentena para os objetos assim como ocorria a quarentena para as pessoas. Se depois de uma semana o objeto fosse reexaminado e constatado que o fungo tinha se espalhado, aquele objeto seria declarado imundo e seria queimado. Se, ao invés, cf. o v.54, o sacerdote percebesse que o fungo não tinha se espalhado, aquela peça deveria ser lavada e isolada por mais sete dias. No final desse período seria mais uma vez examinada e, se fosse constatada a presença do fungo, mesmo que não tivesse se espalhado pela peça, também seria declarada imunda e seria queimada.
Cf. os vs. 56-58 ainda, depois de um novo exame duas medidas poderiam ser tomadas: se a praga ainda aparecesse na veste, a peça de roupa seria queimada ou então, se a mancha tivesse se tornado mais clara, mais opaca, a peça de roupa poderia ser aproveitada, rasgando-se a parte onde havia a mancha, desde que fosse novamente lavada para então ser declarada limpa.
E, o verso 59 encerra essas regulamentações, resumindo e recapitulando o tema de todo o capítulo mostrando a necessidade de se fazer a separação coisas limpas e imundas.
Querido amigo neste capítulo encontramos e conseguimos perceber como a impureza devia ser completamente eliminada do meio de Israel e como a santidade e a purificação eram importantes na celebração do culto a Deus. O culto era caracterizado por uma ênfase na santidade que tinha reflexos na vida prática, na vida ética e na vida espiritual do israelita. A santidade de vida, demonstrada no exterior deveria ser reflexo da vida interior e era tão importante tanto na obediência às regulamentações sobre os animais limpos e impuros, quanto na obediência das regulamentações sobre as vestes, quanto na obediência às regulamentações para os sacrifícios dedicados a Deus. A santidade deveria ser expressa através de uma personalidade íntegra que mantivesse o seu relacionamento com Deus baseado na obediência e na fé
Os israelitas tinham que entender, tinham que se conscientizar que essa triste doença era desencadeada através de um processo paulatino que ia se alastrando sobre a pessoa ou sobre os objetos, tornando a pessoa completamente suscetível aos seus dolorosos efeitos. A maneira dos antigos se referirem aos doentes, aos leprosos demonstrava a dureza da condição do contaminado: falava-se do leproso como alguém que já nascia morto, cf. estudaremos em Nm 12.12 e, falava-se da cura do leproso como devolver-lhe a vida, cf. 2Rs 5.7. Embora na antiguidade não se conhecesse a maneira como a lepra e essas outras doenças contagiavam os outros, o conceito de que a impureza acontecia pelo contato físico servia para excluir todo que manifestasse seus sintomas de toda e qualquer participação na vida coletiva de Israel.
E, assim, por considerar-se essas doenças, comumente chamadas de lepra, como impureza e não só como enfermidade, e por ter de apresentar-se o leproso ao sacerdote para a purificação, sem dúvida, podemos afirmar que o simbolismo do pecado estava presente. O pecado reside no ser humano e pode contaminá-lo totalmente. O paralelismo é evidente e, Deus queria que tanto os israelitas como nós entendêssemos os efeitos do pecado sobre as nossas vidas, assim como esta doença causava todos esses efeitos na vida do seu portador.
A santidade deve ser expressa de duas maneiras claras: 1)negativamente, no evitar tudo o que possa provocar a contaminação; e 2)positivamente, no estabelecer e desenvolver uma vida de íntima comunhão com Deus.
Certamente, Deus queria mostrar que a não ser que essas duas maneiras da santidade estivessem sendo observadas, os israelitas não poderiam esperar que Ele habitasse no meio deles, pois a Sua presença era incompatível com a impureza de qualquer tipo e, por outro lado a Sua presença demonstrava o Seu desejo de comunhão com o Seu povo.
Querido amigo, esta é então a hora de avaliarmos as nossas vidas. É hora de pedirmos a Deus: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” cf. Sl 139.23-24, mas é a hora também expressar com sinceridade o nosso desejo: “Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Sl 19.14.
Mesmo que você perceba que não tem andado corretamente em santificação, Isaías mostra que não há razão para desespero, pois ele diz: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como carmesim, se tornarão como a lã” Is 1.18.
Bom, terminamos mais um tempo de estudos.
Aproveite essas lições e acerte-se com Deus!
Depois, escreva-nos, por carta ou e-mail compartilhando como Deus falou ao seu coração.
Um abraço.
Através da Bíblia - Levítico 13A
Levítico 13
Olá amigo estamos iniciando mais um programa da série Através da Bíblia. Quero saudá-lo, desejando sobre você e toda a sua família as mais preciosas bênçãos do Senhor. É um prazer estar junto com você nesse encontro em que temos estudado a Palavra do Senhor e especificamente o livro de Levítico. Como temos repetido, para nós é muito bom saber que você está dedicando um tempo específico para a meditação da Palavra de Deus. Sabemos disso pelas cartas e e-mails que recebemos de vocês e por isso, no início desse programa quero registrar a carta do GF da cidade de Cabixi, no estado de Rondônia. Ele diz essas palavras: “É a 1ª vez que escrevo para o Através da Bíblia. Admiro muito a forma que esse programa atende aos ouvintes. Oro todos os dias para que nunca venha sair do ar. Sou ouvinte há mais de 20 anos. Peço oração em favor de meu pai que é alcoólatra. Agradeço se for atendido”. Querida irmão, muito obrigado por suas palavras. Ficamos muito alegres quando recebemos essas palavras de apoio, afinal esse é o nosso propósito. Ficamos contentes também quando ouvimos que temos irmãos que oram por nós, mas saiba que também estaremos orando por você e estaremos orando em favor do seu pai. Conte com o nosso apoio. Por isso mesmo quero convidar a todos vocês e você especificamente a nos colocar então diante do Senhor com nossos pedidos e agradecimentos. Por isso oramos assim: "Querido Deus e Pai, chegamos à tua presença reconhecendo tua soberania, teu poder, tua onisciência. Reconhecemos que tudo conhece e sabe que necessitamos da iluminação do teu Espírito para o nosso estudo de hoje. Pai, te pedimos, então, que tenhamos nossas mentes abertas para ouvirmos Tua Palavra e capacitação para obedecê-la.Pedimos também em favor do pai do teu filho. Que ele seja liberto do álcool. Confiamos no Senhor. Pedimos isso em nome de Jesus Cristo, Amém"!
Querido amigo, chegamos hoje a uma outra seção incomum do livro de Levítico. Hoje vamos estudar os 1ºs 28 versos do cap. 13 de Lv. E quando digo uma outra seção incomum quero dizer exatamente isto, pois o livro de Levítico é incomum porque está cheio de ensinamentos profundos para você e para mim. Cada parte do livro é incomum, e mesmo tendo sido escrito há mais de 3000 anos ele tem uma mensagem espiritual muito apropriada para nós na atualidade. Sei que você percebeu isto no capítulo anterior, que tratou da lei sobre a maternidade, isto é, sobre o nascimento dos filhos. E agora temos algo bem incomum à nossa frente. Bem no coração do livro de Levítico se encontra esta seção sobre a lepra. E alguém já perguntou. Isto tem alguma serventia para hoje? Eu quero dizer a você, meu querido amigo, que não temos nada mais prático do que esta parte do livro de Levítico que vamos estudar.
Temos que recordar quanto a estrutura do livro que este livro de Levítico é um manual de santidade e pode ser dividido em 5 grandes porções:
Em 1º lugar as Leis sobre os sacrifícios e ofertas – cap. 1-7, que nós já estudamos;
Em 2ºlugar o Início oficial do cerimonialismo – cap. 8-10, que também já estudamos;
Em 3º lugar as Leis sobre a purificação – cap. 11-15, que estamos estudando e já vimos as regulamentações sobre os animais limpos e impuros, no cap 11 e no programa passado, no capítulo 12 as regulamentações sobre a mulher que der à luz uma criança. Hoje vamos estudar uma parte do cap. 13 que trata sobre a lepra, no próximo programa terminaremos este estudo e depois continuaremos estudando mais regulamentações sobre a purificação.
Em 4º lugar vamos conhecer as Leis sobre o dia da expiação nacional – cap. 16
E, finalmente em 5º lugar vamos estudar nos cap.17-27 as Leis da Santidade.
E, ai? Relembrou do esboço de Levítico? É isso mesmo! Temos que relembrar a estrutura geral para termos toda a idéia do livro em nossa mente e não nos perdermos nos detalhes que são valiosos, mas que devem ser vistos sob o enfoque, sob o propósito geral do Livro, certo?
E por falar em propósito geral do livro, você se recorda qual é o propósito de Levítico? É isso mesmo...
O propósito de Levítico é muito específico e pode ser entendido em 3 aspectos: 1)O livro é a convocação ao povo de Deus para uma vida de santidade pessoal. 2)O propósito do livro é claramente orientar Israel a viver como uma nação santa em comunhão com um Deus santo. 3)O propósito é dar as normas pelas quais Israel como uma nação separada deveria desenvolver sua comunhão com o Deus criador do céu e da terra.
Os muitos rituais e simbolismos foram usados para, de alguma maneira, retratar o Senhor como Deus Santo e foram usados também para ensinar que a comunhão com esse Deus santo só acontece quando houver expiação pelo pecado e uma vida de obediência integral.
Muito bem, tendo relembrado o seu propósito e visto que este capítulo 13 está incluído nas Leis da purificação, vamos observar as suas divisões para podermos analisá-las devidamente extraindo lições e implicações espirituais para as nossas vidas. No trecho que vamos estudar hoje temos cinco parágrafos para examinar:
Em 1º lugar, nos vs. 1-8 temos em destaque o papel dos sacerdotes como identificadores do estado físico-clínico do israelita que surgisse com sintomas da lepra. E sobre esse ponto algumas observações devem ser feitas: Em relação à capacidade dos sacerdotes identificarem a doença; em relação a denominação da doença e em relação aos passos para a purificação.
1)Em relação à capacidade dos sacerdotes identificarem a doença é interessante notar que vários comentários os denominam de sacerdotes-médicos. Como não tinham feito nenhum curso específico, certamente eram capacitados por Deus e pela experiência do dia-a-dia, tendo essa como uma de suas atribuições, certamente tinham zelo para identificarem corretamente cada caso. O diagnóstico que faziam não era simplesmente intuitivo, pelo contrário, deveria ser baseado num exame visual bem detalhado e racional tendo em vista a saúde do israelita-paciente e a saúdo do povo em geral. Apesar deles diagnosticarem a doença, eles não tentavam tratá-las. E, ao invés disso, por estarem preocupados em conservar a saúde da maioria do povo no arraial, assim que identificavam o que era impuro, determinavam quanto tempo o doente teria que ficar afastado do arraial para não contaminar os seus patrícios. E, por fim, esses sacerdotes tinham também a responsabilidade de determinar que medidas deveriam ser tomadas para que o doente depois de curado pudesse voltar ao seio da comunidade.
2)Em relação a denominação da doença devemos esclarecer que a palavra hebraica traduzida por praga da lepra, cf. v. 2 é uma palavra genérica e não identifica somente a lepra, conhecida hoje como hanseníase. Dentre os vários tipos de doenças de pele, podemos mencionar a dermatite crônica, a infecção crônica da pele, a sarna, a eczema, a micose, a psoríase, a leucodermia, isto é, a perda da pigmentação da pele, a queimadura pela exposição ao Sol, o câncer de pele e ainda outras doenças semelhantes.
A manifestação dessas doenças, ou os seus sintomas era percebida através do surgimento de áreas rosadas, brancas ou brilhantes na pele, inchaços, e erupções. E, também quando ocorria uma mudança na cor dos pelos ou cabelos suspeitava-se dessas doenças. Em meio a essa situação de doenças, que por si só já é triste e constrangedora, temos que destacar 2 fatos. Se de um lado os sintomas eram advertências de que nem tudo estava bem com o corpo, por outro lado havia a tendência natural do doente em retardar ao máximo a sua ida ao sacerdote-médico para não ouvir o veredicto do seu afastamento da comunidade. Esta demora em procurar o exame provocava muitas vezes uma gravidade ainda maior da doença.
3)Em relação aos passos para a purificação o texto é bem claro em mostrar que diante da suspeita da doença os exames deveriam ser realizados de sete em sete dias. Ao final de cada semana, o israelita ou era considerado limpo e liberado para a vida em comunidade e participação no culto, ou ele teria que voltar a apresentar-se novamente depois de mais sete dias de quarentena ou quando fosse considerado impuro então deveria ficar isolado, fora do arraial. A razão de todos esses cuidados era preservar a saúde do povo como um todo!
Em 2º lugar, nos vs. 9-11 temos uma definição clássica da doença que colocaria alguém como impuro: inchaço branco na pele, pelos branqueados e ferida, ou carne vermelha, viva, inflamada, todas essas evidências eram confirmação de que havia doença que poderia contagiar outros. Esse doente por já estar em estado crônico não precisava guardar a quarenta de 7 dias porque já tinha sido considerado impuro e certamente estava restrito em suas atividades sociais e públicas.
Em 3º lugar, nos vs. 12-17 temos mais uma variação nessa questão das doenças de pele. Não havendo inchaços, ou úlceras, não seria considerado imundo. Conf. o hebraico, se fosse o caso de uma despigmentação da pele sobre grandes extensões do corpo, muito parecido com o que hoje é conhecido como vitiligo ou vitiligem em que as áreas do corpo em que a doença aparece a pele perde a cor natural, ficando esbranquiçada o seu portador seria considerado puro. Normalmente essa doença surgia mais nas pessoas com descendência negra ou pele escura. O que faria o portador dessa doença ser considerado impuro seria o surgimento de feridas, mas o simples desaparecimento dessas ulcerações na pele proporcionava ao sacerdote declarar novamente esta pessoa limpa e liberada para o culto público. O que se percebe através dessas orientações era o cuidado pela coletividade não deixando que nenhum contaminado pudesse contaminar outros com suas infecções. Mas, percebe-se também que além desse cuidado com a coletividade havia o cuidado com o indivíduo. Deus não queria que nenhum israelita que quisesse adorá-lo ficasse sem essa oportunidade por uma falha de um sacerdote ou pela falta de um exame criterioso por parte do sacerdote. Por isso é que nos vs.16-17 temos essas palavras: “Se a carne viva mudar e ficar de novo branca, então virá ao sacerdote. E este o examinará. Se a lepra se tornou branca, então o sacerdote declarará limpo o que tem a praga; está limpo”.
É isso mesmo, eu sei que alguém deve estar perguntado: como poderia haver uma mudança de quadro clínico sem que fosse administrado nenhum remédio? Temos que lembrar ou então temos que saber que muitas doenças comuns da pele são doenças psicossomáticas em sua natureza e como tais poderiam surgir repentinamente por uma situação de stress assim como poderiam repentinamente desaparecer se aquela situação que provocou stress tenha passado. Por isso, assim que fosse considerado sem risco de contaminação aquele israelita estaria livre para voltar a cultuar a Deus e conviver em sociedade.
Querido amigo muitas doenças que acontecem conosco e não sabemos bem a razão delas surgirem podem ser reflexo psicossomático de situações que nos deixam abalados. Você sabe bem o que é uma doença psicossomática? É um tipo de doença que reflete no exterior, no corpo ou na pele uma situação que vivemos internamente: uma depressão, uma mágoa, uma frustração, uma ansiedade, enfim uma série de sentimentos que guardamos em nosso exterior e que vez por outra transborda e se apresenta em nosso corpo de diversas maneiras.
Será que você mesmo já não experimentou uma situação igual a essa? Ou será que muitas vezes aquilo que aparece em seu corpo, como por exemplo, uma dor de cabeça não é reflexo de que algo não vai bem no seu interior? Lembre-se, nós cristãos podemos lançar toda a nossa ansiedade diante de Deus, pois ele tem cuidado de nós! Você tem experimentado essa bênção em sua vida?
Em 4º lugar, nos vs. 18-23 temos uma nova modalidade dessas doenças. Aqui o texto relata que depois do sacerdote fazer um exame cuidadoso, ao constatar que a doença penetrava além da epiderme, essa camada mais superficial da pele, essa pessoa era declarada impura. Essa inflamação que vai além da epiderme é o que conhecemos como furúnculo, onde há pus e, portanto, com possibilidade de contágio, tão séria é essa inflamação que se combate hoje em dia com antibióticos. Mas, se, entretanto a inflamação só estivesse na superfície da pele e fosse a cicatrização da ferida anterior, o seu portador depois de 7 dias de isolamento poderia ser considerado novamente puro.
Veja, que todo o cuidado tanto pela coletividade quanto pelo indivíduo eram tomados de forma muito séria e enérgica.
E, finalizando esta 1ª parte do capítulo...
Em 5º lugar, nos vs. 24-28 temos regulamentações sobre doenças ou inflamações ocasionadas pelas queimaduras. Uma queimadura que ficou infeccionada, que produzira um furúnculo e uma mudança na cor dos cabelos ou pelos da região provocaria também uma declaração de imundície por parte do sacerdote, pois este, provavelmente estaria suspeitando de uma degeneração subcutânea, isto é, uma degeneração das partes mais profundas da pele que certamente seria contagiosa. Entretanto, se depois de uma semana de isolamento e sob uma nova avaliação sacerdotal, fosse constatado que essa infecção se estabilizara então o sacerdote poderia declarar a pessoa novamente limpa. E aqui, novamente se vê o cuidado divino para com o povo em geral, para que não fosse vitimado por doenças epidêmicas, mas também se vê o cuidado divino para com o individuo que quisesse adorá-Lo, dando-lhe condições de retornar ao culto público.
Mas, querido amigo é certo que alguém considere esses procedimentos impiedosos para com os que estavam doentes. Talvez você mesmo que me ouve agora, talvez considere esse tratamento até desumano. Mas, antes de criticarmos essas recomendações e regulamentações temos que nos lembrar que o povo de Israel estava no deserto, num ambiente insólito. Iriam passar mais 38 anos no deserto e depois habitariam na Palestina, numa região quente em que há o favorecimento de doenças contagiosas, além do quê devemos também considerar que as condições higiênicas dos povos daqueles dias eram totalmente rudimentares. Por isso todas essas regulamentações. Deus estava protegendo o seu povo!
Mas, certamente, além desse aspecto que visava a saúde do povo, a higiene do povo e o bem-estar do próprio doente, temos que lembrar que havia o ensino espiritual em todas essas regulamentações, pois um dos significados do pecado na Bíblia é a lepra.
Assim, temos que considerar esse aspecto das lições espirituais que podemos extrair de textos como esse.
A partir de excelentes comentários produzidos por homens piedosos, podemos dizer que: em muitos pormenores, as leis sobre a lepra se assemelham a realidades espirituais sobre a contaminação do pecado. Os sinais são: 1)A lepra que começa com uma marca insignificante e cresce rapidamente pode ser comparada com a ação do pecado que é progressiva e estende-se pelas diversas áreas da vida; 2)Como a lepra separava o leproso das pessoas e de Deus que no arraial estava em meio ao seu povo, ela pode ser comparada ao pecado que nos afasta das pessoas e nos afasta de Deus que para os cristãos significa a perda da comunhão com Deus; 3)A lepra que se manifestava impregnada na carne pode ser comparada ao pecado que se manifesta impregnado em nossa velha natureza pecaminosa; 4)Os inchaços podem ser comparados com os pecados do orgulho e da arrogância; 5)Os furúnculos que estão cheios de pus podem ser comparados com a deformação causada pelo pecado da imoralidade e sensualidade; 6)A pele com manchas lustrosas pode ser comparada com o brilho da falsa religiosidade, isto é, com o pecado da hipocrisia; e, 7)A lepra que é repugnante e trabalhosa para ser curada pode ser comparada com o pecado que é abominável diante de Deus, que teve que mandar seu Filho unigênito para nos curar, nos salvar dos nossos pecados.
Um outro detalhe que devemos perceber é que a pessoa impura era colocada em separado da coletividade, não apenas para preservar a saúde de todo o povo, mas principalmente porque essa separação era causada porque Deus estava habitando com o seu povo no arraial, portanto, a imundícia, a morte não deveriam estar no mesmo ambiente em estava o Deus vivo e santo.
Querido amigo, chegamos ao final de mais um estudo. E, ainda é tempo de lembrar que Levítico é um livro sobre adoração, sobre a adoração a um Deus santo, e neste capítulo que fala sobre a lepra, simbolicamente tratamos sobre o pecado. É ... é isso mesmo. A lepra e os assuntos ligados ao corpo humano são os melhores símbolos da manifestação do pecado no coração do homem. Portanto, se quisermos adorar corretamente a Deus temos que nos desembaraçar do pecado, assim como o povo de Israel teve que se desembaraçar daqueles que tinham lepra.
Bom, chegamos ao fim desse tempo juntos.
Esperamos sua carta o e-mail.
Que Deus, o abençoe
Um abraço,
Através da Bíblia - Levítico 12
Levítico 12
Querido amigo, estamos iniciando mais um programa da série "Através da Bíblia". É com alegria que chegamos a mais um momento especial de estudo na Palavra de Deus. Você que tem nos acompanhado sabe que o propósito de estudarmos a Palavra de Deus com profundidade é aplicá-la em nossas vidas. Somos gratos a Deus pelo privilégio de podermos conhecer mais a sua vontade através da Bíblia. Por isso quero incentivá-lo a ter em suas mãos a Bíblia e seu caderno de anotações abertos para estudarmos mais um cap.de LV. Aproveito a oportunidade para agradecer aqueles que têm compartilhando sobre o programa e sobre as suas vidas pessoais e ministeriais. É através das cartas e dos e-mails de que conhecemos um pouquinho mais de vocês. Hoje, registro a carta que a LQ enviou de SP. Essas são as suas palavras: "Estou encantada e feliz com os programas da RTM. São maravilhosos! É culto de adoração ao nosso Deus. Não gosto nem de sair de casa na hora dos programas. Tenho orado muito por este ministério. Quero destacar os programas Rota 66 e Através da Bíblia. São lindos e edificantes. Que Deus continue no controle". Querido irmã, muito obrigado por suas palavras de incentivo. Continue orando por nós para que muitos sejam edificados e que o nome do Senhor seja glorificado. O Senhor tem respondido suas orações e nos tem capacitado em nossas tarefas. Por isso, agora, convido-a a pedir as bênçãos de Deus para este programa: "Pai de amor, obrigado por podermos abrir a Tua Palavra e ouvirmos a Tua voz. Senhor que a prática de estudarmos a Bíblia possa atrair muitos amigos para que possam desfrutar dessa comunhão contigo. Oriente-nos no estudo de hoje. Que haja edificação e glória ao teu nome. Oramos em nome de Jesus, Amém!".
Querido amigo, hoje a nossa tarefa é estudar o capítulo 12 de Levítico que tem apenas 8 versículos.
Mas antes de entrarmos na analise do tema do capítulo que fornece as leis de purificação da mulher depois do parto, vamos fazer ainda mais duas considerações sobre os sacrifícios e a diferenciação que Deus queria que os israelitas fizessem dos animais classificando-os em limpos e puros e aceitáveis e inaceitáveis.
Em 1º lugar, em relação aos sacrifícios é bom recordarmos que precisamos compreender que todo o livro de Levítico centraliza-se no conceito da santidade de Deus. O livro mostra como um povo pecador poderia aproximar-se de um Deus Santo de maneira aceitável e além disso, permanecer em constante comunhão com Ele. O próprio Deus instruiu a Moisés revelar duas verdades fundamentais: o caminho para a comunhão do homem com Deus se daria somente através dos sacrifícios de sangue e, a maneira de andar nesse caminho desfrutando e permanecendo em comunhão com Deus se daria somente através da obediência às Suas sagradas Leis.
Quando conseguimos compreender esses conceitos é possível percebermos as razões de algumas determinações, como por exemplo, os sacrifícios: 1)Deveriam ser feitos exclusivamente para Deus. 2)Eram aceitáveis por Deus. 3)Foram declarados santíssimos. 4)Foram prescritas as maneiras de se oferecerem, isto é, voluntariamente; de maneira justa; com o melhor da espécie; nos lugares determinados; perante o altar; apresentado aos sacerdotes. E, principalmente eles apontava, e 5)Ilustravam o sacrificio do Senhor Jesus Cristo.
Quando conseguimos entender esse sistema verificamos também que os sacríficios não eram aceitáveis sem gratidão, cf. S1 50:8 e 14; não eram capazes de aperfeiçoar o ofertante, cf. Hb 9:9 e assim eram insuficientes. É... é isso mesmo. No sistema hebraico de sacrifícios nem todas as formas de pecado eram perdoadas! Mas, como? É... Isso ocorria porque alugns pecados demonstravam uma atitude de dureza e atrevimento, de menosprezo para com as Leis e a Aliança com Deus, restanto como punição a morte do pecador, conf. Nm 15:30 a 36 - relacionado com Hb. 10:26. Assim, o único caminho para esses que transgrediam as Leis da Aliança só poderia ser o caminho da graça de Deus, mesmo à parte do sistema sacrifical. Então temos que reconhecer que desde o Antigo Testamento, temos a afirmação maravilhosa de que: "A tua graça, é melhor do que a própria vida", conf. Sl. 63:3. Querido amigo, é isso mesmo. Todo o simbolismo, as sombras que haviam no AT já estavam salpicadas de revelações do amor e graça divina e apontavam para a vinda de Jesus Cristo e com Ele a real possibilidade de perdão dos pecados. Você consegue entender isso? Você consegue perceber a bondade e a misericórdia de Deus desde o AT? É... esse nosso Deus é maravilhoso! Você tem experimentado em sua vida essa misericórdia sem igual?
Em 2º lugar, em relação à separação dos animais em limpos e impuros precisamos reforçar as razões dessas ordens serem dadas, cf. vimos no programa passado:
1)A 1ª razão é que essas ordens ensinavam verdades morais e espirituais básicas. Como p.ex. não se comia animais que comesse carne com o seu sangue.
2)A 2ª razão é que essas ordens ensinavam a distinção entre os israelitas e os gentios. Havia uma intenção clara por parte de Deus que os israelitas não se assemelhassem com qualquer ritual de sacrifício pagão.
3)A 3ª razão dessas ordens era ensinar que somente os animais domesticados e limpos poderiam ser oferecidos em sacrifício, pois esses animais representavam o ofertante, o israelita adorador.
4)Uma outra razão dessas determinações era relembrar aos israelitas que Deus os tinha escolhido dentre as nações fazendo deles povo de Sua propriedade exclusiva.
5)E a 5ª e última razão dessas ordens, certamente relaciona-se à questão de saúde, de higiene e questões dietéticas, pois constata-se que os animais proibidos eram animais mais suscetíveis a serem contaminados por vírus e parasitas e, se essa carne fosse manuseada e servisse de alimento, certamente transmitiria doenças epidêmicas ao povo.
Além de não comerem qualquer tipo de animal eles também não poderiam usar qualquer tipo de animal nos sacrifícios. Os tipos de animais "qualificados" para os sacrifícios: 1)Tinham que ser puros e sem manchas para simbolizarem a figura do Cordeiro de Deus; 2)Tinham que ser perfeitos, pois Deus queria melhor para simbolizar a Cristo; e; 3)Tinham que ser domésticos por duas razões: a)por serem caros aos seus proprietários, que tinham dedicado cuido e esforço; b)por serem dóceis e obedientes, assim como Jesus foi obediente à vontade do Pai.
Mas, ainda sobre essas distinções precisamos entender claramente quais as suas implicações para as nossas vidas.
Uma vez que Cristo nos libertou da lei cerimonial da Antiga Aliança e estamos na época da Nova Aliança, nós, cristãos não somos mais obrigados a seguir essas regras levíticas, cf. veremos em Cl 2.13-16 e 20-23. E, além disso, Paulo também disse a Timóteo que “tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela Palavra de Deus e pela oração, é santificado” cf. 1Tm4.4-5.
Porém muitos crentes, ainda hoje, não comem carnes de animal sufocado, não comem sangue e certos animais que antes eram considerados impuros como o porco, por não entenderem que já fomos totalmente libertos da lei. Mais uma vez repetimos: Em Jesus estamos totalmente libertos dessas regras e normas. Mas, porque essas normas e leis são Palavra de Deus, temos que extrair delas os princípios e assim aplicá-los em nossa relação com Deus.
Muito bem, com esses esclarecimentos será mais fácil entendermos o texto deste capítulo 12 para analisar as regras sobre a purificação da mulher depois do parto.
Este capítulo embora tenha apenas 8 versos muitas vezes de difícil entendimento para os nossos dias é um texto muito importante dentro de LV. Deixe-me explicar o porquê da sua importância. Vimos no capítulo 11 que uma pessoa podia se contaminar com o pecado pelo contato externo com aquilo que era impuro e pecaminoso, isto é, foi mostrada a influência constante das impurezas, a influência do pecado. O mundo em que vivemos está cheio de pecado. É esse o nosso ambiente. Enquanto o cap. 11 mostrava o aspecto externo que poderia fazer alguém pecar, ficar impuro diante de Deus, este capítulo 12 destaca o caráter interno do pecado. Não somos pecadores só pelo contato, mas pela nossa origem, pelo nascimento, e Levítico mostra aqui a transmissão do pecado pela herança de nascimento. Somos pecadores de nascença. E a própria natureza que herdamos é uma natureza pecaminosa, decaída. Foi Davi quem retratou esse fato quando disse, "nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe”, cf. Sl 51.5. Essa é a realidade.
Em outras palavras, ao mesmo tempo em que ajudava Seu povo orientando-os em relação à higiene, pois não tinham clara visão da sua importância, como nós a temos hoje, Deus ensinava uma grande verdade espiritual que ainda é válida para nós hoje: nascemos em pecado. E, se há uma doutrina que hoje em dia é rejeitada é essa: a doutrina da depravação total do homem. A realidade é que hoje em dia o homem não crê na sua depravação total, mas sua vida de fato demonstra esta condição. Olhe para as pessoas em sua volta: São egoístas, vaidosas, orgulhosas, arrogantes, não têm respeito pelos outros, nem crêem em Deus. Querido amigo, essas pessoas demonstram a depravação total da humanidade. E' justamente isso que Romanos 5.12 nos ensina: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram." Meu amigo, este capítulo é importante por isso, por mostrar a nossa condição de pecadores. Mas vamos as suas divisões:
Em 1º lugar, nos vs.1-4 temos as regulamentações sobre a mãe que desse à luz a um filho. Certamente essas normas têm que ser bem entendidas por que logo surge a seguinte questão: Por que algo bom e abençoado como dar à luz, como trazer uma vida ao mundo (que fora o mandamento divino de crescer e multiplicar), como esse ato bonito poderia deixar alguém imundo e necessitado de purificação? Temos que entender que não era o nascimento da criança, mas era o sangramento pós-parto que tornava a mulher impura. Temos tido pelo menos duas ênfases nas interpretações para essa norma. Alguns entendem que essa era uma lei para a proteção da mulher para que não pegasse qualquer infecção e ainda para que ela se restabelecesse e se fortalecesse para voltar a vida normal de relação com o seu marido, pois a perda de sangue poderia levar à morte. Outros entendem que esta lei apontava para a questão da não-integridade, pois como o sangue significava vida, o sangramento pós-parto significaria morte e, portanto pecado. No meu entender essas interpretações se complementam, pois destacam tanto o aspecto físico de proteção da mulher como destacam também o significado espiritual.
E, como já comentamos, em seu aspecto espiritual essa regulamentação que considerava a mulher impura após dar a luz, colocava em destaque o fato de que o ser humano nasceu com a natureza pecaminosa herdada de Adão, cf. Rm 5.18. Essa ênfase na pureza e santidade na adoração de Yahweh, que incluía determinações que afetam as áreas do sexo e maternidade tinha um propósito explicito: Deus queria estabelecer um comportamento totalmente diferente em seu povo, em relação aos gentios, pois em seus cultos pagãos, os rituais de fertilidade e a orgia faziam parte integrante das suas cerimônias.
Assim sendo, a mulher que dava à luz a um menino ficava cerimonialmente impura durante um semana, ao final da qual o menino deveria ser circuncidado. E a mãe para se tornar novamente habilitada às celebrações e aos cultos deveria esperar mais 33 dias, completando-se então aquilo que popularmente se entende pelo período de resguardo da mulher que ainda hoje equivale a 40 dias.
Em 2º lugar, no vs.5 temos as regulamentações sobre a mãe que desse à luz a uma filha. De acordo com esse verso, a mulher que desse à luz a uma menina deveria respeitar essas regulamentações dobradas, isso é, seria considera imunda, não apenas por sete dias, mas por quatorze dias. E o seu tempo de purificação não seria de 33 dias, mas de 66 dias. Ora, diante dessas colocações surge uma outra questão: Por que a mulher que desse à luz uma menina precisava do dobro do tempo para se purificar? Essa é de fato uma questão difícil. Temos visto várias tentativas de explicação: 1)Alguns dizem que pelo fato da menina recém-nascida tornar-se futura e possivelmente uma mãe estaria mais sujeita a impureza, quando depois de casada desse à luz, o que não aconteceria se fosse um menino. 2)Outros dizem que essa regulamentação apenas refletia o entendimento da época em que várias culturas viam no homem mais valor do que na mulher. 3)Ainda outros pensam que havia uma crendice popular que afirmava que a mulher ao dar à luz a uma menina sangrava mais do que se desse luz a um menino. 4)E uma outra posição entende que essa regulamentação tinha por base o fato de Eva ter sido a primeira a incorrer na transgressão da ordem divina de Gn 2.16-17 comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal, argumentação essa usada ainda nos tempos do NT em 1Tm 2.14-15. Mas, creio que temos uma resposta nesse próprio livro de Lv. Então, uma 5ª posição, que também é a minha opinião, baseando-se em Lv 27.1-7 entende que essa diferença tinha por base a posição social comparativa entre os homens e as mulheres, principalmente pelo fato de estarem vivendo numa sociedade patriarcal, como era a sociedade israelita.
Mas, deixando de lado essa questão tão intrincada do tempo para se conseguir a purificação, no conteúdo do verso 5 vemos que as determinações, na essência, eram as mesmas que tinham sido dadas para as mães que dessem à luz meninos.
E finalmente, ...
Em 3º lugar, nos vs.6-8 temos as regulamentações para a purificação de todas as mães depois do parto. Vamos ler estes versos finais para entendermos bem este texto: 6 E, cumpridos os dias da sua purificação por filho ou filha, trará ao sacerdote um cordeiro de um ano, por holocausto, e um pombinho ou uma rola, por oferta pelo pecado, à porta da tenda da congregação;
7 o sacerdote o oferecerá perante o SENHOR e, pela mulher, fará expiação; e ela será purificada do fluxo do seu sangue; esta é a lei da que der à luz menino ou menina. 8 Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela mulher, e será limpa.
Querido amigo fica claro por estes versos que a complementação da purificação de toda mãe que desse à luz um filho, menino ou menina, deveria ser marcada pelo sacrifício do holocausto e por uma oferta pelo pecado.
Você se lembra do significado dessas ofertas? No sacrifício do holocausto era entregue um cordeiro de um ano que seria imolado pelo sacerdote e restaurava aquela mãe à comunhão com Deus no lugar santo. Na oferta pelo pecado, um pombinho ou uma rolinha deveriam ser sacrificados para a expiação, demonstrando o desejo da purificação daquela mãe. Mas é interessante ressaltar aqui a compaixão de Deus, o cuidado de Deus em possibilitar que a mulher que se tornasse mãe, pela primeira vez ou que já era mãe de outros filhos; sim, Deus cuidava e facilitava aquela adoradora mais pobre a também ter comunhão com Ele. Se não tivesse condições de oferecer um carneiro de um ano poderia ofertar dois pombinhos ou duas rolinhas, um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado. Assim como praticou Maria ao dar à luz Jesus, cf. Lc 2.24. Nada poderia impedir a verdadeira adoradora de ter comunhão com Deus!
Querido amigo, fica mais uma vez patente que aquilo que Deus valoriza quando adoramos a Ele, não é o valor que lhe devotamos, ou o ato que praticamos. O que Deus valoriza é a atitude do nosso coração. Deus quer que você e eu nos consideremos mortos, nos consideremos no lugar dos animais que eram entregues a Ele. Deus está mais interessado em nosso espírito de renúncia, de dependência, de dedicação, de consagração a Ele do quê nos atos exteriores que possamos praticar.
Bom, chegamos ao final de mais um tempo de estudos.
Somos gratos a Deus que nos capacita a entendermos e proclamarmos a Sua Santa Palavra. Mas somos gratos também a você pela sua sintonia.
Minha oração é que você que me acompanhou nessas reflexões em Lv. tenha sido edificado em sua vida de relacionamento com Deus.
Minha oração é que sua vida transformada pelo poder da Palavra de Deus possa ser útil nas Suas poderosas mãos para que outros também sejam edificados.
Escreva para nós, por carta ou por e-mail.
Será um prazer manter contato com você.
Deus te abençoe.
Um abraço
© 2014 Através da Biblia
Através bíblia - Levítico 11
Levítico 11
Olá amigo, estamos iniciando mais um programa da série “Através da Bíblia”. Quero saudá-lo em nome de Jesus, desejando que esse tempo juntos possa servir para a sua edificação e para outros que porventura estejam com vocês ouvindo nossos comentários sobre a Bíblia. Quero estimular você a nos escrever compartilhando qual o valor dos nossos estudos. Para nós é importante esse retorno, por isso quero registrar logo no início do programa um e-mail que recebemos da querida ouvinte L. da cidade de SP, no estado de SP. São essas as suas palavras: “Quero parabenizar a Transmundial pela ótima programação diária que muito tem me edificado. Tenho aproveitado meu horário de almoço no trabalho para alimentar minha alma com os estudos do Pr. Itamir Neves. Que Deus os abençoe e os faça prosperar cada vez mais em todos os sentidos. Abraços fraternos”. Querida ouvinte, parabéns pela sua prática: alimentar-se física e espiritualmente. Essa prática tem sustentado os cristãos que reconhecem o poder da Palavra Divina. Por isso, oramos e pedimos suas orações para que Deus nos abençoe na preparação e apresentação de cada programa. E, assim, chegamos ao momento de buscarmos a bênção de Deus, especificamente para este programa. Convido-a e a todos que nos ouvem, a orar comigo: “Pai amado, pedimos a Sua direção e a iluminação do teu Espírito para que aquilo que aqui for comentado sirva para edificação de muitos irmãos e amigos. Pedimos Senhor a tua bênção para a vida familiar, ministerial e social de cada um de nossos ouvintes, e, Senhor ajuda-nos a testemunhar sempre do Seu gracioso amor. Pai, oramos em nome de Jesus, Amém”.
Querido amigo, estamos diante dos 47 versos do capítulo 11 de Levítico. Neste capítulo iniciamos a 3ª parte de LV. que cobre os caps.11-15 que tratam sobre as Leis sobre a purificação. E especificamente neste capítulo temos as leis que regiam a alimentação dos israelitas, as leis sobre os animais puros e impuros. Para melhor analisar essas leis vamos dividi-las em 10 partes.
Antes, porém de iniciar esse detalhamento temos que fazer alguns esclarecimentos sobre estas orientações:
Devemos notar que esse cap. é paralelo com Dt 14, onde veremos Moisés orientando a 2ª geração que iria entrar na terra prometida. Essas leis que em Dt aparecem de forma mais concentrada, neste cap. 11 de Lv são mais explicitadas. Por quê? Porque é importante reconhecermos que Israel, quando comparado com outras nações, era um povo pequeno em número, vivendo numa situação transitória e insólita, pois a vida no deserto exigia muitos cuidados. Além disso, temos que lembrar que as condições climáticas do deserto eram duras e ameaçadoras para qualquer povo. Era a presença e a ação de Deus que lhe favorecia a subsistência. E, assim, temos que reconhecer que essas leis foram dadas com o intuito de preservar o povo de Israel, mantendo-lhe com boa saúde e completamente disponível ao serviço do Senhor.
As grandes questões que se levantam sobre estes capítulos e principalmente sobre este capítulo referem-se às razões pelas quais Deus deu essas orientações. Essa legislação vai muito além das questões de saúde. Sendo assim devemos apontar por quais razões Deus deu essas ordens aos israelitas.
1)A 1ª razão é que esses princípios ensinam verdades morais e espirituais básicas. Se alguns dos animais e aves comiam carne com o seu sangue, o que era proibido para o israelita, então esses animais também eram proibidos.
2)A 2ª razão é que esses princípios ensinavam a distinção entre os israelitas e os gentios. Havia uma intenção clara por parte de Deus que os israelitas não se assemelhassem com qualquer ritual de sacrifício pagão. Assim, os animais limpos representavam os israelitas enquanto os impuros representavam os gentios.
3)A 3ª razão desses princípios era ensinar que somente os animais domesticados e limpos poderiam ser oferecidos em sacrifício, pois esses animais representavam o ofertante, o israelita adorador.
4)Uma outra razão dessas determinações para separar os animais em limpos e impuros era relembrar aos israelitas que Deus os tinha escolhido dentre as nações fazendo deles povo de Sua propriedade exclusiva. Ao serem proibidos de se deliciarem com certos alimentos os israelitas deveriam ser convictos de que pertenciam a um povo especial, um povo distinto, escolhido por Deus.
5)E a 5ª e última razão que podemos perceber nesses princípios, certamente relaciona-se à questão de saúde, de higiene e questões dietéticas pois constata-se que os animais proibidos eram animais mais suscetíveis a serem contaminados por vírus e parasitas e, se essa carne fosse manuseada e servisse de alimento, certamente transmitiria doenças epidêmicas ao povo.
Agora, é bom antes ainda de analisarmos as diversas orientações desse capítulo afirmarmos que essas leis, essas determinações já não tem valor em nossos dias. Veja bem. Essas leis perderam seu valor quando a nova aliança foi estabelecida no sangue de Jesus, o verdadeiro cordeiro de Deus.
Ao trazer a salvação, o evangelho, as boas notícias de Deus para os homens, Jesus trouxe a mensagem da salvação universal, e assim os gentios também poderiam usufruir da salvação divina, não tendo mais sentido essas comparações entre gentios e judeus, pois em Jesus tudo o que era sombra, que mostrava o futuro, tudo se desfez, ou melhor, tudo se concretizou.
Os mandamentos cerimoniais perderam o valor, mas, o que sempre tem valor são os princípios morais, éticos e espirituais, pois Deus é e continua santo!
No Novo Testamento estas leis perderam o seu efeito quanto a letra da lei, porém em relação aos princípios que motivaram as leis, esses permanecem com valor. Por isso a obediência à esses princípios trazem como conseqüência a necessidade de santidade e consagração de nossas vidas a Deus.
Deve-se notar também que o nosso corpo sendo o instrumento pelo qual manifestamos as atitudes que se originam em nosso interior, ele deve ser valorizado e cuidado corretamente. A saúde de um cristão fiel deve merecer sua atenção pois, o nosso corpo é santuário do Espírito Santo!
Lembrando ainda que para os israelitas, a exigência de serem santos, não era algo abstrato, como para muitos de nós hoje, que entendem a necessidade da santidade, como algo bonito, mas inatingível. Para os israelitas, ao contrário, a santidade seria demonstrada por uma realidade palpável e observável, que podia ser atingida, que afetava a prática do seu dia-a-dia. Pelo fato dessas determinações não se basearem em folclore ou na sabedoria ou nas observações populares, mas basearem-se sim nas palavras de Deus, essas leis tinham o mesmo peso e deveriam ser respeitadas tanto quando as leis sobre os sacrifícios. Vamos então aos detalhes dessas ordenanças...
Em 1º lugar nos vs.1-8 temos a descrição dos animais limpos e impuros. Essas palavras que foram ditas diretamente de Deus para Moisés e Arão começam com um tom positivo, pois mostram os animais limpos, aqueles que seriam aceitos. Nos vs.1-3 se define que os animais que eram considerados limpos e poderiam servir de alimento deveriam ter essas características: deveriam ser quadrúpedes, deveriam ter unhas fendidas, o casco dividido em dois e deveriam ruminar. Esses animais estavam liberados para a alimentação e certamente para serem apresentados em sacrifícios. Por outro lado, qualquer outro mamífero que não preenchesse esses requisitos era inaceitável.
Assim, nos vs.4-6 são alistados os animais considerados impuros destacando-se o camelo, v.4, o arganaz, v.5 e a lebre, v.6. Todos esses embora ruminassem não tinham unha fendida, portanto eram impuros. Em relação ao arganaz é importante notarmos que ele aparece em outras traduções como um coelho, provavelmente selvagem ou um tipo de rato ou ratazana silvestre. Em relação a esse coelho e a lebre deve-se notar, de fato, que eles não são ruminantes. Alguns que não crêem na Bíblia e procuram detalhes para apontar seus erros vêem na afirmação de que são ruminantes um erro bíblico grave. Mas, explica-se essa colocação sobre o coelho e a lebre mostrando que ao se observar visualmente esses animais, de modo prático e não de modo científico, pela constante movimentação dos maxilares na mastigação popularmente sempre foram confundidos como ruminantes. Mas por outro lado, através de estudos mais recentes tem-se constatado que esses animais não eram próprios para o consumo humano sem a higenização que se faz hoje.
E, nos vs.7-8 relaciona-se o porco, cujo parente selvagem era o javali, e embora tenha unha fendida não ruminava. Certamente uma das razões pelas quais o porco era considerado impuro era a sua capacidade de transformar qualquer tipo de alimento, até aqueles desprezados por outros animais em sua própria carne que seria então ingerida pelo ser humano. Sabe-se hoje que o porco é hospedeiro de vários parasitas dentre os quais a TeniaSolium que passando ao ser humano podem provocar crises no cérebro do ser humano.
Sabedor dessas realidades que ainda não estavam disponíveis ao conhecimento do ser humano, e sendo o criador desses animais, Deus ao ordenar todas as proibições demonstrou grande cuidado para com seu povo.
Em 2º lugar nos vs.9-12 temos as orientações sobre as espécies aquáticas. De modo geral os animais aquáticos, dos mares e dos rios, considerados limpos eram os que tinham barbatanas e escamas. Os animais aquáticos que não satisfizessem esses requisitos não seriam aceitos como próprios para o consumo humano. Além dessas diferenças visíveis a olho nu, uma outra diferença interessante que deve ser mencionada é a relativa a profundidade do habitat desses animais aquáticos. Os animais com barbatanas e escamas normalmente habitam águas profundas enquanto que os outros, e aqui se incluem os crustáceos – caranguejos, camarões e lagostas habitam as águas mais rasas e se alimentam até de outros pequenos animais mortos. Portanto, não eram aceitáveis diante do Senhor.
Em 3º lugar nos vs.13-19 temos uma relação sobre as aves impuras. As aves consideradas impuras foram alistadas tanto em forma de espécies como de forma individual. São vinte nomes relacionados e, embora, as versões bíblicas tenham diferença entre si em relação aos nomes dessas vamos mencioná-los conforme a tradução que normalmente usamos, isto é, a Almeida Revista e Atualizada: 1a águia, 2o quebrantoso ou urubu, 3a águia marinha, 4o milhano, 5todas as espécies de falcão. 6Toda espécie de corvo, 7o avestruz, 8a coruja, 9a gaivota, 10toda a espécie de gavião. 11O mocho, 12o corvo marinho, 13a íbis ou o corujão, 14a gralha, 15o pelicano, 16o abutre, 17a cegonha, 18toda espécie de garça, 19a poupa e 20o morcego. Quantos nomes não é mesmo? E, certamente se incluíam entre as razões porque essas aves de rapina eram consideradas imundas é que várias delas comiam carne com sangue ou comiam carniça e normalmente a sua carne além de não ser saborosa exalavam um cheiro muito ruim, sendo por isso consideradas impuras. E, mais uma vez vemos o cuidado de Deus com o seu povo e também a ênfase de que o sangue de modo algum deveria ser ingerido.
Em 4º lugar nos vs.20-23 temos as orientações sobre os insetos. Nesses versos temos aparentemente um problema, pois os insetos normalmente possuem seis pernas. Mas, o que está em vista aqui é uma definição bem interessante. Os insetos que se moviam aos saltos, apoiando-se nas duas pernas traseiras mais longas, eram considerados limpos. Os outros insetos que andavam em quatro patas e não tinham as pernas traseiras mais longas foram considerados impuros. Nesse grupo estavam incluídos todos os insetos que se alimentavam de esterco, de lixo ou de carne putrefata, sendo transmissores potenciais de doenças graves que dizimariam o povo. Assim podemos perceber aqui o cuidado higiênico que Deus tinha com o seu povo.
Em 5º lugar nos vs.24-28 temos as orientações sobre o contato com animais mortos. Certamente aqui estava em foco a santidade ou a contaminação cerimonial. A imundícia causada pelo contato com cadáveres deve ser bem entendida, pois o fato de trabalhar com o camelo que era um animal impuro não deixava o israelita impuro. Então, a questão aqui, nos vs.24, 25 e 28 era ter contato com cadáveres, pois quem tivesse contato com esses poderia se contaminar e reter em seu corpo ou nas suas vestes uma série de germes, vírus e outros organismos que habitam nos corpos em estado de putrefação. Lembrando-nos que os israelitas estavam num clima tropical, vivendo no deserto e indo depois para a Palestina, certamente essa legislação era profilática e visava a saúde dos israelitas. Mas é interessante notarmos também a ordem dos vs. 26-27 onde se lê: “ todo animal que tem unhas fendidas, mas o casco não dividido em dois e não rumina, vos será por imundo ...todo animal quadrúpede, que anda nas plantas dos pés, vos será por imundo”. Que animais estavam em foco aqui? Não podemos relacionar todos, mas certamente os mais conhecidos eram os gatos e os cachorros. Interessante é o fato da Bíblia não fazer qualquer referência aos gatos e na grande maioria das 47 vezes que menciona o cachorro poucas referências são elogiosas a esses animais. Mas, mais interessante ainda é notar que hoje muitos casais substituem os filhos, que são herança do Senhor por esses animais, gastando com eles uma grande soma em dinheiro, que poderia ser aplicado de outras maneiras, como por exemplo, na ajuda às crianças abandonadas. Querido amigo, como os costumes mudam não é mesmo? Mas, vamos continuar, estamos apenas na metade das determinações...
Em 6º lugar nos vs.29-38 temos as orientações sobre os seres que rastejam ou enxameiam. Aqui, além dos insetos rejeitados nos vs.20-23 temos uma série de rastejantes ou enxames que não poderiam servir como alimento. Mas, se observa que também depois de mortos traziam imundícia para que os tocasse. Aqui temos a menção de vários répteis com a inclusão de alguns roedores. Esses animais, mortos tornavam impuros não só as pessoas mas também os objetos e aqueles ou aquilo que tivessem contato com eles. Esse deveriam ser lavados e ficariam impuros até a tarde.
Pergunta-se por que seria imundo até a tarde? Muito provavelmente essa prescrição era necessária para que se respeitasse um tempo, pois após ser lavado e exposto à secagem ao sol o utensílio em questão já poderia ser usado novamente no dia seguinte. Mas em relação ao israelita que se tornasse impuro, não temos aqui uma legislação preocupada com a saúde, mas, sim uma legislação que servia para demonstrar a importância da pureza para se manter o relacionamento com Deus. Deus é santo e exige que aquele que o adora também seja santo.
Em 7º lugar nos vs.39-40 temos as orientações sobre o contato com cadáveres de animais limpos. Aqui esta prevista a proibição de se alimentar de um animal puro que tivesse morrido por causas naturais. Aquela carne não seria admitida como alimento para os israelitas. Mas além disso, aquele ou aqueles que manuseassem o cadáver desses animais, talvez para enterrá-lo ou queimá-lo, também deveria se purificar e ficaria imundo até o entardecer.
Em 8º lugar nos vs.41-43 temos as orientações sobre enxames e rastejantes. Aqui se incluem outros seres que ainda não tinham sido relacionados: outros tipos de insetos, cobras, lagartos, minhocas, lagartas e outros semelhantes. O uso da palavra abominação no v.42, como aparece anteriormente em 7 ocasiões neste capítulo, nos vs. 10,11,12,13,20,23,41 reforça o conceito de que aquilo que ofende e fere o coração de Deus no seu plano de prover uma vida saudável ao seu povo é algo que deve ser considerado imundo. Mas é interessante que outras práticas eram também abominação, como por exemplo: a idolatria, cf.2Rs 23.13, a prostituição, a desonestidade, e o orgulho, cf. Lc 16.15, demonstrando mais uma vez a necessidade de santificação e integridade no relacionamento com Deus.
Em 9º lugar nos vs.44-45 temos as razões dessa separação. De modo geral essas leis deveriam refletir a consagração dos israelitas a Yahweh, o Deus santo e redentor. Por duas vezes Deus enfatiza que o seu povo deveria ser santo porque Ele é Santo! E, finalmente...
Em 10º lugar nos vs.46-47 temos o resumo dessas prescrições: Sendo Deus santo como é queria que todo israelita fizesse distinção, percebesse a diferença entre o limpo e o imundo. Portanto, ao terminarmos o estudo desse capítulo vale mais uma vez relembrar que Lv, e principalmente os cap. 11-15 são um manual de santidade, que exigia do povo de Deus uma vida santa, pois Deus é santo.
É...mas, essa exigência vale também para nós cristãos: “Sede santos porque eu sou santo”,cf.1Pe1.16; “apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional...”,cf.Rm12.1; e ainda: “acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo?”cf.1Co6.19). Sim! Cada cristão deve ter essa exigência bem clara em sua mente: “Segui ... a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”(Hb 12.14). Que Deus nos ajude a andarmos em santificação para agradarmos o Seu coração!
Bom, chegamos ao final desse estudo. Peço a Deus que você tenha sido edificado.
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Deus te abençoe,
Um abraço.